A montadora chinesa Great Wall Motors (GWM) inaugura nesta sexta-feira, 15 de agosto, sua fábrica em Iracemápolis, interior de São Paulo, com a presença confirmada do presidente Lula (PT).
A unidade, antes pertencente à Mercedes-Benz, foi adaptada para iniciar a produção com capacidade de 30 mil veículos por ano, com expectativa de chegar a 50 mil até 2028. A fábrica já emprega 530 funcionários, número que deve crescer para mil até o fim do ano, operando em dois turnos.
Operação
O primeiro modelo a ser produzido localmente será o SUV Haval H6 em versões híbridas a gasolina e plug-in, com componentes e operações industriais focadas em soldagem, pintura, montagem e controle de qualidade. Cerca de 60% da produção será dedicada ao Haval H6, enquanto os 40% restantes serão divididos entre a picape Poer e o Haval H9, movidos inicialmente a diesel e destinados ao mercado de luxo, especialmente do Centro-Oeste ligado ao agronegócio.
Há planos para desenvolvimento futuro de versões híbrido-flex com etanol, com a formação de fornecedores nacionais estratégicos como a Bosch para adaptar sistemas flexíveis.
Presença chinesa no Brasil
A GWM integra um grupo crescente de marcas chinesas no mercado brasileiro. Até o fim de 2025, estima-se que 16 marcas chinesas estarão presentes nas ruas do Brasil, sendo elas:
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BYD
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Caoa Chery
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JAC
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Great Wall Motors (GWM)
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Neta
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Omoda & Jaecoo
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GAC
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Zeekr
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SAIC
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Leapmotor
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Geely
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Changan
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FAW
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Dongfeng
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BAIC (já presente no Brasil com caminhões Foton)
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Polestar
Segundo a Anfavea, veículos leves chineses representaram 62,1% das importações brasileiras no primeiro semestre de 2025, e as vendas combinadas de BYD, Caoa Chery e GWM somam mais de 110 mil unidades até julho, correspondendo a 10,46% da fatia de mercado. Em julho, cinco marcas chinesas entraram no ranking da Fenabrave, respondendo por quase 12% do mercado naquele mês, atrás apenas das tradicionais Volkswagen, Fiat e GM.
Impacto no mercado
A rápida expansão e estratégia agressiva dessas montadoras chinesas têm causado preocupação nas fabricantes tradicionais e na Anfavea, que revisou para baixo a projeção de crescimento das vendas internas em 2025 de 6,3% para 5%, reflexo da queda de 10% nas vendas de veículos produzidos nacionalmente no primeiro semestre.
Marcas chinesas lideram também no segmento de carros elétricos e híbridos. No primeiro semestre de 2025, o BYD Song foi o carro híbrido mais vendido, com 17.495 unidades, seguido pelo GWM Haval H6 com 12.675 unidades.