O governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), foi afastado do cargo nesta quarta-feira (3) por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A medida ocorreu no âmbito da Operação Fames-19, da Polícia Federal (PF), que investiga desvio de recursos destinados ao enfrentamento da pandemia de Covid-19.
Esquema milionário
Segundo a PF, há fortes indícios de que, entre 2020 e 2021, contratos para fornecimento de cestas básicas e frangos congelados tenham sido usados para fraudes. Foram mais de R$ 97 milhões pagos por meio desses contratos, com prejuízo superior a R$ 73 milhões. O dinheiro teria sido ocultado por meio da construção de empreendimentos de luxo, compra de gado e pagamento de despesas pessoais dos investigados.
Barbosa foi eleito vice-governador em 2018. Assumiu interinamente o cargo de governador em 2021, após Mauro Carlesse (PP) ser afastado por decisão do STJ. Assumiu definitivamente o cargo em 2022, após renúncia de Carlesse, e foi reeleito no mesmo ano, em primeiro turno.
Operação em quatro estados
A ação mobilizou cerca de 200 policiais federais no cumprimento de 51 mandados de busca e apreensão no Tocantins, Distrito Federal, Paraíba e Maranhão. A PF estima que o esquema causou prejuízo de aproximadamente R$ 71 milhões aos cofres públicos.
Defesa de Barbosa
Em nota, o governador afastado afirmou que a decisão do STJ é “precipitada”. Ele destacou que os pagamentos sob investigação ocorreram antes de assumir a chefia do Executivo, quando ainda era vice-governador. Barbosa disse que determinou a abertura de auditoria interna sobre os contratos e que recorrerá para reassumir o cargo, alegando ser vítima de “injustiça”.