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Biofábrica de mosquitos é inaugurada no DF para combater dengue, zika e chikungunya

Solução busca reduzir drasticamente a transmissão dessas doenças

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No início deste mês, o Ministério da Saúde inaugurou a biofábrica do método Wolbachia na região administrativa do Guará, cidade-satélite do Distrito Federal. A produção semanal da unidade pode chegar a 6 milhões de mosquitos Aedes aegypti contaminados com a bactéria Wolbachia, que impede a replicação dos vírus causadores da dengue, zika e chikungunya no mosquito, reduzindo assim a transmissão delas para humanos.

Liberação e abrangência

Os mosquitos tratados, apelidados de “Wolbito”, foram soltos no Distrito Federal e nos municípios goianos de Valparaíso de Goiás e Luziânia, beneficiando cerca de 750 mil pessoas. A estratégia prevê a distribuição semanal em 20 mil potes, com o apoio de 26 viaturas e 52 servidores para operacionalizar a soltura dos insetos.

“Hoje, os Aedes aegypti que estão circulando têm a capacidade de transmitir várias doenças: zika, dengue e os vários tipos de dengue. Mas o Wolbito, a partir do momento que ele entra nesse mosquito, ele impede a replicação desses vírus. Então, obviamente, você reduz drasticamente a possibilidade desse vírus de transmitir essa doença”, explicou o secretário de Saúde do DF, Juracy Cavalcante Lacerda.

A técnica consiste em levar os wolbitos, que cresceram em ambiente controlado, para a natureza, onde se reproduzem entre si e com os mosquitos que carregam os vírus, gerando assim gerações que são imunes a transportar as doenças para os humanos. A bactéria também não é transmitida para seres humanos e outros animais domésticos, como gatos e cachorros.

“O procedimento é totalmente seguro. Trata-se de um processo autossustentável, que também evita o uso de produtos químicos, como venenos, no combate à dengue”, reforçou Juracy.

Resultados

No primeiro semestre de 2025, houve redução de 75% nos casos de dengue e de 73% nas mortes causadas pela doença em todo o Brasil. O uso da tecnologia é recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e já foi implementado em 16 cidades brasileiras, com resultados expressivos como uma queda de 88% nos casos em Niterói (RJ).

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT) afirmou que a população precisa continuar mantendo práticas como as de observar pontos de água parada, parta auxiliar no controle das doenças:

“É muito importante que todas as ações já conhecidas continuem no cuidado em casa, na rua onde mora, nas igrejas e mobilizando as comunidades. Teremos ainda um Dia D nacional de mobilização para chamar a atenção da população para não abaixar a guarda no controle da dengue nesse momento”, pontuou.

A expectativa é ampliar o uso do método até o fim de 2025 para outras cidades, como Natal (RN), Uberlândia (MG) e Presidente Prudente (SP), fortalecendo as ações contra as arboviroses urbanas.

Autor

  • Jornalista formado pela Universidade Católica de Brasília (UCB). Com experiência em Política, Economia, Meio Ambiente, Tecnologia e Cultura, tem passagens pelas áreas de reportagem, redação, produção e direção audiovisual.

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