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Projeto propõe controle do Congresso sobre venda de mineradoras a estrangeiros

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Nicoletti
Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

O deputado federal Nicoletti (União-RR) apresentou o PL 4415/2025, que estabelece novas regras para a aquisição de empresas de mineração brasileiras por estrangeiros. A proposta busca reforçar a soberania nacional e a proteção de recursos minerais considerados estratégicos para o país.

Pelo texto, qualquer pessoa física ou jurídica estrangeira que pretenda assumir o controle de mineradoras no Brasil precisará de autorização prévia do Congresso Nacional. O processo de aprovação incluirá ainda a análise obrigatória do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e do Conselho de Defesa Nacional (CDN).

Argumentos

Nicoletti defende que a medida é necessária para resguardar o Brasil diante de riscos à segurança e aos interesses estratégicos, especialmente em relação a minerais críticos para a defesa, a transição energética e a inovação tecnológica.

“Não somos contra investimentos estrangeiros, mas eles precisam ocorrer de forma transparente, respeitando os interesses nacionais e garantindo que o Brasil mantenha o controle sobre seu patrimônio mineral”, afirmou o parlamentar.

Sanções e impactos jurídicos

O projeto também prevê sanções e a nulidade automática de aquisições feitas sem o cumprimento das novas regras, reforçando a responsabilidade do Congresso na proteção de áreas de fronteira, regiões estratégicas e na gestão sustentável dos recursos naturais.

De acordo com Nicoletti, operações recentes envolvendo a venda de ativos de mineração brasileiros para empresas estrangeiras acenderam um alerta sobre a vulnerabilidade do país.

“Nosso solo e nossas riquezas não estão à venda sem o devido crivo da sociedade e do Congresso Nacional”, disse.

A proposta agora tramitará na Câmara dos Deputados e, se aprovada, poderá representar um marco regulatório inédito para a preservação do patrimônio mineral brasileiro.

Mercado interrompe reduções na previsão da inflação, e reduz estimativa pro PIB

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Foto: Divulgação/Banco Central

O Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (8) pelo Banco Central (BC), aponta que o mercado financeiro interrompeu a série de reduções na projeção para o IPCA de 2025, após 14 semanas consecutivas de queda. A expectativa para o índice se manteve em 4,85%.

Já para o câmbio, a projeção para o dólar recuou, chegando em R$ 5,55. Para o PIB de 2025, o número desceu para 2,16%, chegando também a diminuir as previsões para 2026 e 2027.

Próximos anos

Para os anos seguintes, as expectativas de inflação tiveram queda:

  • IPCA de 2026: 4,30% (era 4,31% na semana passada)

  • IPCA de 2027: 3,93% (era 3,94%)

  • IPCA de 2028: 3,70% (era 3,80%)

No caso do IGP-M, principal referência para reajustes de contratos de aluguel:

  • 2025: 1,15% (era 1,14%)

  • 2026: 4,23% (estável)

  • 2027: 4,00% (estável há 34 semanas)

  • 2028: 3,96% (era 3,98%)

PIB e dólar

As expectativas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) tiveram reduções:

  • 2025: 2,16% (era 2,19%)

  • 2026: 1,85% (era 1,87%)

  • 2027: 1,88% (era 1,89%)

  • 2028: 2,00% (estável há 78 semanas)

Já com o dólar, leves alterações:

  • 2025: R$ 5,55 (era R$ 5,56)

  • 2026: R$ 5,60 (era R$ 5,62)

  • 2027: R$ 5,60 (era R$ 5,62)

  • 2028: R$ 5,56 (era R$ 5,60)

Taxa Selic

A projeção para a taxa básica de juros permanece inalterada há semanas, refletindo consenso sobre estabilidade no cenário de política monetária:

  • 2025: 15% (mesmo valor há 11 semanas)

  • 2026: 12,50% (mesmo valor há 32 semanas)

  • 2027: 10,50% (mesmo valor há 30 semanas)

  • 2028: 10,00% (mesmo valor há 37 semanas)

Termômetro das expectativas

Boletim Focus é divulgado semanalmente pelo Banco Central, e reúne projeções de economistas, analistas e operadores do mercado financeiro. Ele serve como um termômetro das expectativas econômicas, e influencia decisões de empresas, investidores e do próprio governo.

