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Produção industrial recua 0,2% em julho, segundo IBGE

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indústria
Foto: Miguel Ângelo/CNI

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira (3) os dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), que revelam uma queda de 0,2% na produção industrial em julho em relação a junho. O setor mantém um desempenho predominantemente negativo desde abril, quando registrou perda acumulada de 1,5%.

Apesar da retração recente, a produção industrial ainda está 1,7% acima do nível pré-pandemia (fevereiro de 2020), embora permaneça 15,3% abaixo do recorde histórico atingido em maio de 2011. Na comparação anual, com julho de 2024, o setor apresentou ligeira alta de 0,2%.

O gerente da pesquisa, André Macedo, destaca que a indústria mostra menor intensidade de crescimento desde abril e registra apenas 0,3% acima do patamar de dezembro de 2024.

“[…] um sinal importante da menor intensidade que marca o comportamento da indústria desde abril é evidenciado pelo pequeno saldo positivo em relação ao patamar de dezembro de 2024″

Queda na produção

Houve queda na produção em 13 das 25 atividades industriais, com destaque para:

  • Metalurgia: recuo de 2,3%, interrompendo dois meses consecutivos de avanço, quando acumulou ganho de 1,6%;
  • Outros equipamentos de transporte: -5,3%;
  • Impressão e reprodução de gravações: -11,3%;
  • Bebidas: -2,2%;
  • Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos: -3,7%;
  • Equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos: -2,0%;
  • Produtos diversos: -3,5%;
  • Produtos de borracha e de material plástico: -1,0%.

Produção industrial avançou

Na comparação com julho de 2024, a produção industrial avançou 0,2% em julho de 2025. O resultado positivo ocorreu em uma das quatro grandes categorias econômicas, 12 dos 25 ramos, 39 dos 80 grupos e 47,8% dos 789 produtos pesquisados. Vale destacar que ambos os meses tiveram 23 dias úteis.

Entre as atividades, as principais influências positivas vieram de:

  • Indústrias extrativas: +6,3%, puxadas pela maior produção de óleos brutos de petróleo e gás natural;
  • Produtos alimentícios: +2,2%;
  • Produtos farmoquímicos e farmacêuticos: +12,0%;
  • Máquinas e equipamentos: +5,2%;
  • Produtos químicos: +1,9%;
  • Produtos têxteis: +9,9%;
  • Celulose, papel e produtos de papel: +3,8%;
  • Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos: +8,7%.

André Macedo, explica que o setor extrativo apresentou comportamento positivo em todas as comparações, sendo o principal impacto favorável no resultado geral da indústria. Ele destaca o crescimento contínuo de óleos brutos de petróleo e gás natural.

“Nessa atividade, também vale destacar os resultados positivos no ano de 2025 dos produtos minérios de ferro, manganês e cobre”, explica Macedo.

Textos da reforma administrativa ainda não têm previsão de serem apresentados

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Pedro Paulo, reforma administrativa
Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados

A Câmara dos Deputados promoveu, nesta quarta-feira (3), uma sessão de debates no plenário para tratar da reforma administrativa. Apesar da sinalização de apoio à proposta institucionalmente, ainda não há previsão de apresentação dos textos que irão compôr a reforma.

O coordenador do Grupo de Trabalho (GT) destinado ao tema, deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), ainda precisa apresentar o texto para algumas bancadas de partidos e, após essa fase, deve aguardar o aval do presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) para publicizar os projetos.

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Revisão anual de gastos

A sessão especial contou com a fala de diversas entidades representativas do setor privado e também de servidores públicos. O coordenador do GT afirmou que deve apresentar uma proposta que obrigue o Poder Público a fazer uma revisão anual de gastos. Pela proposta, o governo seria obrigado a enviar ao Congresso um relatório com avaliações de programas, subsídios e uma série de gastos do Executivo. O impacto fiscal dessas medidas, cenários e projeções teriam de ser, segundo o projeto, considerados na análise das leis orçamentárias da União.

“Vamos trazer uma proposta, dos companheiros do PSDB e que foi concebida lá atrás pelo senador José Serra, que é ter um relatório, uma revisão anual de gastos e isso ser obrigatório para todos os entes”, disse o deputado.

O parlamentar reforçou ainda a intenção de revisar as chamadas verbas indenizatórias do Poder Judiciário.

