A Usina Hidrelétrica de Itaipu, localizada na fronteira entre Brasil e Paraguai, concluiu em 26 de setembro a primeira fase da montagem do projeto piloto de uma ilha solar flutuante. A empresa anunciou a conclusão na sexta-feira (3).
Nesse primeiro estágio, a equipe instalou e ancorou 1.568 painéis fotovoltaicos diretamente no leito do reservatório do Rio Paraná, o mesmo que alimenta as 20 turbinas responsáveis pela geração de energia elétrica da usina.
Ilha solar
A ilha solar ocupa 7,6 mil metros quadrados, área equivalente a quase um campo de futebol. Nas próximas duas semanas, a equipe técnica dará continuidade ao projeto com a instalação dos últimos equipamentos e a conexão dos cabos de energia e comunicação. Em seguida, iniciará os testes operacionais, começando pelos testes frios (sem geração de energia) e, logo depois, pelos testes quentes (com energização).
Segundo a empresa, a previsão é que a operação comece em novembro. A usina deverá gerar 1 megawatt-pico (MWp), medida que representa a capacidade máxima de produção de energia. Essa geração limpa, suficiente para abastecer cerca de 650 casas, será utilizada exclusivamente para o consumo interno da própria usina.
Análise
Após o início da operação, a ilha solar entrará em um período de avaliação que durará um ano. Durante esse período, técnicos da usina irão analisar a viabilidade técnica do sistema, bem como identificar benefícios e possíveis impactos ambientais. Com base nesses dados, a equipe poderá tomar decisões futuras sobre a expansão do projeto.
Além disso, estimativas da Itaipu indicam que a cobertura de apenas 1% da área do reservatório com painéis solares poderia gerar até 3,6 terawatts-hora (TWh) por ano. Para efeito de comparação, esse volume corresponde a aproximadamente 4% da produção anual da hidrelétrica registrada em 2023.
“Não foram identificados impactos significativos na literatura especializada, o que encorajou a realização do projeto”, segundo a empresa.
Como parte do projeto-piloto, a usina monitorará continuamente os impactos ambientais, como mudanças no habitat, qualidade da água e floração de algas.
Usina de Itaipu
Itaipu fornece cerca de 9% do consumo de energia elétrica do Brasil. Além disso, Brasil e Paraguai dividem igualmente toda a produção da usina. Pelo tratado que regula o funcionamento, o país que não consome toda a energia gerada vende o excedente ao parceiro estratégico.
No dia 5 de setembro, a Usina Hidrelétrica de Itaipu, no Rio Paraná, atingiu a marca histórica de 3,1 bilhões de megawatts-hora (MWh) gerados desde o início da operação, em 1984.
Antes mesmo de alcançar esse recorde, Itaipu já era a usina hidrelétrica que mais produziu energia elétrica no mundo. Para dimensionar essa conquista, a geração acumulada é suficiente para abastecer o planeta inteiro por 44 dias ou suprir a demanda do Brasil por seis anos e um mês.
Além da geração hidrelétrica, o empreendimento investe em pesquisas para expandir a produção de energia renovável, como hidrogênio verde e biocombustíveis. Nesse sentido, uma das iniciativas inovadoras transforma apreensões de contrabando em biogás, aproveitando resíduos que, de outra forma, seriam descartados.