Como será a semana – 07/9 a 12/9

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Como será a semana, agenda

No domingo, Dia da Independência, estão previstas manifestações de apoiadores do governo e do ex-presidente Jair Bolsonaro em várias cidades do país. O STF retoma o julgamento de Bolsonaro e outros sete réus acusados de golpe de estado. O julgamento termina na sexta-feira, 12. O senador Eduardo Braga (MDB-AM) apresenta parecer ao PLP 108/22 (Regulamentação da Reforma Tributária).

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AGENDA POLÍTICA DA SEMANA

Domingo (07/09)

  • O presidente Lula (PT) participa, em Brasília, da celebração do Dia da Independência do Brasil.

  • Estão previstas manifestações de esquerda e de direita em várias cidades do país.

Segunda-feira (08/09)

  • Willamy Moreira Frota e Gentil Nogueira de Sá Júnior tomam posse na diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Terça-feira (09/09)

  • Promulgação da proposta de emenda à Constituição que altera as regras sobre o pagamento de precatórios (PEC 66/2023).

  • A Câmara pode votar MP 1300/25, que garante isenção total da conta de luz para famílias de baixa renda que consumirem até 80 quilowatts-hora (kWh) por mês.

  • A Comissão Mista de Orçamento pode votar o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2026 (PLN nº 2/25).

  • O senador Eduardo Braga (MDB-AM), relator do projeto de lei complementar que trata do Comitê Gestor (Reforma Tributária – PLP 108/22), apresenta seu parecer na Comissão de Constituição e Justiça do Senado.

  • O Senado pode votar Projeto de Lei Complementar (PLP) 168/2025, que viabiliza a medida provisória (MP) do pacote para socorrer as empresas afetadas pelo tarifaço dos Estados Unidos (MP 1309/25).

  • A Comissão de Finanças e Tributação da Câmara realiza audiência pública, às 14h, para discutir o projeto 581/19, que prevê participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados das empresas com o mesmo tratamento fiscal dado à distribuição de lucros ou dividendos aos sócios ou acionistas.

  • A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal continua julgamento da ação penal que trata de tentativa de golpe de estado em 2022.

  • A Confederação Nacional da Indústria divulga Indicadores Industriais.

Quarta-feira (10/09)

  • A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal continua julgamento da ação penal que trata de tentativa de golpe de estado em 2022.

  • O Supremo Tribunal Federal promove audiência pública para discutir a legalidade da contratação de trabalhador autônomo ou pessoa jurídica (PJ) para prestação de serviços (“pejotização”).

  • O Supremo Tribunal Federal julga a validade das mudanças na Lei dos Planos de Saúde (ADI 7265) que obrigam operadoras a cobrir tratamentos fora da lista da Agência Nacional de Saúde (ANS).

  • Último dia para apresentação de emendas à MP 1.313/25, que trata do programa Gás do Povo.

  • Edson Victor Eugênio de Holanda e Octavio Penna Pieranti tomam posse no Conselho Diretor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

  • O IBGE divulga o IPCA de agosto.

Quinta-feira (11/09)

  • O IBGE divulga resultado do varejo em julho.

  • A Confederação Nacional da Indústria divulga Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI).

Sexta-feira (12/09)

  • A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal deve concluir julgamento da ação penal que trata de tentativa de golpe de estado em 2022.

  • O IBGE divulga resultado do setor de serviços em julho.

Ministério da Integração lança atlas de PPPs sobre manejo de resíduos sólidos

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Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional lançou, há uma semana, o Atlas de Territórios Brasileiros para Parcerias Público-Privadas (PPPs) de Manejo de Resíduos Sólidos (aqui). O trabalho teve a participação da Secretaria Nacional de Fundos e Instrumentos Financeiros e o Instituto de Planejamento e Gestão de Cidades.

A publicação mapeia, de forma detalhada, os territórios brasileiros com maior potencial para a implantação de consórcios públicos e PPPs voltadas para a gestão integrada e sustentável de resíduos sólidos urbanos.

Com dados georreferenciados, indicadores socioeconômicos, infraestrutura disponível e análises de viabilidade técnica e econômica, o Atlas aponta oportunidades concretas para a estruturação de projetos de economia circular, o tratamento adequado de resíduos e a destinação ambientalmente correta, conforme a Política Nacional de Resíduos Sólidos.

O estudo identifica regiões estratégicas onde a cooperação intermunicipal pode reduzir custos, aumentar a eficiência operacional e atrair investimentos. E apresenta soluções como centrais de triagem e de reciclagem para aproveitar ao máximo o material componente dos resíduos e reduzir a emissão de gases de efeito estufa pelo Brasil.

