O governo federal lançou nesta quinta-feira (26) o Programa de Apoio às Atividades de Normalização e à Qualidade na Área Espacial (QUALIESPAÇO), sob coordenação da Agência Espacial Brasileira (AEB). O programa terá duração de sete anos, e contará com a participação de organizações públicas e privadas do setor espacial, com o objetivo de desenvolver normas técnicas que elevem a qualidade, a segurança e a confiabilidade dos produtos espaciais brasileiros.
Setor espacial brasileiro
A iniciativa responde a desafios históricos do setor espacial brasileiro, como a necessidade de maior integração entre a indústria nacional, universidades, centros de pesquisa e o setor público. O QUALIESPAÇO pretende padronizar processos, estabelecer certificações e criar referências técnicas que permitam ao Brasil competir em igualdade com outros países no mercado global de produtos e serviços espaciais.
Entre os pilares do programa está o fortalecimento da competitividade internacional, fator essencial para que o país amplie sua participação em cadeias globais de valor, atraia investimentos e conquiste novos mercados. O QUALIESPAÇO também visa diagnosticar as capacidades já existentes e identificar lacunas tecnológicas e de recursos humanos, promovendo a formação de profissionais especializados e estimulando a inovação.
A articulação com o setor privado é outro destaque. O programa dialoga com a tendência global do chamado “New Space”, que envolve maior participação de empresas privadas nacionais e estrangeiras em projetos espaciais, inclusive no uso comercial de bases de lançamento como o Centro Espacial de Alcântara (CEA). Parcerias com organismos internacionais, como a ONU e o PNUD, já vêm impulsionando a capacitação técnica, a pesquisa e a formação de mão de obra para o setor.
O QUALIESPAÇO se integra ao Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), que coordena esforços entre governo, academia e indústria para garantir autonomia tecnológica, promover inovação e gerar benefícios sociais e econômicos a partir do desenvolvimento espacial brasileiro.
Perspectivas e desafios
O fortalecimento do setor espacial é estratégico para o Brasil, tanto em termos de soberania quanto de desenvolvimento econômico e científico. O QUALIESPAÇO pode ajudar a superar gargalos históricos, como baixos investimentos, carência de pessoal capacitado e falta de padronização, além de alinhar o país às melhores práticas internacionais.
A expectativa é que, com normas técnicas robustas e integração entre os atores do ecossistema espacial, o Brasil avance em lançamentos comerciais, desenvolvimento de satélites, aplicações em monitoramento ambiental, agricultura, defesa e telecomunicações, além de ampliar sua presença no mercado internacional de economia espacial.