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Entrevista: Datena quer ampliar monitoramento por câmeras com reconhecimento facial

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Candidato à prefeitura de São Paulo José Luiz Datena (PSDB). Foto: divulgação

1. O senhor disse em uma entrevista que, “como senador, era para ter sido eleito com o pé nas costas”. O senhor pretende continuar na política daqui para a frente?

Não pretendo disputar outra eleição. Essa campanha para a prefeitura de São Paulo está sendo uma experiência enriquecedora que me traz, a cada dia, novos aprendizados. As agendas me aproximaram do povo e esse contato me faz muito bem. Ser reconhecido e receber o carinho das pessoas tem sido valioso. Para mim, esse é o reconhecimento de uma vida inteira dedicada a um jornalismo que sempre buscou abordar os problemas da cidade e cobrar soluções – e, muitas vezes, obtê-las com minha atuação no rádio e na TV. Estou feliz com a trajetória até aqui.

2. O senhor já participou de 11 partidos, incluindo o atual, o PSDB. Qual foi o motivo da escolha para as eleições de São Paulo?

Tenho uma trajetória profissional consolidada e reconhecida. Falo a verdade. Pelas minhas posições sempre muito críticas e combativas no enfrentamento ao crime e à violência urbana, construí uma reputação que me aproximou da política. E, neste pleito de 2024, me senti preparado para ajudar a população de São Paulo e para implementar políticas públicas que melhorem as condições de vida do paulistano em aspectos como segurança, saúde e educação.

Tenho apresentado propostas voltadas para essas pessoas, para o povo mais pobre de nossa cidade. São propostas simples, factíveis e viáveis financeiramente. Acredito que elas estão alinhadas com a preocupação social que o PSDB sempre demonstrou nos seus governos, sobretudo quando administrou a nossa cidade. Minha candidatura também responde ao anseio da maioria dos paulistanos de escolher um prefeito que seja independente, distante da polarização extremista que, infelizmente, ainda domina a política brasileira.

3. Uma de suas principais propostas é melhorar a segurança. Como pretende fazer isso?

Nossa candidatura é a que tem melhores condições de melhorar a segurança na cidade de São Paulo. É a própria população que reconhece, conforme pesquisa recente do Datafolha, na qual 21% me mostram como o mais preparado para combater a violência na cidade. Disso eu entendo, pois combato o crime diariamente há quase 30 anos com o trabalho de jornalista. Sou quem tem mais coragem e autoridade para tratar desse tema.

Vamos dobrar o efetivo da GCM [Guarda Civil Municipal], que tem atualmente cerca de 7 mil homens e mulheres, reforçaremos o policiamento da GCM no entorno das escolas, nos locais com maior incidência de crimes, e ampliaremos as Patrulhas Guardiã Maria da Penha, para proteger as mulheres.

A Guarda será mais bem equipada, os policiais serão mais bem remunerados. Vamos somar forças, agindo de forma articulada com as polícias, o Ministério Público, o Tribunal de Contas e o Poder Judiciário na repressão, investigação e punição dos traficantes para evitar que as drogas e as armas cheguem às cidades e, assim, buscar resolver o problema das cracolândias.

Também ampliaremos o monitoramento por câmeras com reconhecimento facial por toda a cidade, e não apenas no Centro, como é hoje, e expandiremos o uso de câmeras corporais para todo o efetivo. Além disso, vamos reforçar a parceria com a Polícia Militar por meio da Operação Delegada, a fim de ampliar o combate aos criminosos.

Outro alvo importante na minha gestão será o combate a furtos e roubos de celular, contravenção que alimenta o crime organizado. As operadoras serão convocadas a atuar mais fortemente. E polícias equipadas com motocicletas ou bicicletas vão agir para reduzir esses delitos, além de empreendermos um cerco rigoroso à rede de receptadores, com repressão e punição para inibir a ação dos bandidos.

O PCC ganha milhões operando milícias dentro da GCM. Isso não vai continuar assim. Vamos passar a GCM a limpo para combater a infiltração do crime organizado dentro da corporação. Os maus elementos são exceção e não regra. Mas, uma vez identificados e julgados, vamos expulsar os criminosos que existam na Guarda.

Para combater o crime organizado, utilizaremos modernas tecnologias para rastrear o caminho da droga e do dinheiro, desbaratando os esquemas de lavagem e identificando os bandidos.

