A nova rodada da pesquisa Latam Pulse Brasil divulgada hoje (02) aponta que a desaprovação ao presidente Lula (PT) voltou a crescer. Em relação a outubro, o índice negativo subiu 2,6 pontos percentuais. Nesse mesmo período, a aprovação caiu 2,6 pontos. Neste momento, o presidente tem um saldo negativo de popularidade de 2,1 pontos. A margem de erro da pesquisa é de um ponto percentual para mais ou para menos.
Apesar do país permanecer muito polarizado, vale registrar que a melhora na aprovação de Lula, registrada nos meses de setembro e outubro, foi interrompida.
Esta matéria foi publicada primeiro no Arko Alerta, exclusivo para clientes Arko Advice. Para saber como receber, CLIQUE AQUI.
Ao que tudo indica, esse resultado pode ser atribuído ao impacto negativo da agenda da segurança pública na imagem presidencial. Interessante observar que temas potencialmente positivos para o governo como a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em zerar tarifas sobre impostos agropecuários; a sanção do projeto que isenta do pagamento do imposto de renda (IR) quem ganha até R$ 5 mil reais; e a prisão do ex-presidente Bolsonaro (PL) não ajudaram Lula.
AVALIAÇÃO DO PRESIDENTE LULA
| AVALIAÇÃO |
JAN (%) |
FEV (%) |
MAR (%) |
ABR (%) |
MAI (%) |
JUN (%) |
JUL (%) |
AGO (%) |
SET (%) |
OUT (%) |
NOV (%) |
| Desaprova |
51,4 |
53,0 |
53,6 |
50,1 |
53,7 |
51,8 |
49,7 |
51,0 |
48,3 |
48,1 |
50,7 |
| Aprova |
45,9 |
45,7 |
44,9 |
46,1 |
45,4 |
47,3 |
50,2 |
47,9 |
50,8 |
51,2 |
48,6 |
*Fonte: Latam Pulse Brasil/Atlas Bloomberg (22 a 27/11
Em relação à avaliação do governo, também identificamos uma piora. Comparado a outubro, a avaliação negativa (ruim/pessima) cresceu 1,4 pontos percentuais. Nesse mesmo período, a avaliação positiva (ótimo/bom) caiu 4 pontos. O índice regular baixou 3,8 pontos.
AVALIAÇÃO DO GOVERNO LULA
| AVALIAÇÃO |
JAN (%) |
FEV (%) |
MAR (%) |
ABR (%) |
MAI (%) |
JUN (%) |
JUL (%) |
AGO (%) |
SET (%) |
OUT (%) |
NOV (%) |
| Ruim/Péssimo |
46,5 |
50,8 |
49,6 |
47,7 |
52,1 |
51,2 |
48,2 |
51,2 |
48,0 |
47,2 |
48,6 |
| Ótimo/Bom |
37,8 |
37,6 |
37,4 |
40,2 |
41,9 |
41,6 |
46,6 |
43,7 |
46,2 |
48,0 |
44,4 |
| Regular |
15,6 |
11,3 |
12,5 |
9,6 |
6,0 |
7,2 |
5,1 |
5,1 |
5,8 |
4,8 |
7,0 |
*Fonte: Latam Pulse Brasil/Atlas Bloomberg (22 a 27/11
Apesar do governo celebrar indicadores econômicos como a geração de empregos, a percepção da opinião pública sobre a economia é adversa ao Palácio do Planalto. Segundo o Altasintel, 54% dos entrevistados consideram que a situação econômica do Brasil é ruim neste momento. Apenas 31% consideram boa. Quanto ao emprego, 46% entendem que é ruim. Somente 31% avaliam como boa.
Outro problema para o governo envolve o sentimento dos brasileiros em relação aos principais problemas do país. Para 63%, o maior problema é a criminalidade e o tráfico. Na sequência aparecem a corrupção (60%); O extremismo político (22%); A economia e a inflação (22%); e o enfraquecimento da democracia (16%).
Ou seja, os temas que são vistos pela população como os principais problemas do país são assuntos em que o governo Lula tem dificuldade em construir uma narrativa para além do espectro da esquerda: a segurança pública e a corrupção. Narrativas como a de que “o bandido é vítima da sociedade” e o “combate a corrupção no andar de cima” tem ressonância limitada na opinião pública.
Esta matéria foi publicada primeiro no Arko Alerta, exclusivo para clientes Arko Advice. Para saber como receber, CLIQUE AQUI.
Sucessão mostra cenário complexo e indefinido
A piora na avaliação do presidente Lula (PT) e também do governo acirra o quadro sucessório. Apesar de Lula liderar todas as simulações de primeiro turno, temos um cenário de empate técnico nas simulações de segundo turno quando o presidente tem como adversário o governador de São Paulo (SP), Tarcísio de Freitas (Republicanos); a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL); e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Na primeira simulação, que espelha o cenário de 2022, Lula está tecnicamente empatado com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A margem numérica de Lula é de apenas 0,9 pontos em meio ao maior desgaste político do bolsonarismo.
CENÁRIO DE INTENÇÃO DE VOTO – 1º TURNO
| CANDIDATOS |
INTENÇÃO DE VOTO (%) |
| Lula (PT) |
45,7 |
| Jair Bolsonaro (PL) |
44,8 |
| Ciro Gomes (PSDB) |
2,8 |
| Simone Tebet (MDB) |
2,9 |
| Branco/Nulo |
1,8 |
| Indecisos |
0,2 |
*Fonte: Latam Pulse Brasil/Atlas Bloomberg (22 a 27/11
Nos demais cenários estimulados, a intenção de voto nos candidatos de centro-direita supera os índices de Lula. No entanto, como os percentuais dos representantes de oposição registra um empate técnico com os índices do presidente no limite da margem de erro, a possibilidade de Lula vencer em primeiro turno, principalmente se a oposição seguir dividida, embora não seja o cenário mais provável, não deve ser descartada.
