A força-tarefa do Governo de São Paulo, mobilizada para combater a intoxicação por metanol relacionada a bebidas falsificadas, realizou uma grande apreensão nessa quinta-feira (2). Policiais civis flagraram 50 caixas de bebidas suspeitas em um caminhão no município de Diadema, que descarregava a mercadoria em um estabelecimento na Vila Santa Maria.
A desconfiança surgiu quando os agentes vistoriaram a carga e encontraram 1.200 garrafas de cerveja preenchidas com um líquido semelhante a cachaça, e com o rótulo aparentemente trocado. A nota fiscal indicou que a mercadoria vinha de uma distribuidora em São Bernardo do Campo.
Em diligências no local, a polícia constatou a existência de uma possível fábrica clandestina, identificando maquinário, reservatórios, destiladoras, tonéis e botijões de gás no terreno.
Cerca de 1.200 garrafas e o veículo de entrega foram apreendidos para perícia. O caso foi registrado no 4º Distrito Policial de Diadema como crime contra as relações de consumo, e um homem de 50 anos é investigado.
Gabinete de Crise intensifica fiscalizações
O Governo de São Paulo instaurou um gabinete de crise na terça-feira (30) para intensificar as ações preventivas e investigativas após os casos de contaminação por metanol.
As operações desta semana resultaram em um volume significativo de apreensões e interdições. Além do flagrante em Diadema, a polícia recolheu: 1.800 lacres falsos na capital; 162 garrafas de uísque e rótulos falsificados em Dobrada, na região de Araraquara; 17,7 mil unidades em uma fábrica clandestina em Americana, na terça (30); Um lote de 128 mil garrafas lacrado em Barueri, na quarta (1), por falta de documentação.
Em outra interdição na quinta-feira (2), em M’Boi Mirim, foram apreendidas 60 garrafas de vodka do mesmo lote suspeito de Barueri. O local ainda apresentava problemas sanitários graves, com presença de roedores e baratas, além de alimentos vencidos e carne sem controle de temperatura.
Em 2024, a polícia já havia recolhido mais de 50 mil garrafas em ações de combate à falsificação. As medidas anunciadas pelo governo incluem a interdição cautelar de estabelecimentos, a criação de mecanismos rápidos de denúncia, a estruturação do atendimento na rede de saúde e a intensificação das investigações.