Coleta de lixo

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada na semana passada pelo IBGE, mostram que a coleta de lixo alcançou 86,9% dos domicílios do país em 2024, refletindo crescimento desde o início da pesquisa, em 2016. À época, essa cobertura era de 82,7%.

Mas a pesquisa mostra também que o número de propriedades que ainda queimam o próprio lixo é consideravelmente grande, chegando 4,7 milhões de domicílios — ou 6,1% do total.

Entre os domicílios em áreas urbanas, o levantamento revelou que, no ano passado, 93,9% tinham como principal destino do lixo a coleta feita diretamente por serviço de limpeza, enquanto apenas 0,4% das propriedades realizavam a queima de resíduos.

Nas áreas rurais, somente 33,1% das moradias tinham o serviço de coleta direta de resíduos, enquanto mais da metade dos lares (50,5%) ainda realizavam a queima.

São Paulo registra salto no número de startups e empresas de inovação

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Foto: Arquivo/Agência Brasil

O estado de São Paulo tem registrado um avanço expressivo no número de empresas de inovação e startups nos últimos anos. Levantamento realizado pela Fundação Seade, com base nos dados do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e da Receita Federal, mostra que esses negócios inovadores saltaram de apenas seis unidades em 2021 para 1.881 em 2025.

Esse crescimento está diretamente ligado ao Inova Simples, programa nacional que criou uma modalidade jurídica específica para startups e empresas de inovação. A iniciativa busca simplificar a formalização dessas companhias e oferecer um tratamento diferenciado, com o objetivo de estimular a criação, o desenvolvimento e a consolidação de negócios capazes de impulsionar avanços tecnológicos, além de gerar emprego e renda.

Setores e regiões com maior concentração

Entre as empresas já formalizadas até maio de 2025, destacam-se principalmente as ligadas a serviços administrativos (341), tecnologia da informação (307) e educação (250). A concentração desses empreendimentos é maior na Região Metropolitana de São Paulo, que abriga 69,2% do total (1.301 empresas). Em seguida aparecem as regiões administrativas de Campinas (144) e São José dos Campos (93).

Na análise por municípios, a capital paulista reúne sozinha 58,4% das empresas ativas na modalidade Inova Simples, totalizando 1.103 negócios. Logo depois, surgem São José dos Campos (55), Campinas (49) e Ribeirão Preto (38), consolidando-se como polos importantes no mapa da inovação do estado.

Cade exige que Gol e Azul detalhem acordo de codeshare em 30 dias e proíbe expansão de rotas conjuntas

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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/Arquivo

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) determinou que as companhias aéreas Gol e Azul entreguem, em até 30 dias após a notificação, cópia e detalhes do acordo de cooperação comercial (codeshare) anunciado em maio de 2024, que integra as malhas aéreas das duas companhias.

Enquanto analisa o acordo, o Cade proibiu as empresas de expandir as rotas conjuntas. Dessa forma, qualquer ampliação dependerá da decisão final sobre o mérito e os possíveis impactos da parceria. Caso a Gol e a Azul não apresentem os detalhes da parceria ao Cade dentro do prazo, terão de suspender o acordo. Ao mesmo tempo, deverão assegurar os direitos dos clientes que compraram passagens conjuntas.

Decisão

A decisão resulta de um Procedimento de Apuração de Ato de Concentração que o Cade instaurou para avaliar se os termos da parceria entre Gol e Azul precisam ser analisados e aprovados pelos conselheiros da autarquia, que conduzem processos sobre infrações à ordem econômica e atos de concentração.

O procedimento inicial não analisa o mérito da cooperação comercial nem seus efeitos; ele se concentra, portanto, em exigir que as empresas informem o Cade sobre a estratégia e as cláusulas contratuais. Além disso, o relator do caso, conselheiro Carlos Jacques, destacou que os contratos de codeshare não recebem isenção automática da análise concorrencial e, por isso, o Cade deve avaliá-los individualmente.

Em seu voto, Carlos Jacques retomou o histórico do Cade na análise de acordos de cooperação comercial semelhantes. Além disso, ele propôs critérios para definir quando o conselho deve intervir, incluindo casos que envolvam empresas aéreas nacionais, sobreposição de malhas, bilateralidade do acordo e efeitos comparáveis a operações de fusão, especialmente em relação a riscos de coordenação entre concorrentes.

