O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (22) as informações do módulo Características Gerais dos Domicílios e Moradores da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua. Esta é a primeira divulgação anual após a reponderação dos dados com base no Censo 2022, e os resultados também estão disponíveis no Sidra.
Em 2024, 93,1% dos domicílios contavam com coleta de lixo, seja diretamente na propriedade (86,9%) ou por meio de caçamba (6,2%). A coleta direta de resíduos apresentou crescimento constante desde 2016, quando atingia 82,7%. Entre as regiões, o Nordeste registrou a maior alta, passando de 67,5% para 78,4%, embora ainda mantenha a menor cobertura entre as grandes regiões. Além disso, a diferença entre áreas urbanas e rurais é significativa:
- nas zonas rurais, apenas 33,1% das moradias recebiam coleta direta de lixo;
- nas áreas urbanas esse índice alcançava 93,9%.
Queima de lixo
Embora a coleta direta tenha avançado nos últimos anos, cerca de 4,7 milhões de domicílios (6,1%) ainda queimaram lixo em suas próprias residências em 2024. O Norte e o Nordeste apresentam os maiores índices, com 14,4% e 13,1% dos domicílios, respectivamente, totalizando 3,5 milhões de lares. No entanto, a prática diminuiu em relação a 2016, quando atingia 18,6% dos domicílios no Norte e 17,2% no Nordeste.
Na zona rural, a situação se distribui da seguinte forma:
- Queima de lixo: 50,5% das propriedades;
- Coleta direta: 33,1% das propriedades;
- Coleta em caçamba: 11,7% das propriedades.
O analista da pesquisa, William Kratochwill, ressalta o alto percentual de domicílios que queimam lixo em locais sem coleta pública.
“É um dado preocupante, que aumenta a poluição e representa risco à saúde na zona rural, pois o lixo precisa ser acumulado até ser queimado”, explica.