4. Como o senhor enxerga esta eleição?

Desde o início da campanha, os adversários se excederam em desrespeitos, fake news, agressões pessoais e ataques à nossa democracia, buscando ocupar – e muitas vezes ocupando – o espaço do debate com lacrações, cortes para redes sociais e um verdadeiro show de desrespeito com o eleitor. Lamentável. Fui contra isso e jamais pautei minha campanha nesse tipo de desvirtuamento. Faço uma campanha limpa, falando a verdade, sem esconder do eleitor a realidade e as minhas condições. Sou transparente nas minhas atitudes, sempre fui, e nem sempre isso é bem compreendido na política. Mas sei que as pessoas veem como um valor. Estou na disputa pela prefeitura para realizar meu sonho de fazer de São Paulo uma cidade melhor, que ofereça vida digna aos que mais precisam, propostas simples, factíveis e viáveis financeiramente voltadas para o povo mais pobre de nossa cidade.

Entrevista: Tabata Amaral quer manter tarifa zero nas passagens de ônibus

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Tabata Amaral (PSB-SP), candidata à prefeitura de São Paulo. Créditos: Redes sociais/Divulgação

1. Esta semana um candidato agrediu outro durante o debate. Como a senhora enxerga essa conduta?

Lamento profundamente o que aconteceu no debate da TV Cultura. Além de ser um desrespeito com os eleitores, essas provocações e ações violentas demonstram falta de preparo para gerir uma cidade com a escala e com os desafios de São Paulo. Esse tipo de comportamento pode até gerar likes e cliques nas redes sociais, mas está bem longe de ajudar a resolver os problemas reais da nossa cidade. São Paulo precisa de alguém sério e comprometido na prefeitura. A campanha é um momento importante para a discussão das propostas dos candidatos, isso é direito dos eleitores. Ninguém ganha nada com agressões e baixarias. É vergonhoso ver isso acontecendo e eu espero, sinceramente, que o que ocorreu no debate leve meus adversários a uma reflexão, mas já não tenho a menor esperança. Mas eu tenho certeza de que, no dia 6 de outubro, as pessoas não vão votar em quem gerou o maior espetáculo, mas em quem mostrou mais seriedade e preparo.

2. A principal bandeira da senhora é a educação. Quais serão as metas para a educação na sua gestão?

Em primeiro lugar, vamos alfabetizar 100% das crianças da rede municipal em idade certa até o último ano do primeiro mandato. Em 2023, apenas 38% das crianças eram alfabetizadas na idade certa. Vamos, também, garantir que 50% das matrículas de Pré-Escola e de Ensino Fundamental sejam em tempo integral em quatro anos. Hoje, são menos de 6%. A ideia é construir um plano que universalize as matrículas em tempo integral na rede municipal em oito anos. Outra proposta é ampliar para as 19h o horário de funcionamento de todas as creches da rede municipal, que hoje operam das 7h às 17h. Isso garantirá maior segurança para as crianças e, ao mesmo tempo, maior tranquilidade para pais, mães e cuidadores. Entendemos que, com esses movimentos, seremos capazes de entregar resultados melhores no Ideb tanto para os anos iniciais do Ensino Fundamental quanto para os anos finais.

3. Muito tem se falado sobre tarifa zero nas passagens de ônibus. A senhora considera possível?

É possível mantermos a tarifa zero aos domingos, como tem ocorrido. Não planejamos ampliar a medida para os demais dias da semana. Segundo cálculos da SPTrans (2022), expandir a tarifa zero para todos os dias da semana custaria por volta de R$ 10 bilhões. O investimento em toda a cidade é de R$ 15 bilhões. Nosso compromisso é melhorar a qualidade do serviço e recuperar a confiança do paulistano no transporte público. Queremos manter as contas públicas em ordem, repensar o modelo de remuneração das concessionárias e preparar terreno para, num futuro, aumentar os dias da tarifa zero na cidade de São Paulo.

Entrevista: Marina Helena sugere uso de IPTU para melhorias na Cracolândia

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Marina Helena (Novo), candidata à prefeitura de São Paulo. Créditos: Redes sociais/Divulgação.

1. O que a senhora vai fazer para chamar a atenção dos eleitores de direita? Os votos do candidato Ricardo Nunes [MDB] estão migrando para o candidato Pablo Marçal [PRTB].

Eu sou a candidata hoje mais desconhecida, disparado. Acredito que a partir do momento que as pessoas comecem a me conhecer, a conhecer os meus valores e as minhas propostas, a gente vai mudar esse jogo. E aí vou dar um exemplo: surgiu no Twitter espontaneamente, entre os nomes de direita mais importantes, o meu nome como a melhor candidata. Inclusive já pareço bem na frente do Nunes e ali, disputando a primeira posição com o Marçal. Isso é um fenômeno que claramente ainda não está nas pesquisas. Então, costumo dizer que esse fenômeno mostra que quem me conhece vota. São pessoas que já acompanham meu trabalho há mais tempo, e o que eu mais escuto é o seguinte: “A Marina é a mais preparada e a mais corajosa.” Tenho certeza de que isso vai se refletir nas pesquisas, mas ainda não aconteceu. Eu vejo o crescimento do Marçal mostrando também isso. Ele não era conhecido como um dos nomes à prefeitura, mas, após os debates, ele se colocou na disputa acirrada com Nunes. Tudo isso porque o Nunes é o centrão. Acho que tudo isso está mostrando também uma coisa interessante: a gente sempre escutou que a gente tem uma direita, bolsonarista, gado; mas agora a direita vota em quem ela vê valores. Então eu vejo que é um cenário que está muito aberto e vai ser emocionante do início ao fim. E as pesquisas não vão capturar a velocidade como as coisas vão se transformar aqui na cidade de São Paulo.

