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“Não é festa, é luta”, diz Marina Silva sobre COP30

Ministra reforça que o mundo já enfrenta os impactos da crise climática, e que é preciso agir para evitar catástrofes ainda maiores

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A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, voltou a enfatizar nesta terça-feira (15) a necessidade urgente de se planejar a substituição dos combustíveis fósseis por fontes de energia renováveis, a chamada transição energética. O alerta foi feito durante o simpósio “Conectando Clima e Natureza: Recomendações para Negociações Multilaterais”, realizado em Brasília.

Segundo Marina, sem um planejamento coordenado, o mundo será forçado a mudar de forma caótica, com efeitos já visíveis como secas, temporais, incêndios e desemprego.

“Se não nos planejarmos para uma transição justa, seremos mudados. E já estamos sendo”, afirmou a ministra.

Entrega das NDCs até a COP30 é essencial

Marina Silva reforçou que o planejamento da transição energética deve ser concretizado na entrega das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) por parte dos países signatários do Acordo de Paris. O Brasil será sede da COP30, marcada para novembro, em Belém (PA).

“Não é festa, é luta. Não é a Copa do Mundo, nem a Olimpíada. É uma COP. E ela vem em um momento de luto, de dor e de ameaça ao multilateralismo e à solidariedade entre os povos”, declarou. A ministra também reforçou a seriedade do compromisso ao lembrar da ECO 92, há 32 anos, no Rio de Janeiro.

Seriedade diante da crise ambiental

A ministra também destacou que a elevação da temperatura média global em 1,5ºC acima do período pré-industrial exige sobriedade e responsabilidade nas decisões internacionais.

Ela alertou para a desconexão entre o clima e a natureza nas discussões atuais, resultado da degradação provocada pela ação humana:

“O clima é parte da natureza, mas fizemos algo tão grave que agora temos que reconectar clima e natureza, como se fossem separados.”

Sonia Guajajara cobra protagonismo indígena

A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, também participou do simpósio e defendeu maior protagonismo dos povos indígenas na política ambiental internacional.

Segundo ela, os conhecimentos tradicionais devem ser reconhecidos como ciência no contexto das mudanças climáticas, conforme prevê o próprio Acordo de Paris.

“Nos preocupamos com a qualidade da participação indígena. O conhecimento indígena também é científico”, afirmou Sonia.

A ministra ressaltou que os povos originários sempre tiveram uma relação harmoniosa com a natureza, e que isso é visível na conservação da Floresta Amazônica.

“Os povos indígenas não construíram grandes cidades, mas construíram uma grande floresta. Essa biodiversidade existe graças ao trânsito livre desses povos, levando sementes e riquezas por todo o território”, destacou.

Autor

  • Jornalista formado pela Universidade Católica de Brasília (UCB). Com experiência em Política, Economia, Meio Ambiente, Tecnologia e Cultura, tem passagens pelas áreas de reportagem, redação, produção e direção audiovisual.

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