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Laurez Moreira assume governo do Tocantins após afastamento de Wanderlei Barbosa

Governador interino exonerou 51 secretários

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O vice-governador do Tocantins, Laurez Moreira (PSD), assumiu interinamente o comando do Poder Executivo estadual nesta quarta-feira (3), após decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) afastar o governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) por suspeitas de esquema de desvio de recursos públicos durante a pandemia da Covid-19. A posse foi oficializada no Diário Oficial estadual.

Mudanças no governo

Uma das primeiras ações de Laurez Moreira foi a exoneração de 51 secretários e dirigentes de órgãos do primeiro escalão, entre eles os comandos da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Procuradoria-Geral, Naturatins, Igeprev, ATI-TO, Ageto e outras agências. Ele anunciou a nomeação de pessoas da sua confiança para ocupar os cargos.

Em entrevista, o governador interino destacou que a prioridade é restabelecer a confiança de investidores e da população por meio de um governo aberto e transparente.

“A falta de transparência abre espaço para a corrupção. O que queremos é justamente o contrário, um governo aberto, em que todos tenham acesso às informações e possam acompanhar cada passo da administração”, afirmou.

Esquema milionário

Segundo a Polícia Federal (PF), há fortes indícios de que, entre 2020 e 2021, contratos para fornecimento de cestas básicas e frangos congelados tenham sido usados para fraudes. Foram mais de R$ 97 milhões pagos por meio desses contratos, com prejuízo superior a R$ 73 milhões. O dinheiro teria sido ocultado por meio da construção de empreendimentos de luxo, compra de gado e pagamento de despesas pessoais dos investigados.

Wanderlei Barbosa foi eleito vice-governador em 2018. Assumiu interinamente o cargo de governador em 2021, após Mauro Carlesse (PP) ser afastado por decisão do STJ. Assumiu definitivamente o cargo em 2022, após renúncia de Carlesse, e foi reeleito no mesmo ano, em primeiro turno.

Operação em quatro estados

A ação mobilizou cerca de 200 policiais federais no cumprimento de 51 mandados de busca e apreensão no Tocantins, Distrito Federal, Paraíba e Maranhão. A PF estima que o esquema causou prejuízo de aproximadamente R$ 73 milhões aos cofres públicos.

O ministro do STJ Mauro Campbell, relator do inquérito, impôs medida cautelar de afastamento por no mínimo 180 dias para Barbosa e sua esposa, que também respondia a cargo público. Eles estão proibidos de acessar prédios do governo estadual.

Defesa de Barbosa

Em nota, o governador afastado afirmou que a decisão do STJ é “precipitada”. Ele destacou que os pagamentos sob investigação ocorreram antes de assumir a chefia do Executivo, quando ainda era vice-governador. Barbosa disse que determinou a abertura de auditoria interna sobre os contratos e que recorrerá para reassumir o cargo, alegando ser vítima de “injustiça”.

Autor

  • Jornalista formado pela Universidade Católica de Brasília (UCB). Com experiência em Política, Economia, Meio Ambiente, Tecnologia e Cultura, tem passagens pelas áreas de reportagem, redação, produção e direção audiovisual.

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