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Pesquisas mostram que maioria é contrária à anistia e se divide em relação à prisão de Jair Bolsonaro

Maioria rejeita anistia ampla, opiniões se dividem sobre prisão domiciliar

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Os institutos AtlasIntel e Datafolha divulgaram nesta quinta-feira (14) pesquisas de intenção de voto sobre a confiança das instituições, a imagem do Supremo Tribunal Federal (STF) e seus ministros, anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro e a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

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Segundo a AtlasIntel, a opinião pública segue contrária à anistia e se divide em relação à prisão de Jair Bolsonaro. Além disso, a maioria avalia que as punições aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro foram exageradas.

Em relação à anistia “ampla, geral e irrestrita”, defendida pelo bolsonarismo, 51,2% são contrários e 46,9% são favoráveis. Sobre a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro, 52,1% são contrários, enquanto 47% são favoráveis. Sobre a inelegibilidade de Bolsonaro por conta de críticas ao sistema eleitoral, 50,1% discordam. Outros 49,5% são favoráveis.

Quanto às punições impostas a quem participou dos atos de 8 de janeiro de 2023, 51,1% entendem que foram exageradas. Uma parcela menor, de 35,3%, avalia que as punições foram adequadas. Em relação à responsabilização do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), 50% acham que ele não foi o responsável. Já 48,8% acreditam que sim.

A pesquisa do instituto Datafolha, também divulgada hoje (14), mostra que 51% dos entrevistados concordam com a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro. Por outro lado, 42% são contrários. Quanto ao ministro do STF Alexandre de Moraes, 53% entendem que ele está seguindo o que determinam as leis e a Constituição. Por outro lado, 39% acreditam que Bolsonaro está sendo injustiçado pelo ministro por motivos políticos.

Apesar dos números das pesquisas AtlasIntel e Datafolha mostrarem alguns dados divergentes, o que pode ser explicado pelas diferentes metodologias adotadas pelos institutos e as datas distintas de realização, percebe-se que a campanha negativa realizada pelo bolsonarismo contra o STF atingiu parte de seu objetivo, já que existe um desgaste parcial da Suprema Corte na opinião pública.

Mais do que isso, como a prisão de Jair Bolsonaro também divide os brasileiros, constata-se que a narrativa da suposta perseguição política contra o ex-presidente tem gerado efeito. Porém, por ora, a tese da anistia não deve avançar no Congresso. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou hoje (14) que não vê ambiente para uma “anistia, geral e irrestrita”.

STF ainda divide a população, mas avaliação melhora

A divisão da população sobre o STF é visível também na avaliação da atuação da Corte. Para 45,4% dos entrevistados “o Brasil vive sob uma ditadura do Judiciário”. Por outro lado, 43,3% acreditam que “o Judiciário está cumprindo o seu papel corretamente”. Apesar da divisão, houve uma melhora nessa avaliação. Em relação à pesquisa de fevereiro, a opinião de que “o Judiciário está cumprindo seu papel” cresceu 22,4 pontos. Nesse mesmo período, a opinião de que o Brasil “vive uma ditadura do Judiciário” oscilou negativamente 2,1 pontos percentuais.

Para 51,1% dos entrevistados os ministros do STF “não estão demonstrando competência e imparcialidade no julgamento de processos perante a Corte”. Por outro lado, 47,9% acreditam que sim.

Também chama atenção o fato do STF ter um saldo de avaliação negativa em todas as questões pesquisadas, ainda que a diferença seja pequena em algumas: defesa da democracia (-1 ponto); respeito à Constituição e às leis (-3 pontos); profissionalismo e competência dos ministros (-4 pontos); respeito ao Poder Legislativo (-7 pontos); defesa dos direitos individuais (-8 pontos); combate à corrupção (-9 pontos); reformas para melhorar o funcionamento do Judiciário (-14 pontos); correção de erros e abusos de instâncias inferiores (-9 pontos); e imparcialidade entre rivais políticos (-12 pontos).

Quanto à imagem dos ministros do STF, todos possuem um saldo negativo de popularidade: Alexandre de Moraes (-2 pontos percentuais); Cármen Lúcia (-3 pontos); Flávio Dino (-4 pontos); Cristiano Zanin (-7 pontos); André Mendonça (-3 pontos); Luís Roberto Barroso (-17 pontos); Edson Fachin (-16 pontos); Luiz Fux (-15 pontos); Dias Toffoli (-20 pontos); Gilmar Mendes (-27 pontos); e Nunes Marques (-19 pontos).

Avaliação das instituições

A pesquisa AtlasIntel também mostra um desgaste amplo das instituições. Os pesquisadores perguntaram aos respondentes se confiam ou não em determinadas entidades. Apenas as polícias Civil, Militar e Federal e a Igreja Católica tiveram saldo positivo – 34; 22; 20 e 10 pontos percentuais, respectivamente.

Já o STF divide a opinião pública. Segundo o AtlasIntel, 51,3% não confiam na Suprema Corte e 48,5% confiam. Em relação à pesquisa de fevereiro, a desconfiança cresceu 4,3 pontos percentuais. Nesse mesmo período, a confiança oscilou negativamente 1,5 ponto.

A instituição mais bem avaliada é a Polícia Civil, com 60% dos entrevistados dizendo que confiam na corporação. Também têm avaliação majoritariamente positiva: a Polícia Militar (56% dos entrevistados dizem confiar) e a Igreja Católica (53%). Em seguida vêm a Polícia Federal (49%), o Supremo Tribunal Federal (STF) (49%), o Governo Federal (47%), o Banco Central (46%), Prefeituras (46%) e Governos Estaduais (43%).

Outras instituições têm menor índice de confiança: Igrejas Evangélicas (32%), Exército e Forças Armadas (30%) e o Congresso Nacional (12%).

Por outro lado, as instituições com maior desconfiança da população são o Congresso (81%), Exército e Forças Armadas (58%), Igrejas Evangélicas (46%) e os Governos Estaduais (49%). Em seguida vêm Prefeituras (39%), Banco Central (39%), Governo Federal (52%), STF (51%), Polícia Federal (39%), Igreja Católica (33%), Polícia Militar (34%) e Polícia Civil (26%).

Avaliação política

Além dos dados, vale destacar que, mesmo com a pressão exercida pelos Estados Unidos sobre o Brasil, através do tarifaço e aplicação da Lei Magnitsky contra autoridades brasileiras, a situação jurídica de Jair Bolsonaro é delicada, o que deve levar o ex-presidente a uma condenação em regime fechado.

Apesar da provável condenação de Bolsonaro e da tendência de a anistia não avançar no Congresso, vivemos um cenário de grande imprevisibilidade, o que deve permanecer até 2026. Com as instituições desgastadas, a pressão do bolsonarismo, principalmente sobre Alexandre de Moraes, deve persistir. Além disso, as sanções econômicas dos Estados Unidos, embora desgastem o bolsonarismo, também criam problemas para o presidente Lula (PT).

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