A sessão pública (leilão) do 5º Ciclo da Oferta Permanente de concessão para exploração de petróleo, na terça-feira passada (17), ofertou 172 blocos em cinco bacias petrolíferas em pouco mais de duas horas e meia. Ao todo, 34 áreas foram arrematadas, mais da metade na Bacia da Foz do Amazonas.
O chamado “novo pré-sal” atraiu o interesse da Petrobras e de petroleiras multinacionais, entre as quais empresas dos Estados Unidos e da China. Foram ofertados 47 blocos exploratórios, e arrematados 19.
A americana ExxonMobil (que já atua em área vizinha, no Suriname e na Guiana) e a Petrobras, atuando em consórcio, ficaram com dez blocos na região. Cada uma delas vai operar cinco blocos. A Chevron (EUA) e a chinesa CNPC levaram nove blocos em conjunto, todos operados pela americana.
Segundo a Exxon, com os blocos adquiridos, a empresa passa a deter 17 áreas exploratórias no Brasil e um campo em desenvolvimento (Bacalhau) no pré-sal da Bacia de Santos, operado pela Equinor.
A Chevron afirmou que o resultado reforça o compromisso de mais de 100 anos no Brasil. “Os novos blocos exploratórios no país desempenham parte importante do nosso portfólio na América do Sul”, declarou, em nota.
Em relação aos entraves ao licenciamento ambiental na região, a Chevron afirma que acompanha o caso. “Cumprimos as leis e os processos regulatórios do país. Estamos monitorando as decisões do governo e vamos esperar para prosseguir com nosso plano exploratório”, prosseguiu a empresa na nota.
Blocos na Bacia de Santos
Além dos campos da Margem Equatorial, foram concedidos 11 blocos na Bacia de Santos, em São Paulo, dos 54 ofertados. Integraram a oferta áreas na Bacia de Pelotas, no Sul, com três arrematadas. A Bacia de Parecis, em Mato Grosso e Rondônia, foi a única em área terrestre. Teve um bloco adquirido por empresa entrante, a Dillianz, que já atua no Centro-Oeste com agronegócio.
A Shell levou quatro blocos em Santos. “As novas aquisições estão alinhadas à estratégia de fortalecer nosso atual portfólio de águas profundas no Brasil”, disse, em nota, o presidente da Shell Brasil, Cristiano Pinto da Costa.
O resultado do certame foi comemorado pelo governo e pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, pontuou, também em nota, que o volume significa uma arrecadação não prevista no Orçamento para este ano. “O resultado nos ajuda na arrecadação e na melhoria das contas públicas”, resumiu.
Para a diretora-geral interina da ANP, Patrícia Baran, o resultado do leilão revela a confiança dos investidores no potencial petrolífero do país: “Foi um resultado extremamente positivo.”
Pelo modelo adotado no leilão, as áreas ofertadas pela ANP ficam constantemente disponíveis para as empresas dentro de um sistema próprio da agência. São levados para sessão pública, como ocorrido na terça-feira, apenas blocos que receberam manifestação de interesse das empresas.