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Petroleiros marcam “greve de advertência” na Petrobras

Sindicatos dizem haver incoerência entre distribuição bilionária de dividendos e política de corte de gastos

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A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) anunciaram uma greve de advertência na Petrobras. A paralisação foi marcada para os dias 29 e 30 de maio. Segundo as entidades, a medida é uma resposta direta à ausência de avanços concretos no diálogo com a direção da companhia, especialmente em relação à remuneração variável dos empregados e à política de cortes de custos implementada.

Na próxima semana, assembleias serão realizadas em todas as unidades da Petrobras para formalizar a rejeição da proposta apresentada pela estatal. FUP e FNP preparam uma contraproposta unificada, que será apresentada à direção da empresa.

Não é a primeira paralisação de advertência feita pelos funcionários da Petrobras. Em março, um movimento do tipo resultou em reunião com a diretoria da empresa.

Protesto contra lucros bilionários com cortes internos

As federações criticam o que classificam como “incoerência” da gestão da estatal, que ao mesmo tempo em que anunciou um lucro líquido de R$ 35,2 bilhões no primeiro trimestre de 2025 e a distribuição de R$ 11,72 bilhões em dividendos aos acionistas, tem defendido medidas de austeridade interna.

“Os R$ 11,7 bilhões de dividendos para acionistas anunciados pela empresa representam 33,3% do lucro líquido registrado no trimestre. Mas quando olhamos sua trajetória na gestão Magda Chambriard (entre 2T24 e 1T25), nota-se que o total de dividendos pagos, de R$ 74,1 bilhões, é 1,53 vezes superior ao lucro líquido auferido pela companhia no período, que foi de R$ 48,2 bilhões”, argumentou o coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar.

Segurança e Fafen-PR

Além da demanda salarial, os sindicatos pedem a melhoria das condições de segurança durante a manutenção e operação da fábrica de fertilizantes do Paraná (Fafen-PR). A unidade é uma das apostas do governo brasileiro para diminuir a dependência da importação de fertilizantes.

Autor

  • Jornalista formado pela Universidade de Brasília (UnB). Coordenador de jornalismo na Arko Advice, contribui para o Política Brasileira com bastidores da política nacional. Tem passagem como repórter pelo Correio Braziliense, Rádio CBN e Brasil61.com. Mestrando em Ciência Política.

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