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Paraná Pesquisas: Lula aparece em vantagem nas simulações de 1º turno, mas disputa com a oposição será acirrada no 2º turno

Divisão no primeiro turno e equilíbrio no segundo reforçam disputa acirrada

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A pesquisa divulgada nesta terça-feira (11) pelo instituto Paraná sobre a sucessão de 2026 aponta que o presidente Lula (PT) lidera quatro dos cinco cenários estimulados de primeiro turno (ver tabela abaixo). Apenas um cenário, quando o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível, aparece como alternativa, é que temos um quadro de empate técnico em função da margem de erro da pesquisa, que é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos. No entanto, Lula aparece 3,5 pontos à frente de Bolsonaro.

Sem Jair Bolsonaro no páreo, quem registra a melhor pontuação no primeiro turno contra Lula é a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL). Ela tem um desempenho um pouco melhor que o do governador de São Paulo (SP), Tarcísio de Freitas (Republicanos), embora eles tenham uma intenção de voto similar em função da margem de erro. Michelle tem 2,8 pontos a mais que Tarcísio.

O ex-ministro Ciro Gomes (PSDB) tem percentuais que variam de 8,2% a 14,9% das intenções de voto, sendo uma peça importante no jogo, já que tem base política no Ceará, um dos estados em que Lula é mais forte. O governador do Paraná (PR), Ratinho Júnior (PSD), também possui percentuais interessantes – próximo aos dois dígitos – para quem nunca disputou um pleito nacional.

No cenário em que Lula não é o candidato, com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sendo o candidato petista, a disputa fica ainda mais indefinida. Nesse cenário, Haddad empata com o senador Flávio Bolsonaro (PL), Ciro Gomes e Ratinho Júnior.

Candidatos Cenário 1 (%) Cenário 2 (%) Cenário 3 (%) Cenário 4 (%) Cenário 5 (%)
Lula (PT) 35,6 36,3 36,0 36,0
Fernando Haddad (PT) 20,6
Jair Bolsonaro (PL) 32,1
Flavio Bolsonaro (PL) 19,7 20,5
Michelle Bolsonaro (PL) 26,0
Tarcísio de Freitas (Republicanos) 23,2
Ciro Gomes (PSDB) 8,2 9,9 9,1 9,7 14,9
Ratinho Júnior (PSD) 6,9 10,5 8,4 9,0 11,9
Ronaldo Caiado (União Brasil) 3,2 5,2 4,9 4,5 5,8
Romeu Zema (Novo) 2,7 4,8 3,9 3,3 5,2
Branco/Nulo 6,6 8,0 6,8 8,4 14,1
Indecisos 4,7 5,6 4,9 5,9 7,0

Fonte: Instituto Paraná pesquisas (6 a 10/11)

Apesar da vantagem numérica de Lula nas simulações de primeiro turno, dificilmente o pleito de 2026 não terá dois turnos, mesmo que a oposição não obtenha sucesso em concorrer unida.

Simulações mostram equilíbrio no segundo turno

Mesmo com a vantagem do presidente Lula (PT) na maioria das simulações de primeiro turno, o segundo turno tende a ser muito equilibrado. Nas quatro simulações realizadas pelo instituto Paraná, Lula venceria apenas Flávio Bolsonaro. Contra Jair Bolsonaro, Michelle Bolsonaro e Tarcísio de Freitas, apesar da vantagem numérica de Lula, temos um quadro de empate técnico.

Conforme podemos observar, Lula livra de Flávio uma vantagem de 6,8 pontos percentuais. Contra Jair Bolsonaro, a vantagem de Lula é de apenas 0,6 ponto percentual. Lula livra 1,4 ponto de Michelle e 2,8 pontos de Tarcísio.

Candidatos Cenário 1 (%) Cenário 2 (%) Cenário 3 (%) Cenário 4 (%)
Lula (PT) 43,7 45,4 44,1 43,0
Jair Bolsonaro (PL) 43,1
Flavio Bolsonaro (PL) 38,6
Michelle Bolsonaro (PL) 42,7
Tarcísio de Freitas (Republicanos) 41,8
Branco/Nulo 7,8 10,0 7,8 9,5
Indecisos 5,8 6,0 5,3 5,7

Fonte: Instituto Paraná pesquisas (6 a 10/11)

Após Lula ser beneficiado pelo tarifaço imposto pelos Estados Unidos contra Brasil – e os erros da atuação política do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), que dividiram ainda mais a oposição – dando ao presidente a narrativa da defesa da soberania, o Palácio do Planalto voltou a ter dificuldades nas últimas semanas, sobretudo após a repercussão política positiva da megaoperação de combate ao crime organizado no Rio de Janeiro (RJ).

Desde então, Lula está na defensiva. Além de ter dificuldades para encontrar uma narrativa em uma área sensível como a segurança pública, a negociação do tarifaço com o presidente norte-americano Donald Trump teve tímidos avanços.

Lula tem uma leve vantagem para 2026. No entanto, não devemos desconsiderar o fato de a oposição ainda não ter candidato – o que deixa o presidente jogando praticamente sozinho. Se considerarmos que o tema do tarifaço não deve render mais dividendos políticos a Lula, o Planalto terá que encontrar uma solução para pautas domésticas como a segurança pública. Sem responder a essas demandas, a vantagem do presidente pode ficar ameaçada. A oposição, por outro lado, também segue com desafios importantes, já que continua sem candidato, agenda e com dificuldades de gerenciar a relação com o bolsonarismo.

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