No cenário 1, Lula teria 48,4% das intenções de voto contra 46,5% das alternativas de oposição. No cenário 2, o presidente teria 48,7% contra 49,5% dos demais candidatos de oposição. No cenário 3, Lula aparece com 48,5% contra 41,6% dos demais adversários. No cenário 4, Lula registra 47,3% contra 48,9%.
Sem Lula na disputa e o PT sendo representado por Fernando Haddad, o ministro da Fazenda registra 44,4% contra 46,9% dos demais adversários.
CENÁRIOS DE INTENÇÃO DE VOTO – 1º TURNO
| CANDIDATOS |
CENÁRIO 1 (%) |
CENÁRIO 2 (%) |
CENÁRIO 3 (%) |
CENÁRIO 4 (%) |
CENÁRIO 5 (%) |
| Lula (PT) |
48,4 |
48,7 |
48,5 |
47,3 |
|
| Flávio Bolsonaro (PL) |
|
|
|
23,1 |
|
| Fernando Haddad (PT) |
|
|
|
|
44,4 |
| Tarcísio de Freitas (Republicanos) |
32,5 |
|
|
|
32,3 |
| Michelle Bolsonaro (PL) |
|
28,6 |
|
|
|
| Romeu Zema (Novo) |
2,3 |
4,4 |
9,5 |
5,0 |
2,9 |
| Ratinho Júnior (PSD) |
4,1 |
5,0 |
12,6 |
7,1 |
4,2 |
| Ronaldo Caiado (União Brasil) |
5,7 |
9,4 |
16,9 |
10,2 |
5,6 |
| Renan Santos (Missão) |
1,9 |
2,1 |
2,6 |
2,4 |
2,0 |
| Eduardo Leite (PSD) |
|
|
|
1,1 |
|
| Branco/Nulo/Indecisos |
5,0 |
1,8 |
10,0 |
3,8 |
8,5 |
*Fonte: Latam Pulse Brasil/Atlas Bloomberg (22 a 27/11
Esta matéria foi publicada primeiro no Arko Alerta, exclusivo para clientes Arko Advice. Para saber como receber, CLIQUE AQUI.
Nas simulações de segundo turno, Lula está tecnicamente empatado com Tarcísio de Freitas, Michelle Bolsonaro, e Jair Bolsonaro, que não será candidato. Contra os governadores Romeu Zema (Novo-MG) e Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), a vantagem do presidente é de apenas oito pontos percentuais. Contra o governador Ratinho Júnior (PSD-PR), a vantagem de Lula é um pouco maior: nove pontos. A disputa mais folgada para Lula seria contra o governador Eduardo Leite (PSD-RS). Nesse cenário, a distância a favor do presidente atinge 19 pontos.
CENÁRIOS DE INTENÇÃO DE VOTO – 2º TURNO
| CANDIDATOS |
CENÁRIO 1 (%) |
CENÁRIO 2 (%) |
CENÁRIO 3 (%) |
CENÁRIO 4 (%) |
CENÁRIO 5 (%) |
CENÁRIO 6 (%) |
CENÁRIO 7 (%) |
| Lula (PT) |
49,0 |
49,0 |
49,0 |
49,0 |
49,0 |
49,0 |
47,0 |
| Jair Bolsonaro (PL) |
|
|
47,0 |
|
|
|
|
| Tarcísio de Freitas (Republicanos) |
47,0 |
|
|
|
|
|
|
| Michelle Bolsonaro (PL) |
|
47,0 |
|
|
|
|
|
| Ratinho Júnior (PSD) |
|
|
|
|
|
40,0 |
|
| Romeu Zema (Novo) |
|
|
|
41,0 |
|
|
|
| Ronaldo Caiado (União Brasil) |
|
|
|
|
41,0 |
|
|
| Eduardo Leite (PSD) |
|
|
|
|
|
|
28,0 |
| Branco/Nulo/Indecisos |
4,0 |
4,0 |
4,0 |
10,0 |
10,0 |
11,0 |
25,0 |
*Fonte: Latam Pulse Brasil/Atlas Bloomberg (22 a 27/11
Conforme podemos observar, Lula, do primeiro para o segundo turno, agrega poucos votos. Isso significa que, caso o presidente não consiga vencer no primeiro turno – cenário pouco provável hoje – o segundo turno tende a ser difícil para ele.
Embora o racha na clã Bolsonaro e a divisão na chamada direita tradicional (sem agenda e candidato definido) potencialmente beneficiem Lula, fatores como o sentimento de mudança na opinião pública e a dificuldade do governo em construir uma agenda para a segurança pública desafiam o Palácio do Planalto.
Por outro lado, Lula ainda não capitalizou o impacto econômico da aprovação da isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil, já que a medida entrará em vigor em janeiro de 2026. Tema do pronunciamento do presidente no último final de semana, esta será a grande aposta do governo para vencer a eleição.
Outro aspecto importante é a elevada abstenção, que tem girado em torno de 20%. A abstenção tem sido maior entre os segmentos de menor renda e escolaridade, o que potencialmente pode tirar votos de Lula.