O União Brasil e o Progressistas (PP) oficializam nesta terça-feira (29), em cerimônia a partir das 15h, a formação de uma federação partidária que deverá se chamar União Progressista. A nova aliança unirá duas das maiores forças políticas do país, criando um bloco com a maior bancada da Câmara dos Deputados e o maior número de prefeituras, senadores e verbas públicas entre os partidos brasileiros.
A decisão foi tomada em reunião na Câmara dos Deputados, com a presença das principais lideranças do União Brasil, como o presidente Antônio Rueda, o ministro do Turismo Celso Sabino e o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto. Segundo Rueda, a federação terá, até dezembro, uma copresidência dividida entre ele e o senador Ciro Nogueira, presidente nacional do PP. A partir de janeiro, apenas um dos dois comandará o bloco, ainda sem definição de qual será a ordem no rodízio.
Em seguida, as siglas começarão a discutir e votar em convenções partidárias próprias o estatuto da federação, documento que regulamentará as decisões internas e a distribuição de comando — pontos que ainda geram divergências entre os partidos.
Superfederação mira liderança política
Conhecida nos bastidores como “superfederação”, a União Progressista promete ser um ator central nas eleições de 2026, e influenciar fortemente o cenário político. Veja os números da nova federação:
- 109 deputados federais, formando a maior bancada da Câmara
- 14 senadores, empatando com PL e PSD no Senado
- 1.336 prefeitos, superando o PSD, que hoje tem 889
- 6 governadores, maior número entre os partidos
- R$ 953,8 milhões do fundo eleitoral (2024) — maior fatia entre todos os partidos
- R$ 197,6 milhões do fundo partidário (2024) — também o maior volume
Participação no governo
Ambos os partidos têm atualmente participação no governo Lula, comandando ministérios como o do Turismo, mas existem algumas sinalizações de distanciamento político. ACM Neto afirmou que a federação nasce com vocação para representar um “projeto alternativo ao governo federal e ao próprio presidente Lula”.
Com o estatuto finalizado, a federação poderá ser registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que exige um compromisso mínimo de quatro anos de atuação unificada entre os partidos, com alinhamento nas campanhas e nas votações parlamentares.