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Marqueteiro avalia impacto da popularidade de Lula nas eleições de 2026

Chico Mendez aponta erro estratégico do governo e vê Tarcísio como nome forte da direita

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A pesquisa Quaest, divulgada nesta quarta-feira (2), mostra que a popularidade do presidente Lula (PT) segue em queda. Para entender as razões desse declínio e os impactos na eleição de 2026, a newsletter Jogo Político, do jornal O Globo, entrevistou o marqueteiro Chico Mendez, estrategista com experiência em campanhas no Brasil e no exterior.

Mendez acredita que Lula cometeu um erro estratégico desde 2023, ao governar voltado para a base petista e ignorar o chamado “centro” e os liberais que ajudaram na sua eleição. “Lula prometeu um governo de Frente Ampla, mas entregou um de Frente Janja”, diz, referindo-se à influência da primeira-dama Janja da Silva e de pautas identitárias, caras à esquerda.

Lula deveria ter sinalizado ao centro

Segundo Mendez, a queda na popularidade de Lula vai além da insatisfação com a economia. Ele compara a situação atual com a de Dilma Rousseff em 2015, que perdeu apoio ao adotar políticas contrárias às promessas de campanha.

“O governo atual ignorou o centro. No passado, Lula teve sucesso ao capturar temas dos adversários e adotar uma agenda mais ampla. Agora, fez o oposto”, argumenta.

Tarcísio pode ser “a noiva mais desejada”

Mendez vê a direita unida em 2026, e aposta que Tarcísio de Freitas (Republicanos) será o candidato mais competitivo.

“O bolsonarismo eliminou a direita liberal. Tarcísio tem o DNA de Bolsonaro, e isso pode torná-lo a grande aposta da direita”, diz.

Ele também menciona Romeu Zema (Novo) e Ronaldo Caiado (União Brasil) como opções viáveis, mas reforça que o ex-presidente Jair Bolsonaro continuará influente, mesmo se for preso.

“Se Bolsonaro for preso, ele se tornará uma figura mítica ainda maior. Isso reforçaria a dinâmica religiosa do bolsonarismo”, avalia.

Centrão na política nacional

Mendez acredita que o Centrão seguirá como peça-chave no equilíbrio político. Para ele, figuras como Arthur Lira, Rodrigo Pacheco e Hugo Motta têm papel crucial na estabilidade do sistema.

“O PSDB, que sempre teve “nojinho” do Centrão, agora precisará se unir a ele para sobreviver”, provoca.

Quem pode ser a nova liderança da esquerda?

Na visão de Mendez, a esquerda precisa olhar além do PT. Ele sugere que Eduardo Paes (PSD), prefeito do Rio de Janeiro, tem potencial para ser uma nova liderança no pós-Lula.

“Paes deixou de ser o playboy da Zona Sul e se tornou um suburbano do samba. Ele tem o tom certo para enfrentar a nova direita”, conclui.

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