2. Em uma entrevista a senhora disse que “o emprego é o melhor programa social que existe”. Como pretende diminuir o nível de desemprego?

Acredito que o mercado resolve. Então, essa mãozona do Estado que vai atrás, que sabe o que é o melhor para o cidadão, não dá certo. Por exemplo, o que leva as pessoas para a rua? Quatro fatores: dependência química, transtornos psicológicos, perda de emprego e rompimento de laços familiares. Não é possível que a gente venha de 5 mil para 80 mil moradores de rua porque todo mundo teria se transformado em dependente químico. Então, normalmente, os fatores estão ligados à pandemia, que gerou perda de emprego. A gente precisa que as organizações sociais devolvam essas pessoas para o mercado de trabalho. E não é isso o que acontece hoje. Essas organizações são mais remuneradas quando mais pessoas vão morar nas ruas. Eu quero redesenhar os incentivos. E aí é fundamental a capacitação profissional.

3. No programa de governo da senhora está prevista a criação do “Procon do Empreendedor”. Como vai funcionar? 

A gente precisa ajudar quem trabalha e produz na cidade. Só para dar um contexto, a nossa economia em São Paulo encolheu 16% em termos reais nos últimos dez anos. Ou seja, a gente perdeu duas cidades de Porto Alegre. E o que está acontecendo é que a maior parte dos empreendedores e dos jovens fala que tem planos concretos de deixar a cidade, seja para o interior, seja para outros lugares. Então, toda essa decadência a que a gente está assistindo vai piorar. A minha proposta é ter um lugar para ajudar o empreendedor. Vamos evitar a fiscalização abusiva que acontece hoje. Queremos transparência, receber denúncias, ajudar a implementar um ambiente muito mais fácil para se empreender aqui na cidade, sem tributações abusivas. Acredito que o empreendedor é quem traz riqueza e acaba com a pobreza.

4. Qual o impacto da Cracolândia no Centro da cidade, nos imóveis e no comércio?

Primeiro, se a gente não resolver a segurança, de nada vai funcionar. Não é à toa que eu tenho falado de intolerância zero em relação à segurança. Quanto ao bandido, ou muda de profissão ou muda de cidade. É superimportante a gente devolver essa sensação de segurança para a população e para essa região, senão o resto não prospera. Esse é o primeiro ponto. Eu fui a Santa Ifigênia esta semana e levei uma proposta que chamamos de Bairro no Capricho. Funciona assim: você pode devolver parte do IPTU para os moradores e comerciantes e eles vão decidir as melhorias que devem ser feitas no bairro. Se eles querem investir na calçada ou na iluminação, eles podem. Os moradores e os comerciantes sabem o que é melhor para o seu bairro. O problema é que eles pagam um IPTU altíssimo que vai para a prefeitura e ninguém sabe o que é feito do dinheiro. Então, por que eles mesmos não fazem essas melhorias e a gente começa a ter uma boa competição entre os bairros? Com certeza vai melhorar o comércio, porque eles vão fazer com que a região tenha segurança, vão investir nisso.

Análise: Disputa permanece acirrada, mas 2º turno entre Nunes e Boulos é o mais provável

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Foto: Reprodução

As pesquisas dos institutos Datafolha e Quaest sobre a disputa pela Prefeitura de São Paulo (SP), divulgadas na semana passada, mostraram tendências similares e uma diferença. Os dois levantamentos mostraram que o horário eleitoral alavancou as intenções de voto do prefeito Ricardo Nunes (MDB). O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), apesar de ter oscilado negativamente no Quaest e positivamente no Datafolha, apresenta uma estabilidade nas duas pesquisas.

A diferença entre o Datafolha e o Quaest envolve as intenções de voto no ex-coach Pablo Marçal (PRTB). O Datafolha apontou uma queda de Marçal. O Quaest, por sua vez, apontou uma oscilação positiva de Marçal, que manteve a trajetória ascendente.

A diferença entre os percentuais de Marçal nos dois institutos pode ser explicada pelo período diferente de coleta das entrevistas. O Quaest foi a campo entre os dias 8 a 10 de setembro.

