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Moraes retira sigilo de delação de Mauro Cid sobre golpe de Estado

Decisão expõe detalhes da colaboração que implica Jair Bolsonaro, generais e ex-ministros

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O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso que investiga o plano de golpe de Estado no Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quarta-feira (19) a retirada do sigilo da delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. A colaboração de Cid detalha a participação do ex-presidente, de generais e de ex-ministros na tentativa de manter Bolsonaro no poder após a derrota nas eleições de 2022.

Decisão pela publicidade dos documentos

Em sua decisão, Moraes destacou que o interesse público justifica a divulgação completa da delação, já que a manutenção do sigilo não é mais necessária para proteger os direitos de Mauro Cid ou garantir o avanço das investigações.

“A manutenção geral do excepcional sigilo da colaboração premiada não mais se justifica na preservação ao interesse público, pois não é mais necessária, nem para preservar os direitos assegurados ao colaborador, nem para garantir o êxito das investigações”, afirmou Moraes em sua decisão.

A retirada do sigilo garante a ampla publicidade de todos os documentos e depoimentos que embasaram a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Jair Bolsonaro e outros 33 investigados.

Notificação dos denunciados

Além de liberar o conteúdo da delação, Alexandre de Moraes determinou que os denunciados pela PGR sejam notificados e recebam:

  • Cópias da denúncia apresentada pela PGR;
  • Íntegra da delação premiada de Mauro Cid;
  • Decisão judicial sobre a retirada do sigilo.

Os investigados terão um prazo de 15 dias para apresentar suas respostas ao STF.

Delação de Mauro Cid e o plano golpista

A colaboração de Mauro Cid foi peça-chave para a denúncia apresentada pela PGR contra Jair Bolsonaro e seu círculo mais próximo. Segundo as investigações, o plano golpista envolvia:

  • Disseminação de fake news para desacreditar o sistema eleitoral;
  • Pressão sobre as Forças Armadas para legitimar a intervenção;
  • Elaboração de uma minuta golpista para reverter o resultado das eleições;
  • Coordenação de atos que culminaram na invasão das sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023

A análise do caso será feita pela Primeira Turma do STF, que tem competência para julgar ações penais envolvendo autoridades com foro privilegiado.

Autor

  • Jornalista formado pela Universidade Católica de Brasília (UCB). Com experiência em Política, Economia, Meio Ambiente, Tecnologia e Cultura, tem passagens pelas áreas de reportagem, redação, produção e direção audiovisual.

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