O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), anunciou nesta quarta-feira (5) que pretende formar chapa com o cantor sertanejo Gusttavo Lima, para as eleições presidenciais de 2026. Ainda não foi definido, porém, quem será o candidato à Presidência e quem ocupará o posto de vice.
Segundo Caiado, as viagens para fortalecer o projeto terão início nos próximos meses, com o lançamento oficial da pré-candidatura marcado para o dia 4 de abril, em Salvador. O governador ressaltou que a decisão sobre a cabeça de chapa será tomada apenas em 2026.
Caiado já foi candidato a presidente, em 1989. Não foi eleito, recebendo 0,68% dos votos válidos, ficando em décimo lugar no pleito. No segundo turno, apoiou o então candidato vitorioso, Fernando Collor.
Direita
A possível parceria coloca Caiado como o primeiro nome da direita a se posicionar publicamente para a corrida presidencial, após ter declarado interesse na disputa desde o ano passado. Já Gusttavo Lima revelou o desejo de ingressar na política em janeiro deste ano e, desde então, tem estreitado laços com figuras políticas, como o próprio governador de Goiás e o ex-coach Pablo Marçal (PRTB), que concorreu à prefeitura de São Paulo em 2024.
O cantor ainda não se filiou a nenhum partido, mas recebeu convites de legendas como União Brasil e PP.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) descartou apoiar Gusttavo Lima, dizendo que será o candidato do partido em 2026. Bolsonaro, porém, está inelegível até 2030, e ainda enfrenta denúncias, como a acusação de liderar tentativa de golpe de Estado após a derrota em 2022 para o presidente Lula.
Polêmicas
Ronaldo Caiado está no seu segundo mandato como governador de Goiás. Em dezembro do ano passado foi condenado em primeira instância por abuso de poder político nas eleições municipais de 2024, tornando-o inelegível. Durante seu primeiro mandato, foi denunciado por nomear parentes em importantes funções públicas do estado de Goiás, como primos e tios.
A mesma decisão de dezembro de 2024 cassou o registro do prefeito eleito de Goiânia, Sandro Mabel, que foi apoiado por Caiado na campanha. As defesas dos dois políticos informaram que irão recorrer a instâncias superiores.
Já Gusttavo Lima enfrenta investigações, e foi indiciado em 2023 por suspeita de lavagem de dinheiro e organização criminosa, chegando a ter sua prisão decretada em Pernambuco. O nome do cantor também gera controvérsias dentro do espectro político conservador.