A taxa de juros média cobrada pelos bancos cresceu 1,6 p.p em janeiro deste ano, atingindo o patamar de 42,3% ao ano. As informações constam na nota de Estatísticas Monetárias e de Crédito, divulgada pelo Banco Central (BC) nesta quinta-feira (13). Esse é o maior patamar para os juros médios registrado desde setembro de 2023. Já nas operações de crédito livre às empresas, a taxa média foi de 24,2% ao ano, registrando avanço de 2,5 p.p. no mês e 1,7 p.p. na comparação anual.
O aumento foi impulsionado, principalmente, pelos acréscimos nas taxas de juros de modalidades como:
- Cartão de crédito rotativo, com alta expressiva de 103,1 p.p.
- Capital de giro com prazo até 365 dias, que subiu 9,3%, capital de giro com prazo superior a 365 dias, que teve elevação de 1,7 pontos percentuais
O crédito ampliado às empresas totalizou R$ 6,6 trilhões em janeiro, o equivalente a 55,2% do PIB. O valor representa uma retração de 1,9% no mês, puxada principalmente pela queda de 4,4% nos empréstimos externos e de 2% nos concedidos pelo Sistema Financeiro Nacional (SFN). No entanto, no comparativo anual, a carteira apresentou crescimento de 17,8%, impulsionado pelo aumento de 30,1% nos títulos de dívida e de 16,8% nos empréstimos externos.
Já o crédito ampliado às famílias atingiu R$ 4,3 trilhões (36,3% do PIB), com uma alta de 1,1% no mês e de 12,6% em doze meses. Esse crescimento reflete, sobretudo, o aumento dos empréstimos concedidos pelo SFN.
Inadimplência
A inadimplência atingiu 3,2% em janeiro. O índice subiu 0,3 ponto percentual no mês, mas caiu 0,1 p.p. na comparação com o mesmo período do ano anterior.
Nas operações de crédito livre, a inadimplência também avançou 0,3% no mês, e chegou a 4,4%, mas apresentou queda de 0,2% em doze meses. Entre as empresas, o índice ficou em 2,8% do estoque, com aumento de 0,3% no mês e redução de 0,5% no ano. Para as famílias, a taxa também subiu 0,3% no mês, mas se manteve estável em 5,5% na comparação anual.
Crédito direcionado segue em alta
O saldo total das operações de crédito com recursos direcionados – aquelas que seguem regras do governo e são voltadas para setores como imobiliário, rural, infraestrutura e microcrédito – chegou a R$ 2,7 trilhões em janeiro. O montante representa um crescimento de 0,9% no mês e de 12,1% na comparação anual.
No recorte por segmento, o crédito direcionado às empresas somou R$ 901,7 bilhões, com alta de 0,6% no mês e de 11,1% em doze meses. Já o crédito para pessoas físicas alcançou R$ 1,8 trilhão, o que registrou um crescimento de 1,0% no mês e de 12,6% no ano.
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