A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou em entrevista à CNN, nesta quinta-feira (7), que o Brasil está no caminho para reduzir significativamente sua dependência das importações de óleo diesel, aproximando-se da autossuficiência até 2029.
Atualmente, a estatal atende entre 75% e 80% da demanda interna com produção nacional, com o restante sendo suprido por importações, sobretudo da Rússia, que responde por 61% das compras externas brasileiras desse combustível.
Investimentos para ampliar a capacidade de refino
A empresa projeta investimentos que poderão ampliar sua capacidade de refino em cerca de 200 mil barris por dia até 2029. Entre os principais empreendimentos estão:
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Trem 2 da Refinaria Abreu e Lima (Ipojuca, PE): Com capacidade prevista de 88 mil barris por dia, esse projeto é visto como fundamental para aumentar a produção de derivados no Nordeste, reduzindo gargalos logísticos e fortalecendo a indústria local.
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Complexo de Energias Boaventura (Itaboraí, RJ): Com capacidade projetada em 76 mil barris por dia, esse complexo é considerado estratégico para diversificar a matriz energética e integrar inovações tecnológicas ao processo de refino.
Além dos investimentos em infraestrutura, a Petrobras vem ampliando o uso de fontes renováveis no seu portfólio de combustíveis. A expectativa da estatal é de que 100% da sua produção resulte em diesel S10, que performa melhor, polui menos e tem menor teor de enxofre do que o S500.
Crescimento da demanda
Magda Chambriard ressaltou que, apesar dos esforços para ampliar a produção, a demanda interna por diesel tende a crescer nos próximos anos, acompanhando a recuperação econômica e a expansão do transporte rodoviário e industrial. Por isso, a expectativa é de que o país “se aproxime” da autossuficiência, mas sem garantir equilíbrio absoluto entre oferta e consumo até 2029.
A medida é vista como estratégica também do ponto de vista da soberania nacional. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vem ameaçando tarifar países que compram petróleo e derivados da Rússia, como é o caso do Brasil.