24.5 C
Brasília

The Economist destaca o Brasil como exemplo de sucesso na preservação da Amazônia

Editorial ressalta políticas equilibradas do governo Lula para conter desmatamento e proteger terras indígenas

Data:

Um editorial da revista The Economist publicado nesta quinta-feira (23) elogia a estratégia adotada pelo governo brasileiro para preservar a floresta amazônica, recomendando que seja replicada por outros países com florestas tropicais.

Segundo a publicação, o Brasil demonstrou que políticas públicas eficazes, que combinam punição e incentivos, podem reduzir significativamente o desmatamento e proteger o meio ambiente.​

Avanços sob governo Lula

O editorial lembra que durante os mandatos de Lula (PT) entre 2003 e 2011, o desmatamento foi reduzido em 80%, e voltou a cair após seu retorno em 2023. Diferentemente da gestão anterior de Jair Bolsonaro, que via o ambientalismo como um obstáculo, o governo Lula reconhece que destruir a floresta prejudica diretamente a agricultura brasileira, de acordo com o texto. O esforço inclui proteção de terras indígenas e regularização fundiária para sanar conflitos e assegurar direitos de posse.​

A revista inglesa pontuou que “em contraste [ao governo Jair Bolsonaro], seu sucessor, Luiz Inácio Lula da Silva, junto com uma ministra do Meio Ambiente resoluta, Marina Silva, aplicam uma combinação equilibrada de punição e incentivo. Agentes federais fortemente armados prendem madeireiros ilegais e destroem garimpos clandestinos. Propriedades onde ocorre desmatamento ilegal são impedidas de receber crédito subsidiado”.

Tecnologia e governança

The Economist destaca que saber quem é dono da terra possibilita punir ou recompensar conforme a política ambiental adotada. O uso de imagens digitais e satélites permite à fiscalização agir rapidamente no combate a infrações, método que deveria ser adotado por outros países para proteger suas florestas tropicais.​

“Felizmente, com o avanço da tecnologia de imagens digitais, as infrações podem ser detectadas e relatadas em poucos dias, permitindo que as autoridades ajam rapidamente. Todas essas lições deveriam ser aplicadas em outros países que possuem florestas tropicais”, reforça o editorial.

Desafios globais

A revista ressalta que a preservação das florestas é “um bem público global” e deveria ser financiada pelos países ricos, embora admitam a dificuldade de efetivação desse apoio.

“Os mercados de créditos de carbono ainda não decolaram, em parte porque é difícil comprovar se o dinheiro destinado a projetos de conservação realmente resulta em árvores preservadas”, afirma.

A forma mais simples, de acordo com a revista, seria pagar diretamente governos regionais que comprovem a redução do desmatamento.​

“O Brasil vem tentando despertar interesse por essa ideia”, pontua o editorial.

Autor

  • Jornalista formado pela Universidade Católica de Brasília (UCB). Com experiência em Política, Economia, Meio Ambiente, Tecnologia e Cultura, tem passagens pelas áreas de reportagem, redação, produção e direção audiovisual.

    Ver todos os posts

Compartilhe

Inscreva-se

Receba as notícias do Política Brasileira no Whatsapp

Leia Mais
Relacionado

Análise: Tendência ao continuísmo nos estados

Levantamento realizado pela Arko Advice, tendo como base pesquisas do...

Aumento do IOF impulsionou pico de arrecadação em setembro

Receita Federal registra crescimento real de 1,43% sobre setembro de 2024, melhor resultado para o mês desde 2000

Governo prioriza corte de gastos e revisão de benefícios tributários pode ser votado em novembro

Projetos visam cortar em 10% incentivos fiscais para equilíbrio orçamentário