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Petrobras decide voltar à distribuição de gás de cozinha

Decisão foca na redução dos custos para consumidores

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Em comunicado aos investidores publicado na noite desta quinta-feira (7), a Petrobras anunciou que o Conselho de Administração aprovou o retorno da empresa ao mercado de distribuição de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), conhecido popularmente como gás de cozinha. Pela decisão, o Plano Estratégico da companhia passa a incluir a possibilidade de atuação em distribuição em “negócios rentáveis e de parcerias nas atividades de distribuição, observadas as disposições contratuais vigentes”.

Assim, haverá atuação na distribuição de GLP, com integração com demais negócios da companhia. Essa diretriz também terá como base a busca por soluções de baixo carbono, diz o comunicado.

A estatal havia saído desse mercado durante o governo Jair Bolsonaro (PL), vendendo em 2020 a Liquigás para grupos privados. Apesar da aprovação, a empresa ainda não detalhou como será feita essa retomada, especialmente se incluirá a venda direta para consumidores residenciais.

Preocupação do governo

A decisão ocorre em um momento de forte preocupação do governo federal, principal acionista da Petrobras, com os altos preços do botijão de gás para as famílias brasileiras. O presidente Lula (PT) vem criticando publicamente a disparidade entre o preço praticado pela Petrobras, em torno de R$ 37, e o valor final para o consumidor, que pode chegar a R$ 110, R$120 ou até R$ 140 em algumas regiões, destacando que essa diferença é injusta, mesmo considerando os custos de transporte.

A Federação Única dos Petroleiros (FUP), que representa os trabalhadores do setor, declarou apoio à decisão, considerando-a uma vitória histórica da categoria. A entidade destaca que as reduções de preços promovidas pela Petrobras nas refinarias não são totalmente repassadas ao consumidor, o que motiva a retomada da distribuição para aumentar a competitividade.

Venda de gasolina

O retorno à distribuição de GLP não inclui o segmento de venda direta de gasolina em postos, que segue sob controle de empresas privadas como a Vibra Energia após a venda da BR Distribuidora em 2020. A Petrobras mantém contrato de licença para uso da marca BR até 2029, mas já manifestou intenção de não renovar o acordo.

A aprovação da volta ao mercado de gás coincide com o anúncio do balanço do segundo trimestre de 2025, que registrou lucro líquido de R$ 26,7 bilhões para a Petrobras. Esse resultado representa uma recuperação importante em relação ao prejuízo registrado no mesmo período de 2024.

A empresa também anunciou a distribuição de R$ 8,66 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio para os acionistas, dos quais o governo federal deve receber cerca de 29% e o BNDES, 8%.

Autores

  • Jornalista formado pela Universidade de Brasília (UnB). Coordenador de jornalismo na Arko Advice, contribui para o Política Brasileira com bastidores da política nacional. Tem passagem como repórter pelo Correio Braziliense, Rádio CBN e Brasil61.com. Mestrando em Ciência Política.

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  • Jornalista formado pela Universidade Católica de Brasília (UCB). Com experiência em Política, Economia, Meio Ambiente, Tecnologia e Cultura, tem passagens pelas áreas de reportagem, redação, produção e direção audiovisual.

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