Já o Datafolha, aplicou os questionários entre os dias 10 a 12 de setembro. Assim, uma hipótese possível é que o Datafolha tenha captado melhor os embates entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o pastor Silas Malafaia após o ato bolsonarista realizado na Avenida Paulista, no último sábado (7).

Na pesquisa Datafolha, Ricardo Nunes cresceu oito pontos percentuais desde o início do horário eleitoral, assumindo a liderança numérica da disputa em São Paulo. Nunes está tecnicamente empatado com Guilherme Boulos, que oscilou positivamente dois pontos em relação aos dois últimos levantamentos, ficando estável. Pablo Marçal, que vinha em uma trajetória ascendente desde o final de agosto, caiu três pontos.

A deputada federal Tabata Amaral (PSB) permanece estável. O apresentador José Luiz Datena (PSDB) oscilou um ponto para baixo, mantendo sua trajetória de queda, iniciada no final de agosto.

CANDIDATOS

06 a 07/08 (%)

20 a 21/08 (%)

03 a 04/09 (%)

10 a 12/09 (%)

Ricardo Nunes (MDB)

23

19

22

27

Guilherme Boulos (PSOL)

22

23

23

25

Pablo Marçal (PRTB)

14

21

22

19

Tabata Amaral (PSB)

7

8

9

8

José Luiz Datena (PSDB)

14

10

7

6

Marina Helena (Novo)

4

4

3

3

Outros

3

2

2

2

Indecisos

3

4

4

4

Branco/Nulo

11

8

8

7

*Fonte: Datafolha

Na pesquisa Quaest, temos um cenário parecido. Ricardo Nunes cresceu cinco pontos desde o início da propaganda eleitoral na televisão, assumindo a liderança numérica. Pablo Marçal oscilou positivamente dois pontos, mantendo a trajetória de ascensão iniciada em julho. Guilherme Boulos, embora tenha ficado estável, apresenta um viés de baixa. Tabata Amaral ficou estável e José Luiz Datena permanece em queda.

CANDIDATOS

JUNHO (%)

JULHO (%)

AGOSTO (%)

SETEMBRO (%)

Ricardo Nunes (MDB)

22

21

19

24

Pablo Marçal (PRTB)

10

13

19

23

Guilherme Boulos (PSOL)

21

19

22

21

José Luiz Datena (PSDB)

17

19

12

8

Tabata Amaral (PSB)

6

6

8

8

Marina Helena (Novo)

4

4

3

2

Outros

5

5

2

1

Indecisos

7

8

8

5

Branco/Nulo

8

9

7

8

*Fonte: Instituto Quaest

A acirrada disputa pela liderança também se reproduz na menção espontânea. De acordo com o Datafolha, Boulos aparece com 20% das preferências. Nunes e Marçal aparecem com 14% cada um. O percentual de indecisos é de 34%. No Quaest, o cenário na menção espontânea é similar. Marçal aparece com 15% das preferências. Boulos registra 14%. Nunes tem 13%. O percentual de indecisos é mais elevado: 49%.

Pablo Marçal é o candidato mais rejeitado (44%). Em relação a pesquisa Datafolha da semana passada, a rejeição de Marçal cresceu seis pontos. Guilherme Boulos é o segundo mais rejeitado (37%). Na sequência aparecem Datena (32%), Nunes (19%) e Tabata (16%). No Quaest, Datena (60%) é o candidato mais rejeitado. Na sequência aparecem Boulos (48%), Marçal (41%), Nunes (34%) e Tabata (33%).

As simulações de segundo turno dos dois institutos mostram um cenário muito parecido. Tanto no Datafolha quanto no Quaest, Ricardo Nunes venceria Guilherme Boulos e Pablo Marçal. No hipotético embate entre Boulos e Marçal, o quadro é de empate técnico no Quaest. Já no Datafolha, Boulos está na frente.

No Datafolha, Nunes venceria Boulos por uma vantagem de 15 pontos percentuais (ver tabela abaixo). Em relação ao levantamento da semana passada, Nunes cresceu quatro pontos. Boulos oscilou positivamente um ponto.

CANDIDATOS

03 a 04/09 (%)

10 a 12/09 (%)

Ricardo Nunes (MDB)

49

53

Guilherme Boulos (PSOL)

37

38

Indecisos

11

8

Branco/Nulo

2

1

*Fonte: Datafolha

No Quaest, a distância entre Nunes e Boulos também é de 15 pontos em favor do prefeito. Em relação à pesquisa de agosto, Nunes oscilou positivamente dois pontos. Boulos ficou estável.

CANDIDATOS

AGOSTO (%)

SETEMBRO (%)

Ricardo Nunes (MDB)

46

48

Guilherme Boulos (PSOL)

33

33

Indecisos

4

6

Branco/Nulo

17

13

*Fonte: Instituto Quaest

No Datafolha, Nunes tem 32 pontos de vantagem sobre Marçal. Comparado ao levantamento da semana passada, Nunes cresceu seis pontos. Marçal caiu quatro pontos.

