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CNI reduz projeção da indústria para 2025

Economia deve crescer 2,3% no ano, puxada pela safra agrícola e pelo mercado de trabalho aquecido

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A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou nesta terça-feira (19) o Informe Conjuntural do 2º trimestre de 2025, onde reduziu de 2% para 1,7% a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da indústria em 2025. Já a estimativa para a agropecuária subiu de 5,5% para 7,9%. Com esse resultado, e o mercado de trabalho aquecido, o PIB deve crescer 2,3%, mesmo com a imposição das tarifas norte-americanas.

No entanto, a indústria tende a avançar menos, pressionada pelos juros altos e pelo cenário externo instável.

O diretor de Economia da CNI, Mário Sérgio Telles, ressalta que a composição do crescimento da economia em 2025 não deve ser tão favorável quanto a do ano passado. Segundo ele, ao detalhar os números, fica claro um problema: os setores mais ligados ao ciclo econômico, como indústria e serviços, vêm perdendo dinamismo.

“Nesse cenário, a projeção para o PIB não mudou porque a safra agrícola foi maior do que imaginávamos e o mercado de trabalho continua bastante aquecido, mas a composição do crescimento não é tão positiva”

Exportação cresce em volume, mas recua em valor

Apesar do aumento de 2% no volume exportado entre janeiro e julho de 2025, os preços recuaram na mesma proporção. Com isso, as exportações totalizaram US$ 198 bilhões no período, praticamente estáveis em relação aos US$ 197,8 bilhões registrados no mesmo intervalo de 2024.

Além disso, a tarifa de 50% imposta a parte das vendas brasileiras pode desacelerar os embarques da indústria de transformação para os Estados Unidos. De janeiro a julho, o setor exportou US$ 19 bilhões ao mercado americano, alta de 7% frente ao ano anterior. Segundo a CNI, parte desse crescimento ocorreu porque empresas americanas anteciparam importações em resposta à nova política comercial.

Diante desse cenário externo incerto, a CNI reduziu de US$ 347,3 bilhões para US$ 341,9 bilhões a previsão das exportações brasileiras em 2025, o que representa queda de US$ 5,4 bilhões em relação ao Informe Conjuntural do 1º trimestre.

Indústria de transformação cai e construção avança

Após crescer 3,8% em 2024, a indústria de transformação enfrentou resultados negativos no 1º semestre de 2025. A demanda por bens industriais perdeu ritmo, impactando produção e faturamento. A CNI avalia que os juros altos, o ritmo das importações e a provável queda das exportações, devido à nova política comercial dos EUA, devem restringir a atividade industrial. Assim, projeta-se que o PIB do setor suba apenas 1,5%, abaixo dos 1,9% previstos anteriormente.

Por outro lado, a indústria da construção seguirá aquecida graças à continuidade de projetos iniciados em 2024 e ao bom desempenho do programa Minha Casa, Minha Vida, cujos lançamentos cresceram 31,7% no 1º trimestre. Por isso, a CNI mantém em 2,2% a estimativa de crescimento do setor.

A indústria extrativa também deve contribuir positivamente, com a CNI dobrando a expectativa de alta de 1% para 2%, principalmente devido ao aumento da produção de petróleo. Já o segmento de eletricidade, gás, água, esgoto e gestão de resíduos mantém previsão de crescimento em 2,5%.

Desocupação cai pelo segundo ano consecutivo

Nos primeiros meses de 2025, a criação de empregos e a massa de rendimento dos trabalhadores superaram as expectativas da CNI. Para a segunda metade do ano, o mercado de trabalho deve se manter relativamente estável, já que a economia deve crescer menos. O número de pessoas ocupadas deve subir 1,5% em 2025, 0,6 ponto percentual acima da projeção anterior.

Além disso, a massa de rendimento real deve avançar 5,5%, 0,7 ponto percentual a mais do que estimava o 1º Informe Conjuntural. Com isso, a taxa média de desocupação deve atingir 6%, registrando o menor patamar da história pelo segundo ano consecutivo.

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  • Curso Jornalismo no Centro Universitário IESB e tenho como objetivo ampliar meus conhecimentos e contribuir com o propósito da Arko. *Estagiária sob a supervisão da reportagem*

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