União Europeia analisa acordo de livre comércio com o Mercosul sob forte pressão da França

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Foto: Ricardo Stuckert/PR

A Comissão Europeia apresenta nesta quarta-feira (3) para aprovação o acordo de livre comércio entre a União Europeia (UE) e o Mercosul, beneficiando países como a Alemanha, que buscam novos mercados para compensar as tarifas impostas por Trump. No entanto, a iniciativa enfrenta resistência da França e de seus aliados, principais críticos do acordo.

Formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, o Mercosul concluiu as negociações com a UE em dezembro passado, cerca de 25 anos após o início das conversações.

Atualmente, o acordo será submetido à aprovação da União Europeia, passando por votação no Parlamento Europeu e exigindo maioria qualificada entre os governos do bloco, ou seja, 15 dos 27 membros que representam 65% da população da UE. Apesar disso, não há garantia de que será aprovado em nenhum dos casos.

Novas alianças comerciais

Em resposta à reeleição de Trump, em novembro do ano passado, a União Europeia intensificou seus esforços para firmar novas alianças comerciais, acelerando negociações com Índia, Indonésia e Emirados Árabes Unidos, enquanto aprofundava os laços com parceiros de livre comércio já existentes, como Reino Unido, Canadá e Japão.

Segundo o executivo da UE, o acordo com o Mercosul é o maior já firmado em termos de reduções tarifárias e representa uma etapa crucial para diversificar os laços comerciais do bloco.

Oposição ao acordo

A França, maior produtora de carne bovina da União Europeia e principal crítica do acordo, classificou-o como “inaceitável”.

Além disso, agricultores europeus têm protestado repetidamente, alegando que o acordo permitiria a entrada de commodities sul-americanas baratas, principalmente carne bovina, que, segundo eles, não cumpririam os padrões de segurança alimentar e ambiental da UE.

A Comissão Europeia, contudo, rejeita essas críticas, afirmando que o acordo respeita todos os requisitos do bloco.

Como consequência, críticos esperam que o Parlamento Europeu bloqueie o acordo, onde os Verdes e a extrema direita se opõem, ou que os governos da UE o rejeitem, caso países como Polônia e Itália se unam à França na resistência, impedindo a obtenção da maioria necessária.

Benefícios

Os defensores do acordo na União Europeia consideram o Mercosul um mercado em expansão para carros, máquinas e produtos químicos europeus, além de uma fonte confiável de minerais essenciais para a transição verde, como o lítio metálico para baterias, do qual a Europa atualmente depende da China.

Além disso, eles ressaltam os benefícios para o setor agrícola, já que o acordo ampliaria o acesso a produtos europeus e reduziria tarifas sobre queijos, presunto e vinho.

Governo prorroga prazo do drawback suspensão para exportadores afetados por tarifaço

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Foto: Reprodução

O governo federal anunciou a prorrogação, por mais 12 meses, do prazo do regime de drawback suspensão para exportadores brasileiros prejudicados pelas medidas tarifárias impostas unilateralmente pelos Estados Unidos. A decisão foi formalizada em portaria da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU).

Drawback suspensão

O drawback suspensão permite que empresas adquiram, no Brasil ou no exterior, insumos destinados à produção de bens exportados sem a cobrança de tributos. Com a prorrogação, companhias que tiveram contratos afetados pelo tarifaço norte-americano terão um ano adicional para cumprir suas exportações, sem risco de cobrança de impostos, juros ou multas. Nesse período, as mercadorias poderão ser vendidas tanto aos EUA quanto a outros mercados.

A medida integra o Plano Brasil Soberano, lançado em 13 de agosto por meio da Medida Provisória nº 1.309, que busca proteger a atividade produtiva nacional, preservar empregos e diversificar destinos de exportação diante das barreiras comerciais impostas pelos EUA.

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), destacou que a decisão atende a uma demanda do setor produtivo.

“A prorrogação do drawback vai impedir que exportadores prejudicados tenham de arcar com impostos ou multas. Eles terão mais um ano para buscar novos mercados ou exportarem para os próprios Estados Unidos”, afirmou.

Em 2023, as exportações brasileiras para os Estados Unidos somaram mais de US$ 40 bilhões, das quais US$ 10,5 bilhões, cerca de 26%, foram realizadas sob o regime de drawback suspensão, envolvendo quase mil empresas.