CANDIDATOS

03 a 04/09 (%)

10 a 12/09 (%)

Ricardo Nunes (MDB)

53

59

Pablo Marçal (PRTB)

31

27

Indecisos

15

13

Branco/Nulo

2

1

*Fonte: Datafolha

No Quaest, a vantagem de Nunes sobre Marçal é um ponto menor: 20 pontos. Em relação ao levantamento de agosto, Nunes cresceu três pontos. Marçal aumentou sua intenção de voto em quatro pontos.

CANDIDATOS

AGOSTO (%)

SETEMBRO (%)

Ricardo Nunes (MDB)

47

50

Pablo Marçal (PRTB)

26

30

Indecisos

6

5

Branco/Nulo

21

15

*Fonte: Instituto Quaest

No Datafolha, em uma hipotética disputa entre Boulos e Nunes, o candidato do PSOL tem uma vantagem sobre o candidato do PRTB de nove pontos. Em relação a pesquisa da semana passada, Boulos oscilou positivamente dois pontos. Marçal oscilou um ponto para baixo.

CANDIDATOS

03 a 04/09 (%)

10 a 12/09 (%)

Guilherme Boulos (PSOL)

45

47

Pablo Marçal (PRTB)

39

38

Indecisos

12

14

Branco/Nulo

3

2

*Fonte: Datafolha

No Quaest, o cenário é de empate técnico. A distância entre Boulos e Marçal é de apenas um ponto a favor do candidato do PSOL. Em relação ao levantamento anterior, Boulos oscilou positivamente dois pontos. Marçal oscilou um ponto para cima.

CANDIDATOS

AGOSTO (%)

SETEMBRO (%)

Guilherme Boulos (PSOL)

38

40

Pablo Marçal (PRTB)

38

39

Indecisos

5

5

Branco/Nulo

19

16

*Fonte: Instituto Quaest

Apesar da acirrada disputa, neste momento, existe uma possibilidade maior do segundo turno em São Paulo ser realizado entre Ricardo Nunes e Guilherme Boulos. Nunes, ancorado no seu robusto tempo de televisão, tem conseguido se tornar mais conhecido, melhorar a avaliação de sua administração, e transformar isso em intenção de voto.

O prefeito também se beneficiou da entrada do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) em sua campanha. Joga ainda a favor de Ricardo Nunes o apoio manifestado na última sexta-feira (13) pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Pablo Marçal, embora se mantenha como um candidato competitivo, está perdendo o apoio de parte dos simpatizantes de Bolsonaro para Nunes. Também prejudica Marçal sua ausência no horário eleitoral gratuito. Embora siga muito atuante nas redes sociais, o candidato do PRTB deixou de ser novidade. Mais do que isso, a campanha negativa adotada contra ele parece estar funcionando.

Guilherme Boulos, por sua vez, apesar de ter se desgastado nos embates com Pablo Marçal, que conseguiu colocar em contradição a estratégia de Boulos em se construir como um candidato moderado, similar ao modelo “Lulinha paz e amor” de 2002, ainda concentra a preferência de parcela expressiva dos eleitores de esquerda.

Porém, o candidato do PSOL não tem conseguido avançar sobre os segmentos de menor renda, que em sua maioria são habitantes da periferia de São Paulo, e representam a base social do presidente Lula (PT). Para se garantir no segundo turno, Boulos apostará na entrada mais efetiva de Lula em sua campanha.

Novo Estatuto Da Segurança Privada: Modernização e Desafios no Setor

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O recente Estatuto da Segurança Privada, sancionado pelo presidente Lula, marca uma etapa crucial na regulamentação de um setor essencial para a segurança no Brasil. Após décadas de demandas por atualizações, o estatuto traz mudanças significativas que modernizam as normas, adaptando-as aos avanços tecnológicos e às novas práticas de segurança. No entanto, vetos presidenciais sobre alguns pontos delicados abriram espaço para debates acalorados entre especialistas, empresas e sindicatos do setor.

Entre as inovações mais relevantes, destaca-se a regulamentação do uso de tecnologias avançadas, como drones e câmeras corporais. Essas ferramentas são vistas como essenciais para aumentar a eficiência na vigilância e no monitoramento, permitindo uma atuação mais robusta das empresas de segurança privada.

Além disso, o estatuto reforça a necessidade de capacitação contínua dos profissionais do setor, exigindo novos parâmetros de formação para garantir que os trabalhadores estejam aptos a enfrentar os desafios contemporâneos da segurança física e cibernética. Outra mudança importante é a possibilidade de expansão dos serviços oferecidos por empresas de segurança, permitindo que atuem em áreas antes restritas, como eventos e proteção de patrimônios públicos sob contratos específicos.

