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Lula sanciona com 63 vetos lei que muda regras de licenciamento ambiental

Vetos serão analisados pelo Congresso, que pode mantê-los ou derrubá-los

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Nesta quinta-feira (7), o presidente Lula (PT) sancionou a nova lei do licenciamento ambiental, com 63 vetos. Entre os principais pontos vetados estão dispositivos que restringiam a consulta a órgãos como a Funai e a Fundação Palmares, sobretudo em casos envolvendo terras indígenas ou quilombolas.

O texto aprovado anteriormente no Congresso contemplava consulta apenas se as áreas estivessem homologadas por decreto presidencial, mas o veto presidencial restabeleceu a necessidade de consulta sempre que a Funai ou a Fundação Palmares reconheçam essas comunidades.

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Licença Ambiental Especial

O governo assinou uma Medida Provisória para garantir a vigência imediata da Licença Ambiental Especial (LAE), criada para projetos estratégicos. Contudo, foi vetada a obrigatoriedade do processo monofásico, que liberaria todas as licenças simultaneamente. A decisão visa evitar que empreendedores tenham que antecipar grandes despesas antes da comprovação da viabilidade ambiental.

Os projetos prioritários terão um processo ágil e direcionado, com equipes específicas para acelerar o licenciamento, semelhante ao modelo usado nas obras do PAC.

“O conselho passará a ser acionado no caso de processos prioritários, mas isso não permitirá licenciamentos monofásico, todas as fases devem ser mantidas integralmente”, afirmou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede).

Licença Ambiental por Adesão e Compromisso

A Licença Ambiental por Adesão e Compromisso (LAC), que já é utilizada para empreendimentos de baixo potencial poluidor, será mantida, mas o governo propõe que sua aplicação seja limitada. A LAC não poderá ser usada caso o empreendimento provoque impactos socioambientais não previstos, como o deslocamento de populações, reforçando o rigor nos casos com mudanças não registradas previamente.

Dispensa e simplificação com restrições

Foi vetado o dispositivo que dispensava licenciamento para obras de duplicação de rodovias pavimentadas, porém o governo prepara um novo projeto para manter essa dispensa com exigência de existência de licença ambiental anterior para esses empreendimentos. Em saneamento, o veto eliminou a dispensa de licenciamento para sistemas e estações de tratamento de água e esgoto, devido ao risco de impactos significativos, embora mantenha-se a previsão de rito simplificado para obras de expansão, excluindo aquelas relacionadas à segurança energética.

Os 63 vetos devem ser analisados pelo Congresso Nacional, que pode mantê-los ou derrubá-los.

Autores

  • Jornalista formado pela Universidade Católica de Brasília (UCB). Com experiência em Política, Economia, Meio Ambiente, Tecnologia e Cultura, tem passagens pelas áreas de reportagem, redação, produção e direção audiovisual.

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  • Jornalista formado pela Universidade de Brasília (UnB). Coordenador de jornalismo na Arko Advice, contribui para o Política Brasileira com bastidores da política nacional. Tem passagem como repórter pelo Correio Braziliense, Rádio CBN e Brasil61.com. Mestrando em Ciência Política.

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  • Jornalista carioca erradicada em Brasília, com experiência em cobertura econômica e política. Formação pela PUC-Rio, com passagem pela CNN Brasil na áreas de produção de videorreportagem.

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