Rotas exclusivas

A Gol informou que a parceria com a Azul começará pelas rotas domésticas exclusivas, ou seja, aquelas operadas por apenas uma das companhias. Além disso, a cooperação abrange os programas de fidelidade, permitindo que os clientes acumulem pontos ou milhas no programa de sua preferência ao comprar bilhetes em trechos incluídos no codeshare.

Análise: Lula ensaia narrativa eleitoral

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Foto: José Cruz/Agência Brasil

Na reunião ministerial da semana passada, o presidente Lula (PT) emitiu sinais de qual será a estratégia do governo para a sucessão presidencial de 2026. Conforme vem ocorrendo desde o tarifaço contra o Brasil imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no início de agosto, o mote do nacionalismo passou a nortear as ações de Lula.

Não por acaso, na reunião ministerial Lula e parte dos ministros portaram um boné azul com a frase “O Brasil é dos brasileiros”. Com o objetivo de defender a soberania nacional, o slogan “União e Reconstrução” foi substituído por “Governo do Brasil, do lado do povo brasileiro”.

Dentro desse mote nacionalista estão inseridas críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), seu filho. Lula também continuará posicionando-se a favor da regulamentação das big techs, tema que desagrada a Donald Trump e à direita brasileira.

Desde o impacto negativo do tarifaço de Trump e do desgaste de Jair e Eduardo Bolsonaro, Lula encontrou na defesa da soberania uma marca para seu terceiro governo. Como vem ocorrendo desde 2022, ele busca manter “aquecida” a polarização com o bolsonarismo.

Seguindo essa estratégia, Lula começa a projetar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como seu adversário. Como consequência, Tarcísio será alvo do Palácio do Planalto. Na última sexta-feira (29), por exemplo, Lula disse que Tarcísio “não é nada” sem Jair Bolsonaro e que o governador “fará o que o ex-presidente quiser”.

Ainda que a defesa da democracia continue fazendo parte da narrativa governista, a mudança do slogan, conduzida pelo ministro da Secretaria de Comunicação, Sidônio Palmeira, e a provável condenação do ex-presidente Bolsonaro na ação penal da trama golpista devem fazer com que a agenda democrática não tenha em 2026 o mesmo apelo que em 2022.

Embora Lula tenha se apropriado da narrativa nacionalista, tirando essa pauta do discurso bolsonarista, as dificuldades encontradas pelo governo brasileiro em negociar com os Estados Unidos poderão enfraquecer o apelo eleitoral dessa agenda até 2026.

Um indício disso pode ser observado no resultado das últimas pesquisas. Além de a desaprovação do governo continuar mais elevada que a aprovação, os pré-candidatos da oposição, mesmo sendo menos conhecidos do que Lula, demonstram competitividade nas simulações de segundo turno contra o presidente. Além disso, ao contrário de eleições anteriores, a força do lulismo hoje no Nordeste é menor.

PL dos Portos: Governo anuncia acordo com trabalhadores

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Porto de Paranaguá
Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná

Representantes de federações de trabalhadores e de operadores portuários assinaram um memorando de entendimentos para formalizar propostas conjuntas sobre temas laborais. A articulação, mediada pelo Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), visa subsidiar o debate do Projeto de Lei (PL) 733/2025, que tramita em comissão especial na Câmara dos Deputados e propõe um novo marco regulatório para o setor portuário.

O acordo consolida sugestões para o capítulo do projeto que trata das relações de trabalho, buscando apresentar ao Poder Executivo e ao Congresso Nacional uma visão unificada dos setores envolvidos.

O documento assinado pelas entidades estabelece diretrizes para a modernização das relações de trabalho, com o compromisso de defender o conteúdo de forma coordenada junto aos parlamentares e à sociedade. As propostas serão encaminhadas à comissão especial que analisa o PL.

Definições e certificação profissional

O memorando aborda pontos centrais para a atividade portuária, como a definição e classificação das atividades de trabalho no setor. Além disso, o texto propõe a criação de uma certificação nacional para todos os trabalhadores portuários, sejam eles avulsos ou com vínculo empregatício. Essa certificação teria validade de cinco anos e permitiria a atuação em todo o território nacional, ampliando o mercado de trabalho para esses profissionais.