Apesar dos avanços, a sanção do estatuto foi acompanhada por vetos presidenciais a algumas propostas controversas. Um dos vetos mais discutidos foi a ampliação do porte de armas para profissionais de segurança privada. O governo, comprometido com uma política de desarmamento, justificou o veto alegando a necessidade de manter o controle sobre armamentos em mãos privadas.

Outro ponto de veto foi a permissão para que empresas de segurança privada atuassem em áreas públicas ou de interesse coletivo sem regulação específica. O governo temia que tal medida pudesse gerar conflitos com as forças de segurança pública, uma vez que a segurança pública é um dever constitucional do Estado. Por fim, o veto à atuação de empresas privadas no campo da inteligência foi justificado pela necessidade de manter esse tipo de atividade sob controle exclusivo de órgãos públicos, evitando a criação de mercados paralelos de dados sensíveis.

A modernização das normas foi bem recebida por muitas empresas, que veem no novo estatuto uma maior segurança jurídica e oportunidades para expandir seus serviços. Contudo, as restrições ao porte de armas e à atuação em áreas públicas geraram preocupações, especialmente entre as empresas de transporte de valores e escolta armada, que consideram o armamento um recurso crucial para sua segurança.

Além disso, a necessidade de adaptação às novas exigências de compliance e capacitação contínua pode pesar no orçamento de pequenas e médias empresas, criando barreiras financeiras que precisam ser superadas para a correta implementação do estatuto.

O Estatuto da Segurança Privada representa um avanço importante para a modernização do setor, promovendo a inclusão de novas tecnologias e estabelecendo padrões mais rígidos de capacitação profissional. Entretanto, os vetos presidenciais evidenciam a complexidade de equilibrar a atuação da segurança privada com a necessidade de manter o controle estatal sobre o uso da força e a coleta de informações sensíveis.

A implementação adequada das novas regras será crucial para que o setor continue contribuindo de forma eficaz à segurança pública, sem comprometer direitos fundamentais. Empresas e sindicatos precisarão se adaptar rapidamente ao novo cenário, enquanto a sociedade civil e os órgãos reguladores devem acompanhar de perto essa transição.

Análise: Tropeços diplomáticos

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Há tempos a diplomacia brasileira não vive bons momentos. Dentro do Itamaraty, persiste um clima de cizânia que vem desde o início do século. Nos tempos de Bolsonaro, padecemos com a gestão confusa de Ernesto Araújo, que, em seus delírios, propôs uma aliança cristã com os Estados Unidos e a Rússia. Criticou, ainda, o globalismo e afirmou que “fascismo e nazismo são fenômenos de esquerda”.

No ano passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizou uma série de viagens internacionais, visitando 24 países em todos os continentes, exceto a Oceania. Enquanto conseguiu reposicionar a diplomacia brasileira no cenário global após o turbulento período bolsonarista, também acumulou declarações controversas e discursos ambíguos, que geraram desgastes tanto nas relações internacionais quanto no plano doméstico.

Mais recentemente, tivemos erros e acertos que caracterizam tempos de tropeços e sinais confusos. O Brasil tem sido leniente com o Hamas, que é um grupo terrorista, em sua cruzada contra Israel, assim como foi com a Venezuela em sua marcha rumo a uma ditadura populista. Ao mesmo tempo, adotou medidas pragmáticas e coerentes com nossa tradição ao criticar a perseguição aos bispos católicos na Nicarágua, governo sandinista que guarda algumas semelhanças ideológicas com o petismo.

No entanto, tanto no bolsonarismo quanto no lulismo vimos as políticas ideológicas contaminando as políticas de Estado. Quando as políticas de governo interferem nas políticas de Estado, diversos efeitos negativos podem comprometer a estabilidade, a eficiência e a continuidade das ações de um país. A situação é ainda agravada pelo fato inédito de que a Associação e Sindicato dos Diplomatas Brasileiros (ADB) aprovou, pela primeira vez na história da entidade, um indicativo de greve, devido a questões salariais e de carreira. Seria vergonhoso para o país termos uma greve de diplomatas às vésperas da Cúpula do G20.

Como abordei em minha coluna passada, os sinais dos tempos não são bons. O mundo está sendo desafiado pela profusão de conflitos e potenciais confrontos que se anunciam. Nossa diplomacia ajudou o Brasil a navegar por três guerras de dimensões imensas no século passado: as duas guerras mundiais e a Guerra Fria, entre Estados Unidos e União Soviética.

