Em audiência na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, na semana passada, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defendeu a revisão do trecho da Constituição sobre energia nuclear tendo em vista incluir o seu uso para a defesa.
“A Constituição vedou, e a gente respeitou, mas só será respeitado no mundo aquele que tiver soberania nuclear. Então, vai chegar o momento em que a Constituição, eu acredito, vai ter que ser revista para que nós tenhamos a cadeia nuclear completa”, declarou o ministro.
Na quarta-feira passada (15), a Âmbar Energia, do grupo J&F, holding da JBS, adquiriu por R$ 535 milhões a fatia que a Eletrobras detinha na Eletronuclear. Para especialistas, a operação poderá destravar investimentos no setor nuclear, levando à conclusão da Usina Angra 3, em Angra dos Reis (RJ).
Silveira disse que ficou sabendo por terceiros da venda da fatia da Eletrobras na Eletronuclear ao Grupo J&F. Mas, segundo ele, a aquisição “não tem correlação direta” com a decisão que será tomada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) sobre a conclusão de Angra 3.
O conselho vai avaliar três hipóteses: continuidade do projeto, suspensão da obra ou admissão de um parceiro privado no projeto. A data da reunião ainda não foi definida.
Silveira destacou que o setor nuclear é estratégico e precisa de reestruturação para a sua expansão. “Todos sabem da minha posição sobre o setor nuclear brasileiro desde que tomei posse como ministro. É um setor estratégico para a geração de energia, para a medicina nuclear”, disse.