As propostas conjuntas também definem critérios para a contratação de trabalhadores com vínculo empregatício e estabelecem novas regras para a negociação coletiva. O objetivo é criar um ambiente de maior segurança jurídica e equilíbrio nas relações entre capital e trabalho no ambiente portuário.

O que muda com o PL dos Portos para os trabalhadores?

O PL 733/2025, elaborado por uma comissão de juristas, propõe alterações na legislação vigente, a Lei dos Portos (Lei 12.815/13). Uma das questões centrais do debate é a alteração no modelo de contratação de trabalhadores avulsos, atualmente intermediada com exclusividade pelos Órgãos Gestores de Mão de Obra (Ogmos).

A proposta do PL retira a exclusividade dos Ogmos na oferta de mão de obra. No entanto, o texto assegura que os trabalhadores vinculados a esses órgãos terão prioridade na contratação. Apenas em caso de recusa por parte desses profissionais, os operadores portuários poderiam buscar trabalhadores fora do sistema Ogmo, evitando a paralisação das atividades. Críticos da medida apontam que a flexibilização pode representar um enfraquecimento dos órgãos de contratação.

A proposta de certificação única e nacional é vista como um avanço para a mobilidade dos profissionais. Atualmente, o trabalhador avulso está geralmente vinculado a um Ogmo específico e a um porto organizado. Com a mudança, um profissional certificado poderia atuar em diferentes portos do país.

Tramitação do novo marco regulatório

O PL 733/2025 está sob análise de uma comissão especial na Câmara dos Deputados. O colegiado tem realizado audiências públicas para debater o tema com todos os setores envolvidos. A expectativa é que a proposta seja votada até o final do ano.

Segundo juristas que participaram da elaboração do anteprojeto, a iniciativa busca solucionar gargalos logísticos, regulatórios e trabalhistas que afetam o setor. O texto final busca equilibrar a valorização do trabalho e a liberdade econômica.

Quais as outras propostas do PL 733/2025?

Além das questões trabalhistas, o projeto de lei propõe outras atualizações para o setor portuário. Uma das principais frentes é a simplificação de processos regulatórios, patrimoniais e ambientais, atendendo a uma demanda de arrendatários de terminais. A proposta prevê, por exemplo, que a licença ambiental emitida para o porto organizado possa ser suficiente para os terminais nele contidos, reduzindo a burocracia.

Outro ponto em discussão é a definição de “portos estratégicos”, que, segundo o texto, não poderiam ser privatizados. Os critérios para essa classificação, no entanto, ainda não foram estabelecidos na proposta, cabendo ao governo federal ou ao legislativo essa definição.

Países da América Latina manifestam preocupação com presença militar dos EUA no Caribe

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Navio anfíbio USS Iwo Jima navegando no mar do Caribe em 28 de agosto de 2025. EUA, Estados Unidos
Foto: Logan Goins/US Navy

A Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) publicou comunicado afirmando compromisso com a paz, soberania e solução pacífica de conflitos, e repudiando a presença militar dos Estados Unidos no Caribe, vista como ameaça à estabilidade regional. A nota cita o Tratado de Tlatelolco, que estabelece a América Latina e Caribe como zona livre de armas nucleares.

“Se recorda que a América Latina e o Caribe foram proclamados como Zona de Paz, compromisso adotado por todos os Estados membros e sustentado em princípios como: a abolição da ameaça ou o uso da força, a solução pacífica de controvérsias, a promoção do diálogo e o multilateralismo, o respeito irrestrito à soberania e à integridade territorial”, aponta o documento.

O comunicado vem logo após os Estados Unidos enviarem navios, submarinos e militares para a costa da Venezuela sob a alegação de “combater cartéis de drogas”.

Tensões recentes

O envio de navios militares gerou uma escalada de tensões com os governos da América Latina, em especial com a Venezuela, ao qual Donald Trump chamou de “narcoestado”. Em resposta, o governo venezuelano denunciou intervenção dos Estados Unidos na região.

Na quinta-feira (4), os Estados Unidos acusaram a Venezuela de sobrevoar as proximidades de um navio norte-americano, alegando que isso aconteceu em águas internacionais. “Este movimento altamente provocador foi concebido para interferir nas nossas operações anti-narcoterrorismo”, disse o Pentágono, em comunicado.

Em seguida, agências internacionais de notícias informaram que os Estados Unidos enviaram 10 caças F-35 para Porto Rico, ilha do Caribe que é território estadunidense, mas fica próxima à Venezuela.