O pragmatismo sempre esteve no cerne da diplomacia brasileira, pautando-se por uma postura equilibrada e focada na obtenção de resultados que atendam aos interesses nacionais. Essa abordagem, ao longo da história, permitiu ao Brasil manter relações diplomáticas construtivas com países de diferentes orientações ideológicas e econômicas, priorizando o diálogo, a cooperação mútua e o respeito à soberania dos Estados.

É nesse pragmatismo que devemos ancorar nossas agendas internacionais, buscando consolidar o Brasil como um ator relevante no cenário global. O pragmatismo diplomático, no entanto, exige também a capacidade de adaptação às dinâmicas globais em constante transformação, sem jamais perder de vista os princípios fundamentais que regem nossa política externa: a defesa da paz, o respeito à soberania dos povos e a promoção dos direitos humanos.

Publicado em VEJA de 16 de agosto de 2024, edição nº 2906 e no site

Análise: Preocupantes sinais dos tempos

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Os chamados “sinais dos tempos” são vistos como advertências ou indícios que precisam ser analisados e compreendidos para que a sociedade possa se preparar para o futuro. Há muito, os sinais dos tempos não são bons. A polarização política consome o pragmatismo. Os desencontros predominam nas agendas. O multilateralismo está em crise. E problemas dos séculos passados, como desigualdade, racismo e intolerância religiosa, prosseguem ocupando os espaços da vida.

Recentemente, investidores desmontaram um dos maiores carry trades de todos os tempos, em uma clara demonstração de aversão a risco. Migraram seus investimentos para aplicações conservadoras. Temores de recessão assustaram o mercado em todo o mundo. Na geopolítica mundial, os arranjos que se formam apontam para temas perigosos e situações delicadas.

Uma rápida mirada ao redor acrescenta preocupações relevantes ao cenário. Na vizinhança, a Argentina não mostrou condições de se recuperar e corre o risco de viver agudos retrocessos. A Venezuela enveredou por uma viagem de miséria, pobreza, tráfico de drogas e corrupção cujo fim é incerto. Na Europa, os novos líderes tampouco estão à altura dos conflitos que prosseguem por conta da invasão russa na Ucrânia, da guerra no Oriente Médio e da questão da imigração. As tensões crescentes entre Irã e Israel podem piorar ainda mais o quadro na região.

No Oriente, existe o espectro de ações bélicas em Taiwan e a economia chinesa anda de lado com uma queda brutal no consumo. Até mesmo o mercado de alto luxo foi duramente atingido no primeiro semestre do ano. O FMI aponta que, sem mudanças estruturais, a economia chinesa perderá ainda mais dinamismo.

“Um mundo que parecia alegre com o boom das commodities e a globalização voltou-se para o confronto, o conflito e a desconfiança”

No Japão, o índice acionário Nikkei, na primeira semana de agosto, apresentou queda semelhante ao verificado no crash da Black Monday de 1987.
As expectativas de desaquecimento também chegam aos Estados Unidos. Em meio a temores de recessão, as eleições presidenciais norte-americanas têm como protagonistas dois nomes com imensas fragilidades. Kamala Harris, uma vice-presidente opaca, e o polêmico Donald Trump. Nenhum deles transmite confiança frente aos desafios existentes.

Um mundo que parecia alegre com o boom das commodities e a globalização voltou-se para o confronto, o conflito e a desconfiança. O terrorismo, que se insinuava como o grande vilão da paz mundial, tem a companhia da crescente globalização do crime organizado. Como pano de fundo, há a polarização radicalizada da política, promovendo preconceito, incerteza e insegurança.

Os sinais prosseguem ruins com a decadência das instituições, que, mesmo em ambientes democráticos, se envolvem em conflitos internos enquanto o mundo pega fogo — literalmente, considerando o aquecimento global. As lideranças hoje postas, como disse, tampouco parecem preparadas para tempos ainda mais difíceis, ou para evitar que o ambiente acabe se deteriorando gravemente. Parafraseando Montaigne, o mundo está cheio de material inflamável e as lideranças circundam as crises com tochas ardentes de insanidade, despreparo e radicalismo.

Reforma Tributária: Câmara faz esforço concentrado para votar regulamentação do Comitê Gestor

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A Câmara dos Deputados terá semana de esforço concentrado para analisar o PLP 108/24, segundo texto da regulamentação da reforma tributária. O texto tem foco no funcionamento do comitê gestor do novo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que vai substituir os atuais ICMS e ISS.

O relator do grupo de trabalho sobre o tema, deputado Mauro Benevides (PDT-CE), está otimista para a aprovação do relatório elaborado pelo colegiado. “O nosso texto está tão redondo que eu até desconfio que a votação será mais fácil que a do primeiro projeto da reforma”, afirmou.

Benevides também comenta a discussão sobre impostos sobre o patrimônio no âmbito do texto. “A gente também fez uma reorganização de como será tratado o Imposto Sobre Transmissão de Causa Morte e Doação e o Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis”.

