A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) lançou a primeira edição do Manual sobre Operação de Drones (UA) no Apoio às Atividades Aeroportuárias, documento que reúne boas práticas e orientações para o uso seguro e eficiente dessa tecnologia em aeródromos.
Resultado de parceria com a indústria, o material consolida experiências nacionais e internacionais já aplicadas no setor e destaca ganhos de eficiência, sustentabilidade e segurança em atividades como inspeção de pistas, monitoramento da fauna, verificação de drenagem, acompanhamento de obras e apoio à segurança operacional.
Aplicações práticas
Segundo a Anac, os drones permitem que tarefas que antes exigiam mais tempo, equipes em solo e custos elevados sejam realizadas de forma ágil, precisa e com menor impacto ambiental. Entre as aplicações estão as inspeções de pistas e pátios, em que câmeras de alta resolução e sensores térmicos identificam fissuras, desgaste e objetos estranhos com rapidez, possibilitando ações preventivas.
No gerenciamento do risco da fauna, o uso de câmeras térmicas e alto-falantes acoplados aos equipamentos auxilia na identificação e no afastamento de aves e animais, reduzindo riscos para pousos e decolagens.
Já no monitoramento de obras, os drones permitem acompanhar intervenções em tempo real, gerar imagens comparativas e apoiar a tomada de decisão com dados de alta precisão.
O manual também aponta aplicações na segurança aeroportuária (AVSEC), em que a vigilância aérea contínua amplia a proteção do perímetro e auxilia na prevenção de atos de interferência ilícita. A integração com inteligência artificial expande ainda mais as possibilidades, permitindo análise automatizada de pavimentos (PCI), detecção de objetos estranhos (FOD) e verificação do balizamento. Testes realizados em Confins (MG), Vitória (ES) e Florianópolis (SC) já demonstraram benefícios ambientais, como a redução no consumo de combustível e na emissão de CO₂ em atividades operacionais.
Normas e procedimentos
O documento traz, ainda, recomendações para melhorar a comunicação entre pilotos remotos e órgãos de controle de tráfego aéreo, como o uso de fraseologia padronizada e a elaboração de Cartas de Acordo Operacional (CAOp). Também orienta a adoção da Avaliação de Impacto de Segurança Operacional (AISO) para os voos de drones realizados pelos operadores dos aeródromos, considerada essencial para mitigar riscos de colisão com aeronaves tripuladas.