Nesta sexta-feira (9), a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), defendeu a importância de o Brasil intensificar a aproximação com a China, considerando a mudança no eixo econômico mundial, que se desloca para a Ásia. “O próprio agronegócio, que antes tinha muito receio, hoje sabe que o nosso maior parceiro comercial é a China e que precisamos direcionar todas as nossas energias para nos aproximar nessa relação”, afirmou em entrevista à CartaCapital.
Rotas da América Latina para a Ásia
Segundo a ministra, as rotas sul-americanas de integração comercial também são de extrema importância para essa aproximação. As cinco rotas ainda estão em processo de construção, e têm como objetivo integrar a América Latina, facilitar a importação e exportação de produtos entre os países e reduzir o tempo de transporte de mercadorias vindas da Ásia. De acordo com Tebet, até o final do mandato do presidente Lula, ao menos parte dessas rotas será concluída.
Cenário favorece reorientação global
A ministra também defendeu que um dos meios para fortalecer a relação é o cultivo de um bom relacionamento entre o presidente Lula (PT) e o governo chinês. Segundo ela, a viagem do presidente à China deve render “boas notícias”, já que o país demonstra interesse em investir em projetos ferroviários no Brasil.
Além disso, para Tebet, o cenário mundial, marcado pelo aumento de tarifas imposto pelos Estados Unidos, favorece a aproximação do Brasil com a Ásia e com outros parceiros comerciais. Segundo ela, o raciocínio é simples: “Já que levar produto para lá (Estados Unidos) está muito caro, eu vou comercializar com o Brasil”.