O primeiro projeto de regulamentação da reforma tributária (PLP 68/24), que regulamenta o IBS e a Contribuição Social sobre Bens e Serviços (CBS), foi aprovado pela Câmara em julho e aguarda agora a análise do Senado. Em razão das eleições municipais de outubro, o Plenário da Câmara fará duas semanas de esforço concentrado em agosto (12,13 e 14 e 26,27 e 28) e uma em setembro (9, 10 e 11).

Caos global: pane no software da Crowdstrike afeta viagens, bancos e saúde – Análise

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Uma falha em uma atualização de software da Crowdstrike causou um caos global, impactando viagens aéreas, serviços bancários e sistemas de saúde. A interrupção começou a ser notada em aeroportos na Austrália e rapidamente se espalhou, afetando diversas companhias aéreas, bancos e prestadores de serviços de saúde ao redor do mundo.

A Crowdstrike, empresa de segurança cibernética, identificou que a falha foi causada por uma atualização defeituosa de seu software antivírus Falcon, que protege dispositivos Microsoft Windows contra ataques maliciosos. Segundo George Kurtz, CEO da Crowdstrike, o problema está restrito a computadores com o sistema operacional Windows e não se trata de um ataque cibernético, mas de um erro técnico. A empresa já implementou uma correção, mas cada dispositivo afetado precisará de uma reinicialização manual em modo de segurança, o que representa um enorme desafio para os departamentos de TI.

Enquanto isso, a Microsoft está orientando seus clientes a reiniciar os dispositivos afetados várias vezes, o que tem mostrado resultados positivos em alguns casos. Além disso, especialistas em TI estão sendo instruídos a deletar um arquivo específico para resolver o problema, uma solução que não é recomendada para usuários comuns.

O impacto no setor de viagens foi significativo, com longas filas e atrasos em aeroportos como Londres, Tóquio, Amsterdã e Nova Délhi. Companhias aéreas como Ryanair, British Airways, United, Delta e American Airlines tiveram que cancelar ou atrasar voos, causando transtornos para milhares de passageiros. Além disso, serviços de emergência, sistemas de pagamento e empresas ferroviárias também foram afetados pela interrupção.

Essa situação destaca a complexidade da infraestrutura digital moderna e como um problema técnico em uma empresa como a Crowdstrike pode desencadear um efeito dominó global. Fundada há apenas 13 anos, a Crowdstrike cresceu rapidamente, mas este incidente mostra os desafios e a responsabilidade de gerir a segurança de um vasto número de clientes e dispositivos.

Senador Rogério Carvalho (PT-SE)

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 O senhor encontrou Gabriel Galípolo [Diretor de Política Monetária do Banco Central e indicado para a presidência do órgão] esta semana. O que conversaram?

Galípolo é muito consistente, tem clareza das questões e dos desafios do Banco Central. Tratamos um pouco sobre o câmbio, que é um problema. Conversamos sobre a falta de conexão entre a variação cambial e os fundamentos econômicos reais. Esse câmbio, que está muito volátil, não tem uma justificativa objetiva. Tem a ver com ataques especulativos já decorrentes do uso de Inteligência Artificial. Isso é um problema no mundo inteiro.

O fato de a sabatina no Senado ficar para depois das eleições pode prejudicar Galípolo?

Não. Ele é uma pessoa que tem posições claras, mas não carrega um peso ideologizado na sua posição, o que facilita o trânsito dele aqui dentro do Senado. Como nas escolhas para ministro do STF e do STJ, dificilmente você não aprova. Também como presidente do Banco Central todos querem fazer a interlocução. Então acho que isso independe de quando acontecer, seja depois das eleições, daqui a três semanas, ou antes.

Como o senhor vê a tramitação da regulamentação da Reforma Tributária aqui no Senado?

É um momento em que está todo mundo em eleição. Nós tivemos só duas semanas de atividades presenciais. Então, é um período complexo. Mas algumas audiências públicas estão sendo realizadas, mesmo de maneira mais esvaziada. Também são muitas emendas. A verdade é que ninguém quer pagar impostos, mas se ninguém pagar imposto o Estado não cumpre seu papel, não tem distribuição de riqueza. Então eu preciso ter algum conceito orientador. Mas como fazer esse processo? Não pode ser decorrente da vontade dos representantes dos segmentos, ou não se tem Reforma Tributária.

Os pedidos de impeachment do ministro Alexandre de Moraes devem andar no Senado?

Uma empresa de tecnologia não pode usar a liberdade de expressão para manipular, abusar do poder. Se fazem essa política rasteira, quem fica sob ataque é a instituição republicana. Dito isso, vou estranhar muito se o presidente Rodrigo Pacheco não arquivar de imediato. Agora vão pedir o impeachment de todos os ministros?