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Indústria química apoia Plano Brasil Soberano e alerta para impacto de tarifaço no setor

Entidade pede negociação para ampliar exclusão de produtos das tarifas

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A Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) divulgou nesta sexta-feira (15) nota de apoio ao Plano Brasil Soberano, apresentado pelo governo federal na última quarta-feira (13). O plano prevê R$ 30 bilhões em crédito, ajustes tributários, prorrogação de prazos e medidas de proteção ao emprego para setores afetados pelo tarifaço imposto pelos Estados Unidos — que atualmente incide em 50% sobre produtos brasileiros após nova alta decretada pelo governo Trump.

A indústria química brasileira exporta cerca de US$ 2,5 bilhões por ano em insumos aos EUA.

“[O Plano] dialoga com demandas históricas do setor químico e de seus principais clientes – indústrias que transformam insumos químicos em produtos de maior valor agregado destinados ao mercado norte-americano, como plásticos, calçados, alimentos, vestuário, cosméticos e higiene pessoal”, afirma a entidade.

Exclusão de tarifaço

A nota da entidade destaca que, dos 700 produtos inicialmente listados na sobretaxa, cinco já foram excluídos, equivalendo a cerca de US$ 1 bilhão em exportações liberadas. A associação aponta que outros produtos químicos podem ser retirados da tarifação — o que pode significar mais US$ 500 milhões em vendas — mas que isso depende de avanços rápidos nas negociações entre Brasil e EUA.

Caso as tarifas persistam, a Abiquim informa que será necessário buscar novos mercados para compensar as perdas, especialmente diante do potencial impacto sobre empregos altamente qualificados.

Segundo a associação, os efeitos sobre o emprego devem ocorrer de forma progressiva e exigem monitoramento permanente. O tamanho do pacote do governo, avalia a Abiquim, é inédito e pode exigir nova rodada de medidas conforme a evolução do cenário e da pressão internacional.

“O setor, que emprega mão de obra altamente qualificada, tende a registrar impactos sobre o emprego de forma mais lenta, mas o cenário exige monitoramento constante. A dimensão inédita do pacote exige acompanhamento para avaliar se será suficiente ou se será necessária uma segunda fase”, completa a entidade.

Autor

  • Jornalista formado pela Universidade Católica de Brasília (UCB). Com experiência em Política, Economia, Meio Ambiente, Tecnologia e Cultura, tem passagens pelas áreas de reportagem, redação, produção e direção audiovisual.

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