A crise financeira nos Correios escalou para o campo político no Congresso Nacional, com a solicitação da oposição de convocar o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), com o objetivo de prestar esclarecimentos sobre um suposto empréstimo bilionário em articulação para socorrer a estatal.
A mobilização da oposição, liderada pelo deputado Zucco (PL-RS), surge após a divulgação de que o governo estaria negociando um empréstimo de R$ 20 bilhões junto ao Banco do Brasil, à Caixa Econômica Federal e a bancos privados.
Oposição alega violação da Lei de Responsabilidade Fiscal
A oposição classifica a articulação como um “escândalo” e uma “irresponsabilidade deliberada”, citando dados alarmantes sobre o desempenho recente da estatal. Segundo nota divulgada pelo deputado Zucco, os Correios acumularam um prejuízo de R$ 2,64 bilhões somente no segundo trimestre de 2025, quase cinco vezes o valor registrado no mesmo período de 2024. No primeiro semestre de 2025, o prejuízo totalizou R$ 4,37 bilhões, o triplo do ano anterior.
A bancada de oposição argumenta que o empréstimo viola a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). O texto da nota aponta o Artigo 26 da LRF, que exige que a destinação de recursos públicos para cobrir déficits de estatais seja autorizada por lei específica, atenda às condições da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e esteja prevista no orçamento.
Acusações de má gestão e aparelhamento
Para o líder da oposição, a situação dos Correios não é resultado de má gestão, mas sim de um “aparelhamento político” que teria transformado uma empresa, que havia voltado a dar lucro no governo anterior, em um “cabide de empregos” e “reduto político”. A nota acusa o Partido dos Trabalhadores (PT) de “quebrar estatais, tentar maquiar o fracasso de sua gestão” e, no final, “pedir ao cidadão que pague a conta”.
A oposição sinaliza que agirá com firmeza para exigir a investigação do caso e o bloqueio imediato da operação, reforçando a necessidade de transparência e gestão responsável sobre os recursos públicos.