Na terça-feira (2), Trump divulgou um vídeo com um suposto ataque norte-americano a um barco, nas palavras do presidente, “que transportava drogas, muita droga”. O ministro da Comunicação e Informação da Venezuela, Freddy Ñañez, denunciou que o vídeo seria feito por inteligência artificial, e que o secretário de Estados dos EUA, Marco Rubio, estaria levando desinformação a Trump.

Declarações de líderes

O presidente da Celac e da Colômbia, Gustavo Petro, reforçou o compromisso regional com a paz, e criticou a minoria que não endossou o comunicado. O documento foi assinado por 21 países, enquanto 9 se rejeitaram a fazê-lo.

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, por sua vez, manteve discurso agressivo contra Maduro, afirmando que ele é um traficante de drogas e fugitivo da justiça norte-americana. Rubio descartou a avaliação do relatório em que a ONU descarta papel central da Venezuela no mercado global de drogas.

“Não me importa o que a ONU diga. A ONU não sabe do que está falando. Maduro estava escalado para um grande julgamento no Distrito Sul de Nova York. Não há dúvida sobre isso. Nicolás Maduro é um traficante de drogas condenado nos Estados Unidos e um fugitivo da justiça americana”, disse.

Países signatários

Assinaram o documento Brasil, México, Colômbia, Bolívia, Chile, Suriname, Uruguai, Venezuela, além de Honduras, Guatemala, Belize, Nicarágua, República Dominicana, Cuba, Barbados, Antígua e Barbuda, Granada, São Cristóvão e Neves, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas, e Dominica.

Argentina, Equador, Peru, Paraguai, Costa Rica, El Salvador, Guiana, Jamaica, e Trinidad e Tobago se recusaram a assinar a carta.

A Celac destacou a necessidade de combater o crime organizado e narcotráfico via cooperação internacional, respeitando o direito internacional.

Banco Central anuncia medidas para reforçar segurança do sistema financeiro

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Foto: Reprodução

O Banco Central (BC) anunciou, nesta quinta-feira (5), um conjunto de medidas para fortalecer a segurança do Sistema Financeiro Nacional. Segundo a instituição, as ações são uma resposta ao envolvimento do crime organizado “nos recentes eventos de ataques a instituições financeiras e de pagamentos”. As novas regras, que entram em vigor imediatamente, impactam principalmente instituições de pagamento não autorizadas e os Prestadores de Serviços de Tecnologia da Informação (PSTI).

Limitação do PIX

A medida mais imediata impõe um limite de R$ 15 mil para transações TED e Pix realizadas por instituições de pagamento não autorizadas e por aquelas que se conectam ao sistema via PSTI. A restrição será removida assim que a instituição e seu PSTI cumprirem os novos processos de controle de segurança definidos pelo BC. Como medida transitória, participantes que já atestarem a adoção de controles robustos de segurança poderão solicitar a dispensa desta limitação por um período de até 90 dias.

Autorização para funcionamento

O BC também endureceu as regras para o início de operações. Fica expressamente proibido que qualquer instituição de pagamento comece a operar sem a prévia autorização do Banco Central. Além disso, o prazo para que as instituições já em funcionamento, mas não autorizadas, regularizem sua situação foi antecipado de dezembro de 2029 para maio de 2026.

Novas regras para PSTI

Foram introduzidos controles adicionais específicos para o Pix. Agora, apenas instituições financeiras dos segmentos S1, S2, S3 ou S4 (excluindo-se cooperativas) poderão atuar como responsáveis pelo Pix das instituições de pagamento não autorizadas. Os contratos vigentes terão um prazo de 180 dias para serem adequados a esta nova exigência.

O BC poderá ainda requisitar certificação técnica ou uma avaliação independente que ateste o cumprimento dos requisitos por parte das instituições. Aquelas que já operam e tiverem seu pedido de autorização indeferido serão obrigadas a encerrar suas atividades em um prazo máximo de 30 dias.

O pacote também altera os requisitos de governança e gestão de riscos para PSTI. Eles foram ampliados e agora será exigido um capital mínimo de R$ 15 milhões para atuação no segmento. O descumprimento das novas normas poderá resultar na aplicação de medidas cautelares ou até no descredenciamento do prestador. Os PSTI já em atividade têm um prazo de quatro meses para se adequarem integralmente às novas determinações.