Em ordem executiva assinada nesta quarta-feira (30), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impôs uma tarifa adicional de 40% sobre as importações brasileiras, elevando a tarifa total para 50%.
De acordo com comunicado da Casa Branca, a decisão visa proteger interesses econômicos, políticos e de segurança nacional dos EUA, após identificar “ameaças à liberdade de expressão” e ao funcionamento de empresas norte-americanas no Brasil.
Em resposta, o presidente Lula (PT) convocou uma reunião com os ministros de Estado para ainda hoje.
“Vou me reunir para defender a soberania do povo brasileiro em função das medidas anunciadas”, afirmou.
Isenções abrangem setores-chave de exportação
Apesar do aumento generalizado, a ordem executiva exclui da tarifaço itens estratégicos da balança comercial como aeronaves civis, suco de laranja, minério de ferro, carvão e outros produtos selecionados. Levantamento preliminar da Arko Advice mostra que a lista de exceções divulgada pela Casa Branca inclui mais de 50% das exportações (em US$, com 2024 como referência).
A lista detalhada foi publicada junto à íntegra da ordem no site oficial da Casa Branca e busca evitar impactos em setores nos quais há alta dependência mútua ou peso relevante para cadeias globais de valor. Dos dez produtos mais exportados do Brasil para os EUA no ano passado, oito foram enquadrados como exceções.
Justificativa cita perseguição política
O texto divulgado pela Casa Branca faz menção direta ao ministro do STF, Alexandre de Moraes. Segundo Trump, decisões judiciais no Brasil teriam resultado em abusos de poder, censura e perseguição a opositores – especialmente ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados. A Casa Branca também acusa Moraes de impor sanções e multas contra empresas de redes sociais e brasileiros que moram nos Estados Unidos, como o blogueiro Paulo Figueiredo.
Mais cedo, o governo estadunidense aplicou a Lei Magnitsky à Moraes.
Aplicação em sete dias
A tarifa adicional entra em vigor sete dias após a assinatura da ordem executiva. A iniciativa reforça a política do governo Trump de usar barreiras comerciais como instrumento de pressão internacional.
O comunicado faz questão de associar a medida à “defesa dos interesses americanos em qualquer cenário global”.