Com a oferta de desconto de 24,8% sobre a tarifa básica do pedágio, a Way Concessões arrematou, na quinta-feira (06), a Rota Sertaneja – BRs 153/262, entre Goiânia-Uberaba e a divisa de Minas com São Paulo, em leilão realizado na Bolsa de Valores de São Paulo (B3).
Foi o segundo certame em duas semanas consecutivas. No dia 30 de outubro, o Ministério dos Transportes concluiu a transferência ao setor privado de seis lotes de rodovias no Paraná.
A rodada da Rota Sertaneja registrou disputa entre quatro grupos. A proposta da Way Concessões superou os valores oferecidos pelo Consórcio Rota do Cerrado (Fundo XP Infra V), de 20,36%, e pela francesa Vinci Highways, de 20,11%. O quarto interessado, o Consórcio Construcap, ofereceu 14% de desconto.
A concessão prevê R$ 5,53 bilhões em Capex (investimentos em obras) e R$ 4,95 bilhões em Opex (custos de operação) em 530 quilômetros de rodovia, ao longo de 30 anos de contrato. A concessão terá cinco praças de pedágio: duas em Goiás, em Piracanjuba e Itumbiara; e três em Minas Gerais, em Prata, Fronteira e Campo Florido.
O projeto inclui: mais de 42 quilômetros de duplicação; 4 quilômetros de contornos; 31,8 quilômetros de faixas adicionais; mais de 4 quilômetros de vias marginais; 6 passarelas; 132 acessos; 146 pontos de ônibus; e 5 passagens para fauna.
O diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Guilherme Sampaio, que estruturou o certame, festejou: “Este é o nosso 39º leilão na B3. São mais R$ 600 bilhões de valores privados já contratados.” Conforme disse, a agência acompanhará a execução do contrato “com rigor no monitoramento, na fiscalização e na garantia e qualidade das entregas”.
O ministério prevê mais dois certames este ano, ambos na modelagem de leilões simplificados (contratos renegociados): nesta terça-feira (11), será realizado o leilão da Autopista Fluminense (BR-101/RJ); no dia 12 de dezembro, o da Autopista Fernão Dias (BR-381/MG/SP).
O leilão simplificado prevê a oferta ao mercado de contrato previamente acertado com a atual concessionária da via. Se houver outro proponente oferecendo proposta melhor, a concessão pode trocar de dono. Houve dois casos nesse modelo: na BR-101/ES e na BR-163/MS. Em ambos, a concessionária original (ou controladora) venceu a disputa e continua com os ativos.