Como solicitar

Os exportadores interessados na prorrogação devem enviar correspondência ao Departamento de Operações de Comércio Exterior (Decex/Secex), com a documentação exigida na portaria, por meio do módulo de Anexação Eletrônica de Documentos do Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex).

Entrevista vai avaliar satisfação dos consumidores de energia elétrica

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Foto: Valdenir Daniel Cavalheiro/Copel

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) divulgou, na quinta-feira passada (28/08), a relação dos 636 municípios sorteados nos quais serão aplicadas 28.958 entrevistas, na forma de questionário, para avaliar o grau de satisfação dos consumidores residenciais em relação aos serviços prestados por 103 distribuidoras de energia elétrica.

A pesquisa, que visa melhorar a qualidade dos serviços oferecidos e está em sua 26ª edição, vai gerar o Índice Aneel de Satisfação do Consumidor (IASC). As empresas que obtiverem as melhores avaliações, segundo a percepção dos clientes, serão premiadas e estarão autorizadas a utilizar o Selo de Qualidade como ferramenta de divulgação institucional.

Os pesquisadores estarão identificados por crachá e uniforme institucional, e utilizarão veículos caracterizados com a logomarca da empresa Qualitest Inteligência em Pesquisa, contratada pela agência para o trabalho. A relação dos municípios pode ser vista aqui, e o questionário que será aplicado pode ser lido aqui.

A agência aprovou, na semana passada, a abertura da consulta pública sobre proposta de indicadores e metas de desempenho para o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), entidade responsável pela coordenação e pelo controle da operação do sistema elétrico, que envolve transmissão, distribuição e consumidores.

A consulta traz uma lista com 14 indicadores. Destes, seis foram mantidos conforme o ciclo anterior, cinco foram mantidos com ajustes e três foram acrescentados. A Consulta Pública nº 029/2025 está disponível para contribuições até 29 de setembro pelo e-mail cp029_2025@aneel.gov.br.

Brasil amplia exportações ao Japão com novos produtos de origem animal

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Brasília (DF) 03/05/2024 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, em cerimônia oficial de chegada, no Palácio do Planalto. Durante a reunião bilateral, Lula e Kishida vão discutir o aumento dos fluxos de comércio de carne bovina e investimentos, cooperação em iniciativas ambientais, parceria em transição energética e iniciativas de combate à fome e à pobreza.
Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil

O governo Lula (PT) anunciou nesta quarta-feira (3) a conclusão de acordo sanitário com o Japão para exportação de produtos à base de gordura de aves, suínos e bovinos. O país asiático, com 125 milhões de habitantes e uma das economias mais exigentes em padrões de qualidade, passa a autorizar a entrada desse tipo de matéria-prima utilizada na fabricação de ração animal e alimentos para pets.

Mercado estratégico

O Japão é hoje a terceira maior economia mundial e figura entre os principais destinos do agronegócio brasileiro. Em 2024, as exportações agrícolas para o país somaram US$ 3,3 bilhões, consolidando-o como o sétimo maior parceiro comercial do setor. Entre janeiro e julho de 2025, as vendas já alcançaram US$ 1,8 bilhão.

Com essa abertura, o governo anunciou que o agronegócio brasileiro chegou a 422 novos acessos de mercado em 71 destinos durante a atual gestão.

Avaliação negativa do governo Lula é de 38%; índice positivo é de 31%, aponta o Real Time Big Data

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Presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva. - Foto: Ricardo Stuckert (PR)/Divulgação.
Foto: Ricardo Stuckert/PR

A pesquisa Real Time Big Data, contratada pela Rede Record, divulgada em 3 de setembro sobre a avaliação do governo Lula (PT) mostra uma divisão do país. Neste momento, a avaliação negativa (ruim/péssimo) de Lula supera a positiva (ótimo/bom) em sete pontos percentuais. A margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais para mais ou para menos.

AVALIAÇÃO DO GOVERNO LULA

Avaliação Percentuais (%)
Ruim/Péssimo 38
Ótimo/Bom 31
Regular 29
*Fonte: Real Time Big Data (28 a 30/08)

A divisão da opinião pública fica mais explícita quando analisamos os números da aprovação do presidente Lula (PT). Segundo o Real Time Big Data, apesar da desaprovação de Lula estar dois pontos à frente da aprovação, temos um quadro de empate técnico em função da margem de erro.

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APROVAÇÃO DO PRESIDENTE LULA

Avaliação Percentuais (%)
Desaprova 49
Aprova 47
*Fonte: Real Time Big Data (28 a 30/08)

Os percentuais de avaliação do governo e de Lula guardam relação com os números da sucessão de 2026. Na pesquisa divulgada na última segunda-feira (1º) pelo Real Time Big Data, Lula registrou 42% das intenções de voto contra 40% do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o que configura um quadro de empate técnico.

Contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível e deve ser condenado na ação penal de tentativa de golpe de Estado, temos um empate em 43%. Na simulação contra a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), a vantagem numérica é de Lula 43% a 37%. No entanto, em função da margem de erro, Lula e Michelle também estão tecnicamente empatados.

Embora Lula tenha registrado uma leve melhora em sua popularidade, o fôlego da narrativa da defesa da soberania mostra limites. Não por acaso, o saldo de popularidade do presidente permanece negativo.

Mesmo que a provável condenação de Jair Bolsonaro na ação penal da trama golpista, o que deve ocorrer em 12 de setembro, desgaste o ex-presidente e alimente a narrativa antibolsonarista, o discurso de defesa da democracia, que funcionou em 2022, também mostra limitações. Com as últimas pesquisas mostrando uma divisão da opinião pública em relação a esse tema, é improvável que Lula aumente sua popularidade por conta da condenação de Bolsonaro.

A oposição, por sua vez, tem o desafio complexo de atrair os votos de Jair Bolsonaro sem que a rejeição do ex-presidente traga prejuízos políticos. Mesmo que a direita também tenha obstáculos pela frente, a articulação de Tarcísio de Freitas e parte importante do centrão em favor do projeto da anistia – assim como a decisão do PP e a União Brasil, partidos que compõem a federação União Progressista, em deixar o governo Lula – indica que a oposição também projeta 2026.

Embora seja improvável que Jair Bolsonaro seja anistiado, a movimentação de Tarcísio e de parte do centrão mostra lealdade ao ex-presidente, além de acenar para a base social bolsonarista.

A sucessão de 2026 já está sendo jogada. O governo, de um lado, intensificará os ataques contra Tarcísio, buscando reforçar seu vínculo com Jair Bolsonaro de modo a desgastar o governador paulista, que desponta como o nome mais forte da direita para 2026. A oposição, de outro, aposta na defesa do projeto da anistia para atrair os eleitores bolsonaristas. Paralelamente a isso, seguirá trabalhando nos bastidores a construção de um projeto anti-Lula.

Câmara aprova projeto que tipifica o crime de roubo de combustíveis

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Brasília (DF), 06/06/2024 - Consumidores fazem fila em posto de combustíveis durante o Dia Livre de Impostos
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou, nesta terça-feira (2), o projeto que tipifica o crime de furto derivados de petróleos (PL 1482/2019). De autoria do deputado Juninho do Pneu (União-RJ) e relatada pelo deputado Ricardo Abrão (União-RJ), a matéria segue para o Senado Federal.

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Punição

O texto estabelece uma pena de reclusão de 4 a 10 anos, além de multa, podendo ser aumentada quando há destruição da infraestrutura ou impedimento das atividades da empresa. Para aqueles que comercializam combustíveis de forma clandestina também há punições. Caso servidores públicos ou terceirizados estejam envolvidos no crime, a matéria sugere a perda do cargo.

A medida busca atacar práticas que envolvem grandes quadrilhas especializadas, responsáveis por prejuízos bilionários ao setor de combustíveis e riscos à segurança de abastecimento.

Senado aprova tipificação dos devedores contumazes em novo “Código de Defesa do Contribuinte”

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Efraim Filho Devedor contumaz, inadimplente, inadimplência
Foto: Reprodução/Senado

O Senado aprovou nesta terça-feira (2) o projeto do “Código de Defesa do Contribuinte” (PLP 125/2022), incluindo a tipificação dos devedores contumazes. As empresas que se enquadrarem nessa categoria serão impedidas de receber benefícios fiscais, participar de licitações públicas e formalizar novos vínculos com a Administração Pública.

O projeto ganhou tração após a operação da Receita Federal e da Polícia Federal contra um esquema de sonegação e lavagem de dinheiro no mercado financeiro e no setor de combustíveis.

O texto segue agora para a análise da Câmara.

