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Estudo do BNDES sobre Angra 3 eleva tarifa para até R$ 817,27 por MWh

Projeções indicam energia entre R$ 778,86 e R$ 817,27 por MWh

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Estudos realizados pelo BNDES sobre o prosseguimento das obras na usina nuclear de Angra 3, em Angra dos Reis (RJ), elevaram a projeção da tarifa de energia para a faixa de R$ 778,86 a R$ 817,27 por megawatt-hora (MWh), segundo comunicado da Eletronuclear divulgado no último dia 5. O projeto está com as obras paralisadas há vários anos.

Em outubro, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) havia determinado a retomada dos estudos para a conclusão da obra, com base em acordo anterior com a Eletrobras. A decisão final sobre a continuidade ou não do projeto ainda não foi tomada e dependerá do fechamento desses estudos, que atualizam os custos de financiamento e a estrutura de governança.

Projeções feitas no ano passado indicavam que o custo médio da energia seria de pouco mais de R$ 653 por MWh para a usina. O novo estudo foi apresentado pelo banco de fomento há menos de um mês, após o Grupo J&F ter anunciado a compra da participação da Axia Energia (ex-Eletrobras) na Eletronuclear, por R$ 535 milhões.

O aumento no custo da energia se deu principalmente pelo atraso na entrada em operação e pela atualização dos custos de financiamento e investimento, segundo o estudo. No ano passado, o custo calculado para a conclusão da usina era de R$ 23,9 bilhões, enquanto o custo para o abandono do projeto variava de R$ 21,9 bilhões a R$ 25,97 bilhões.

Para a Eletronuclear, a conclusão da usina “tornaria Angra 3, juntamente com Angra 1 e 2, as térmicas mais competitivas desse porte no subsistema Sudeste”. Angra 3 está projetada com uma potência de 1.405 MW. O estudo do BNDES também apontou prazo maior para a conclusão da obra, em 2033, enquanto a estimativa anterior indicava 2031.

A retomada da obra deve ser discutida em reunião do CNPE, sem data marcada, mas o Ministério de Minas e Energia quer definir a questão ainda este ano. O projeto já consumiu cerca de R$ 12 bilhões. A Eletronuclear desembolsa, aproximadamente, R$ 1 bilhão por ano apenas para manter o empreendimento, sendo R$ 800 milhões referentes ao serviço da dívida junto ao BNDES e à Caixa Econômica, segundo a empresa.

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