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STF retoma amanhã julgamento de Bolsonaro e mais sete aliados

Primeira Turma avalia denúncias contra ex-presidente e sete ex-auxiliares por tentativa de golpe de Estado

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A Primeira Turma do STF retoma nesta terça-feira (9) o julgamento envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais sete aliados, com sessões previstas até sexta-feira (12). O grupo foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por liderar a tentativa de reverter o resultado das eleições de 2022.

O julgamento começou na semana passada, quando foram ouvidas as sustentações das defesas e a manifestação do procurador-geral da República, Paulo Gonet, em ser favorável à condenação de todos os réus deste núcleo.

Roteiro do julgamento

A sessão começa às 9h com abertura pelo presidente da Primeira Turma, ministro Cristiano Zanin. O relator Alexandre de Moraes será o primeiro a votar. Ele analisará questões preliminares levantadas pelas defesas, como nulidade da delação premiada de Mauro Cid, pedidos de cerceamento de defesa e solicitações de absolvição. Moraes pode pedir que a turma delibere imediatamente sobre as preliminares ou decidir votar tudo junto com o mérito.

Após o relator, votam Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e, por fim, Cristiano Zanin. A decisão por condenação ou absolvição se dará por maioria simples (ou seja, 3 dos 5 votos).

Caso condenados, a prisão não ocorrerá de forma automática. Ela só pode ser efetivada após a análise dos recursos contra a condenação.

São os réus:

  • Alexandre Ramagem (PL-RJ): ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e atual deputado federal;
  • Almir Garnier: almirante e ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres: ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal;
  • Augusto Heleno: general da reserva e ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
  • Jair Bolsonaro (PL): ex-presidente da República, atualmente em prisão domiciliar;
  • Mauro Cid: tenente-coronel, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e delator do esquema;
  • Paulo Sérgio Nogueira: general e ex-ministro da Defesa;
  • Walter Braga Netto: general da reserva, ex-ministro da Casa Civil, ex-ministro da Defesa e candidato à vice na chapa de 2022 (PL), atualmente preso;

Crimes

Bolsonaro, ex-ministros, generais e outros aliados respondem pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, e deterioração de patrimônio tombado.

Apenas Alexandre Ramagem responde por três dos cinco crimes, devido à prerrogativa de função parlamentar. O deputado continua respondendo pelos crimes de golpe de Estado, organização criminosa armada e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.

A denúncia da PGR separou os 32 acusados em cinco núcleos de atuação, levando em conta a separação já feita pela investigação da Polícia Federal (PF). O julgamento que será retomado amanhã é composto pelo primeiro núcleo, chamado “núcleo crucial”, onde estão as pessoas em comando de toda a tentativa de golpe de Estado.

Autor

  • Jornalista formado pela Universidade Católica de Brasília (UCB). Com experiência em Política, Economia, Meio Ambiente, Tecnologia e Cultura, tem passagens pelas áreas de reportagem, redação, produção e direção audiovisual.

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