A pesquisa Ipsos-Ipec divulgada hoje (12) sobre o tarifaço aponta que 75% dos entrevistados acreditam que a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o Brasil foi uma questão política. 12% entendem que a decisão é comercial. 5% citaram ambas. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.
Antes do anúncio do tarifaço, Trump era avaliado positivamente (ótimo/bom) no Brasil por 48%. A avaliação negativa (ruim/péssima), por outro lado, era de 32%. O índice regular atingia 28%. Após a imposição do tarifaço, a imagem de Trump entre os brasileiros permaneceu a mesma para 51% dos entrevistados. 38% responderam que a imagem do presidente norte-americano mudou para pior. Apenas 6% responderam que a imagem de Trump melhorou.
De acordo com a pesquisa, 47% discordam totalmente/em parte em relação a frase “O Brasil deveria reavaliar sua parceria comercial e distanciar-se dos Estados Unidos”. Por outro lado, 36% concordam totalmente/em parte com a frase.
Para 49% concordam totalmente/em parte com a frase “O Brasil deve responder na mesma moeda, aplicando tarifas altas sobre os produtos americanos”. Por outro lado, 43% discordam totalmente/em parte com a frase.
A Ipsos-Ipec também mostrou que 68% concordam totalmente/em parte com a frase “O Brasil deveria priorizar acordos com outros parceiros comerciais como a China e a União Europeia”. 25% discordam totalmente/em parte da frase.
60% concordam totalmente/em parte da frase “A situação de embate com os Estados Unidos podem deixar o Brasil mais isolado no cenário internacional”. Por outro lado, 32% discordam totalmente/em parte da frase.
Ao serem questionados em relação a atitudes que será tomada caso o tarifaço prejudique a economia brasileira, 39% disseram que irão priorizar o consumo de produtos nacionais. 22% prometem deixar de comprar produtos americanos. 9% dizem que apoiarão políticos brasileiros que defendam o distanciamento dos Estados Unidos, buscando acordos com outros países. 5% prometem cancelar ou repensar planos de viagem para os Estados Unidos.
Os números da pesquisa Ipsos-Ipec sobre o tarifaço mostram uma divisão na opinião pública em relação às ações que o governo brasileiro deve tomar. Apesar do desgaste para Donald Trump e do fato da maioria dos entrevistados entenderem que o tarifaço envolve mais questões políticas que comerciais, a maioria dos entrevistados não mudou sua avaliação sobre o presidente norte-americano após o tarifaço. Além disso, entendem que o Brasil ficará mais isolado internacionalmente.
Há também uma divisão em relação a possível retaliação comercial do Brasil em relação aos Estados Unidos. No entanto, a maioria é favorável ao Brasil priorizar outros parceiros comerciais e também promete priorizar o consumo de produtos nacionais.