De acordo com dados da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), a Petrobras está vendendo o diesel no Brasil com valor abaixo do comercializado no mercado internacional há cerca de três meses. A maior defasagem em relação ao preço praticado no mercado externo foi em 20 de janeiro deste ano, com 28% a menos, cerca de R$ 0,96 por litro.
Diante desse cenário, nesta segunda-feira (28), a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, se reuniu com o presidente Lula (PT) e ministros para falar sobre um reajuste no preço do diesel. Ao manter o valor abaixo do comercializado internacionalmente, tanto a estatal como os importadores de combustível que atuam no mercado brasileiro são prejudicados. Os técnicos ainda estão estudando o valor do reajuste, que pode ser aprovado nesta quarta-feira (29), quando o Conselho de Administração da petroleira se reúne.
O aumento do valor do diesel na bomba impacta no preço final dos produtos para o consumidor, tendo em vista que esse é o principal combustível usado nas rodovias do país para a fretagem das mercadorias. Como o valor é repassado em cadeia, tanto os motoristas como o consumidor final vão ser impactados pelo reajuste. Atualmente, ainda segundo a Abicom, a defasagem está em 17%, o que equivale a R$ 0,59.
Além disso, o preço da gasolina também está defasado quando comparado com o valor do mercado internacional desde outubro de 2024. A maior disparidade foi em 16 de janeiro, quando atingiu 16%, cerca de R$ 0,48 mais barato que no mercado externo. Apesar da presidente da Petrobras não ter falado em reajuste da gasolina neste momento, os preços ficarão mais altos a partir de fevereiro, com o aumento da alíquota do ICMS em todos os estados do país. O diesel também enfrentará aumento de tributação, sendo o etanol o único combustível fora do ajuste.