Com o intuito de combater os crimes cibernéticos, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e a Polícia Federal (PF) assinaram um acordo de cooperação técnica que tem como objetivo lançar a terceira edição da Pesquisa de Maturidade em Cibersegurança, e do inédito Guia de Proteção Digital de Crianças e Adolescentes. Dessa maneira, se torna possível que empresas compartilhem, de forma voluntária e anônima, dados relevantes para a prevenção de crimes cibernéticos, com garantia de confidencialidade e respaldo legal.
De acordo com dados do Senado Federal e da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), o custo total dos crimes cibernéticos no Brasil já ultrapassa R$ 1,5 trilhão. O país ocupa atualmente o topo do ranking global de ataques virtuais, com 1.379 tentativas de golpe por minuto.
Para ter uma ideia, durante o VII Congresso de Cibersegurança, Proteção de Dados e Governança de Inteligência Artificial, o presidente do Ciesp e 1º vice-presidente da Fiesp, Rafael Cervone, afirmou que segurança cibernética não pode ser tratada como opcional, justificando que, apenas no Brasil, o número de crimes digitais aumentou 45% no último ano, resultando em mais de 5 milhões de fraudes, atingindo diretamente carca de 80 milhões de brasileiros, com perdas financeiras estimadas em mais de R$ 40 bilhões.
No Congresso Nacional
O tema também é debatido no Congresso Nacional. Em entrevista à Arko Advice, o senador Esperidião Amin (PP-SC), presidente da recém-instalada Frente Parlamentar de Apoio à Cibersegurança e Defesa Cibernética, defendeu a criação de uma agência de regulação que trate sobre o tema. De acordo com o parlamentar, os ataques cibernéticos causam hoje prejuízos trilionários.
“Os focos de ataque são, principalmente, os jogos e as criptomoedas, e estamos preocupados. É importante destacar que o Exército Brasileiro realiza exercícios de defesa cibernética. Eu mesmo apresentei, no ano passado, um relatório que recomenda que o governo crie uma agência de regulação, acompanhamento e integração de esforços. Ninguém vai evoluir se não houver uma grande interface público privada. Precisamos criar uma agência que possa ser a grande intermediária disso”, avaliou o senador.