O Ministério da Saúde lançou nesta quinta-feira (25), em São Paulo, uma campanha nacional para estimular a doação de órgãos e sensibilizar as famílias brasileiras a conversar sobre o tema. O objetivo é reverter a recusa, que ainda alcança 45% dos familiares, impedindo milhares de transplantes no país.
O ministro Alexandre Padilha (PT) destacou a seriedade do Sistema Nacional de Transplantes, reconhecido mundialmente, e reforçou que a decisão da família é fundamental para salvar vidas.
“O simples gesto de comunicar à família o desejo de ser doador pode salvar quatro ou cinco vidas”, ressaltou.
O ministro também pontuou a segurança, afirmando que “o sistema de saúde brasileiro não tem venda de órgãos, não tem tráfico de órgãos. A gente conseguiu consolidar, ao longo desses anos, um programa extremamente sólido, que faz com que essa família possa ter a absoluta segurança em nossa obra”.
Portaria Nacional de Doação e Transplantes
Durante o evento, Padilha assinou a portaria que cria a Política Nacional de Doação e Transplantes — voltada a organizar princípios e diretrizes do sistema, buscando assegurar ética, transparência e anonimato. Entre os avanços, a política regulamenta transplantes de intestino delgado e multivisceral e incorpora o uso da membrana amniótica para pacientes queimados, especialmente crianças.
“A nova política e o regulamento técnico representam um avanço importante para o Sistema Nacional de Transplantes. A redistribuição macrorregional garante que os órgãos sejam direcionados de forma mais eficiente, respeitando as malhas aéreas e assegurando que cheguem mais rapidamente aos hospitais. Isso amplia a possibilidade de transplantes em regiões que hoje realizam menos procedimentos e fortalece a equidade no acesso”, disse o ministro.
O anúncio também marcou o lançamento do Programa Nacional de Qualidade na Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (Prodot), que prevê incentivos financeiros para equipes de hospitais conforme volume de doações efetivadas. A iniciativa vai destinar R$ 7,4 milhões anuais para valorizar profissionais que identificam doadores, parte de um pacote de R$ 20 milhões por ano para fortalecer o sistema de transplantes.
Doação de órgãos
O Brasil ocupa a terceira posição mundial em transplantes de órgãos, atrás apenas de Estados Unidos e China, sendo líder em procedimentos realizados integralmente por sistema público. No primeiro semestre de 2025, foram realizados 14,9 mil transplantes, recorde histórico, mas ainda há mais de 80 mil pessoas na fila.
O Ministério da Saúde começa a veicular a campanha “Doação de Órgãos. Você diz sim, o Brasil inteiro agradece. Converse com sua família, seja um doador” neste sábado (27), quando é celebrado o Dia Nacional da Doação de Órgãos.

