O Boletim de Ozônio 2024 da Organização Meteorológica Mundial (OMM), divulgado nesta terça-feira (16), mostra que a camada de ozônio da Terra apresentou sinais de recuperação após décadas de destruição causada por substâncias nocivas.
O deficit máximo do buraco sobre a Antártida em 2024 foi o menor registrado em décadas, atribuído às políticas internacionais coordenadas em torno da Convenção de Viena e do Protocolo de Montreal.
O buraco sobre a Antártida ficou abaixo da média entre 1990 e 2020 — com déficit máximo de 46,1 milhões de toneladas registrado em setembro.
Protocolo de Montreal
A melhora é atribuída a ações coordenadas de governos e ciência, sobretudo à eliminação de mais de 99% das substâncias destruidoras do ozônio após o Protocolo de Montreal (1989). Esse marco multilateral é apontado como um dos acordos ambientais internacionais de maior sucesso, evitando casos graves de câncer, catarata e danos ambientais causados pela radiação UV.
A Emenda de Kigali, assinada em 2016, estabeleceu regras para os hidrofluorcarbonetos, reforçando a luta contra o aquecimento global.
Desafios até 2066
Se mantidas as políticas atuais, a OMM prevê que a camada de ozônio retornará aos níveis da década de 1980 já em 2040 no restante do planeta, 2045 no Ártico e 2066 na Antártida.
Entretanto, especialistas alertam que ainda é necessário vigilância e monitoramento constante das substâncias nocivas, já que oscilações naturais e ações humanas podem influenciar a velocidade da recuperação.
“A Convenção de Viena e seu Protocolo de Montreal tornaram-se um marco de sucesso multilateral. Hoje, a camada de ozônio está se recuperando. Essa conquista nos lembra que, quando as nações acatam os alertas da ciência, o progresso é possível”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres.