O Governo de São Paulo realiza nesta sexta-feira (5), às 16h, na B3, a Bolsa de Valores do Brasil, o leilão para a concessão do Túnel Santos-Guarujá. A empresa ou consórcio vencedor será responsável pela construção, operação e manutenção da estrutura por um período de 30 anos. O projeto consiste na primeira implementação de um túnel imerso na América Latina e criará uma ligação seca permanente entre as duas cidades.
Leilão e investimento no projeto
O investimento total para a obra do túnel está estimado em R$ 6,8 bilhões. Deste montante, um aporte público de até R$ 5,1 bilhões será dividido igualmente entre o Governo do Estado e o governo federal, através do Ministério de Portos e Aeroportos. O critério para definir o vencedor do certame será o maior percentual de desconto oferecido sobre o valor da contraprestação pública anual máxima, que foi fixada em R$ 438,3 milhões.
Mobilidade na Baixada Santista
A estrutura visa modificar o cenário da mobilidade na região. Atualmente, a ligação entre Santos e Guarujá depende de balsas, com um tempo de travessia de aproximadamente 15 minutos, sujeito a atrasos por condições climáticas e pelo tráfego de navios no porto. A alternativa terrestre pode levar mais de uma hora. Com o túnel, a expectativa é que o deslocamento seja feito em até cinco minutos.
Diariamente, o sistema de balsas transporta mais de 21 mil veículos, além de milhares de ciclistas e pedestres. Moradores que realizam o trajeto com frequência veem o projeto com otimismo. “Tem dias que são mais demorados na balsa. Então, eu acredito que esse túnel realmente vai resolver o problema de muita gente”, relata a professora de educação física Giuliana Gonçalves.
O inspetor de qualidade Lucas Gomes do Nascimento, que também cruza o canal diariamente para trabalhar, já planeja o que fazer com o tempo que será economizado: “aproveitar para dormir mais ou fazer outras atividades que não consigo por falta de tempo”.

Estrutura e detalhes do projeto
O túnel Santos-Guarujá terá 1,5 quilômetro de extensão, dos quais 870 metros serão submersos, instalados sob o leito do canal do porto. A construção utilizará a técnica de módulos de concreto pré-moldados, um método de engenharia já estabelecido em projetos internacionais na Europa e na Ásia.
A obra foi concebida para ser multimodal, integrando diferentes meios de transporte. Contará com três faixas de rolamento por sentido, sendo uma delas de uso exclusivo para o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). O projeto inclui também uma passagem separada para pedestres e ciclistas.
Segundo Denis Gerage Amorim, subsecretário de Logística e Transportes da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística de São Paulo, o túnel representa um marco para a região. “Com ele, será possível atravessar o canal em poucos minutos, com infraestrutura que integra veículos, ciclistas e pedestres. Ao mesmo tempo, o sistema de travessias por balsa seguirá cumprindo um papel importante, ampliando as alternativas disponíveis para a população”, afirmou.