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Definição

Segundo o texto, devedor contumaz é aquele inadimplente com débitos tributários acima de R$ 15 milhões e correspondentes a 100% dos ativos totais da empresa. Além disso, também entram na categoria aqueles que tenham registrado inadimplência em, pelo menos, quatro períodos de apuração consecutivos, ou em seis períodos de apuração alternados em um período de 12 meses. O novo relatório também extingue a possibilidade de não punibilidade mediante pagamento da dívida.

Segundo o relatório, o objetivo é restringir a classificação a empresas com “inadimplência substancial, reiterada e injustificada de tributos”, não se confundindo com o contribuinte em dificuldades financeiras momentâneas, mas sim com aqueles que utilizam a inadimplência como estratégia de negócio.

Altera a Lei do Petróleo

O novo relatório propõe que a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) exija um capital social mínimo e a comprovação da origem lícita dos recursos para que seja permitido abrir uma empresa no setor. Segundo o relator, a mudança tenta coibir o uso de “laranjas” e de empresas de fachadas no setor de combustíveis.

Programas de conformidade

O novo texto também traz formas de recompensar empresas que estejam com o pagamento dos tributos em dia, por meio de programas de conformidade da Receita Federal. No programa Confia, a RFB poderá conceder prazo para o contribuinte reconhecer débitos e apresentar um plano de regularização em até 120 dias.

Já no programa Sintonia, empresas com bom histórico de pagamento, mas que enfrentam problemas momentâneos, terão redução de até 70% de multas e juros moratórios, além de prazo de até 60 meses para quitação de débitos e até 120 meses para quitação dos demais tributos.

Por último, o Operador Econômico Autorizado (OEA) trata da legislação aduaneira e concede prioridade no desembaraço de mercadorias, menos inspeções da Receita Federal e mais agilidade na liberação de cargas.

Análise: Os Muitos Desafios do Sistema Financeiro

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devedores contumazes
Moeda Nacional, Real, Dinheiro, notas de real

Uma sequência de eventos e situações colocou o sistema financeiro do país no centro das atenções. Recapitulando: recentemente, tivemos a questão do Pix, quando entrou em vigor ato da Receita estendendo o monitoramento das transações aos bancos digitais, fintechs e instituições de pagamento e que gerou imensa reação da oposição e obrigou o governo a recuar; em seguida, vieram as discussões sobre o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para fazer frente aos desafios fiscais; e, posteriormente, dois desvios bilionários praticados por hackers, sendo o último na semana passada.

Se não bastasse, há outros temas: o imbróglio do Banco Master, cuja fusão ou aquisição pelo BRB, de acordo com a imprensa, encontra resistência dentro do Banco Central; e, nos últimos dias, as revelações em torno das ligações do crime organizado com fundos de investimento no âmbito da Operação Carbono Oculto, conduzida principalmente pelo Ministério Público de São Paulo e pela Receita Federal. O quadro tem desdobramentos políticos por conta da CPMI do INSS, que já mira alguns bancos. Agora, a partir dessa operação, ganha força a criação de uma CPI das fintechs.

A fragilidade dos bancos na pauta do INSS concentra-se no funil do chamado “empréstimo consignado”: coleta e prova de consentimento/autenticação falhas (especialmente com idosos); proteção de dados frouxa com assédio comercial; rede de correspondentes com baixa governança; e incentivos perversos, entre outros aspectos. O que desponta como um sinal de vulnerabilidade estrutural.

Mas não é tudo: existe também o receio de que a aplicação da Lei Magnitsky sobre autoridades brasileiras penalize bancos nacionais. A questão fica mais delicada à medida que o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) avance, nas próximas semanas, e as ameaças de sanções a autoridades brasileiras se materializem de forma mais intensa.

Historicamente, o sistema financeiro brasileiro navegou em águas relativamente tranquilas. Mesmo com a crescente desbancarização, que reduziu a concentração nos grandes bancos, e o surgimento das fintechs e do Pix, o sistema permaneceu estável. No entanto, os eventos dos últimos 12 meses colocam bancos e autoridades em estado de alerta, já que os desafios envolvem não apenas o sistema e seu regulador, mas também atores políticos, judiciais, policiais e diplomáticos, além de questões tecnológicas. Os recentes ataques de hackers expõem uma vulnerabilidade assustadora do conjunto.