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PNAD 2024: só 9,4% dos domicílios rurais têm esgoto ligado à rede

Cobertura nacional cresce para 70,4%, mas 11,1 milhões de casas ainda usam esgotamento precário

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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou hoje (22) os dados do módulo Características Gerais dos Domicílios e Moradores da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua. Segundo a pesquisa, em áreas rurais, apenas 9,4% dos domicílios tinham escoamento de esgoto pela rede geral ou por fossa séptica ligada à rede geral em 2024.

Em contraste, 78,1% dos domicílios urbanos contavam com esse tipo de serviço. No total de domicílios do país, a cobertura aumentou de 68,1% em 2019 para 70,4% em 2024.

O analista da pesquisa, William Kratochwill, explica que áreas rurais próximas a centros urbanos avançam mais rapidamente na cobertura de saneamento básico. Ele acrescenta que, em regiões isoladas ou com baixa densidade populacional, as autoridades precisam instalar fossas sépticas não ligadas à rede coletora e usar poços artesianos para abastecer água.

Entre os domicílios rurais do país em 2024, 36,8% (3,2 milhões) utilizam fossa séptica não ligada à rede, enquanto 53,8% (4,6 milhões) recorrem a outros tipos de esgotamento, como:

  • fossa rudimentar não ligada à rede;
  • vala;
  • escoamento direto para áreas fluviais.

Nas áreas urbanas, essas formas de destinação de dejetos atingem 12,4% (8,5 milhões) e 9,5% (6,5 milhões) dos domicílios, respectivamente.

Regiões com menor acesso à rede de esgoto

As regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste registraram as menores taxas de acesso à rede geral de esgoto em 2024. Ainda assim, essas áreas apresentaram os maiores crescimentos entre 2019 e 2024, passando de 27,2% para 31,2%, 46,7% para 51,1% e 59,5% para 63,8%, respectivamente. Em contrapartida, o Sudeste atingiu 90,2%, enquanto o Sul chegou a 70,2%.

O analista da pesquisa, William Kratochwill, esclarece que a menor cobertura em regiões como Norte e Nordeste, com maior proporção de domicílios rurais, reflete o alto custo e a complexidade de implantar a rede. “Criar essa estrutura é moroso e caro, e a dispersão das zonas rurais torna a implantação ainda mais difícil. Por isso, a zona rural apresenta carência no acesso tanto à rede geral de esgoto quanto de água”, afirma.

Esgotamento alternativo

Em 2024, 14,4% dos domicílios do país utilizaram outros tipos de esgotamento sanitário, o que representa 11,1 milhões de moradias que lançam dejetos em fossa rudimentar, vala, rio, lago ou mar. A distribuição por região apresenta diferenças importantes:

  • Norte: maior proporção, 36,4% (2,1 milhões de domicílios);
  • Nordeste: percentual elevado, 25,1% (5 milhões de domicílios);
  • Sudeste: menor índice, 5,6% (1,9 milhão de domicílios).

Autor

  • Curso Jornalismo no Centro Universitário IESB e tenho como objetivo ampliar meus conhecimentos e contribuir com o propósito da Arko. *Estagiária sob a supervisão da reportagem*

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