O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu nesta quarta-feira (17) manter a taxa básica de juros, a taxa Selic, em 15% ao ano, o maior nível desde julho de 2006, durante o primeiro mandato do presidente Lula (PT).
Esta foi a sexta reunião sob o comando do presidente Gabriel Galípolo, e a decisão foi unânime.
Manutenção
Apesar da recente deflação observada em agosto e da baixa revisão nas expectativas de inflação, o Copom optou por preservar a taxa para garantir o controle inflacionário e manter o diferencial atraente para investidores estrangeiros, reforçando a estabilidade macroeconômica.
Com a Selic em 15%, o Brasil tem hoje a segunda maior taxa real de juros do mundo, atrás apenas da Turquia, com 12,34%. A taxa real brasileira é de 9,51%, considerando a inflação projetada para os próximos 12 meses, de acordo com monitoramento das consultorias MoneYou e Lev Intelligence.
Histórico
A Selic iniciou 2025 em 12,25% e sofreu uma série de aumentos até atingir 15% em junho, onde se manteve em julho e agora em setembro. O mercado financeiro projeta início de cortes apenas em 2026, com a taxa chegando a 12,38% ao fim daquele ano. As próximas reuniões do Copom estão previstas para 4 e 5 de novembro e 9 e 10 de dezembro.
Dos nove integrantes do colegiado, sete foram nomeados pelo presidente Lula e dois pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).