O grupo português Mota-Engil venceu, na sexta-feira (5), o leilão de parceria-público privada (PPP), realizado na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), para construir e operar o túnel submerso projetado para ligar Santos a Guarujá, no estado de São Paulo. Os portugueses têm como sócio a China Communications Construction Company (CCC).
A Mota-Engil ganhou a disputa ao ofertar desconto de 0,5% na contraprestação a ser paga pelo poder público (estado e União), superando a proposta dos espanhóis da Acciona, que não teve deságio. O projeto tem previsão de investimentos de R$ 6,8 bilhões, com aporte público de até R$ 5,1 bilhões, dividido igualmente entre os governos federal e paulista.
O contrato tem duração de 30 anos, incluindo construção, operação e manutenção do túnel, com 1,5 quilômetro de extensão, sendo 870 metros submersos. Atualmente a ligação entre Santos e Guarujá é feita por balsas que transportam, diariamente, em torno de 80 mil pessoas e 27 mil veículos. Caminhões precisam fazer um desvio de mais de 40 quilômetros.
“Temos a certeza de que cumpriremos com nossas obrigações e esperamos iniciar a obra o mais rápido possível”, afirmou o vice-presidente da Engil-Mota, Manuel António da Fonseca Vasconcelos da Mota.
Segundo o edital, as obras deverão estar concluídas até 2030. Depois disso, conforme o secretário estadual de Parcerias e Investimentos do governo paulista, Rafael Benini, ocorrerá a implantação dos acessos. “A nossa expectativa é abrir o túnel em 2031”, disse.
Após o leilão, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ressaltou a importância da obra e a sua complexidade, acrescentando que o projeto superou ideologias políticas, mas sem citar o governo federal e o presidente Lula (PT).