Em entrevista ao canal de televisão Fox News, o secretário de Estados dos Estados Unidos Marco Rubio afirmou que os EUA anunciarão novas sanções contra o Brasil como retaliação à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O anúncio deve ocorrer na próxima semana.
Rubio classificou o julgamento como parte de uma “campanha crescente de opressão judicial” e acusou juízes brasileiros, especialmente o ministro Alexandre de Moraes, de “perseguição política” e de “ameaças” a cidadãos americanos.
Se confirmadas, as novas sanções acontecerão enquanto o governo brasileiro estará nos EUA, para participar da Assembleia Geral da ONU, onde o Brasil tradicionalmente faz o discurso de abertura. O presidente Lula (PT) e seus principais ministros devem estar no país.
Possíveis medidas
As sanções do governo Donald Trump podem incluir aumento das tarifas de importação, suspensão de vistos para ministros do STF, ações contra familiares de Alexandre de Moraes e até mesmo a ruptura das relações diplomáticas.
O tarifaço, anunciado por Trump em julho, acabou sendo assinado com diversas exceções a produtos não produzidos dentro dos Estados Unidos, e diversas outras isenções foram anunciadas nas últimas semanas, tornando-o bastante desidratado frente ao anúncio original.
“Você tem esses juízes ativistas — um em particular — que não só perseguiu Bolsonaro, aliás, como tentou — ele tentou fazer reivindicações extraterritoriais contra cidadãos americanos ou contra alguém que postou online de dentro dos Estados Unidos, e chegou a ameaçar ir ainda mais longe nesse sentido [..] Portanto, haverá uma resposta dos EUA a isso, e faremos alguns anúncios na próxima semana sobre as medidas adicionais que pretendemos tomar”, alegou Rubio. Trata-se da primeira declaração do secretário para a imprensa após a condenação de Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão por liderar uma tentativa de golpe de Estado.
Lula, em artigo publicado no jornal New York Times neste domingo (14), declarou que respeita a independência dos Três Poderes, e afirmou que não negociará nem a soberania e nem a democracia brasileira