A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva (Rede), se reuniu com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), na tarde desta terça-feira (27), para pedir que a Casa debata o tema do licenciamento ambiental com calma. Segundo a ministra, o presidente se comprometeu a ler sobre a matéria e conversar com líderes e representantes dos setores para buscar um acompanhamento adequado, mas não deu prazos.
A chefe da pasta ainda pediu que o projeto leve o “tempo necessário” de tramitação, tendo em vista que, na avaliação dela, o relatório aprovado no Senado Federal não foi debatido o suficiente e apresenta elementos negativos. Ela criticou a diminuição do papel de órgão colegiados como o Ibama, as licenças ambientais dadas por adesão, o desconsiderando com o reconhecimento do impacto ambiental indireto e a simplificação do sistema de concessão do licenciamento.
Audiência pública no Senado
Ainda em fala com a imprensa, a ministra comentou sobre o tratamento recebido na audiência pública do Senado Federal desta terça (27). “Eu me senti agredida fazendo meu trabalho”, contou e acredita que, como mulher, sofre violência política de gênero frequentemente. Na ocasião, senadores direcionaram falas ofensivas a ministra, que se retirou após não receber desculpas.
A discussão começou quando o senador Omar Aziz (PSD-AM) criticou a gestão da ministra a frente do ministério, mas não se limitou a isso. O senador Marcos Rogério (PL-RO) pediu para a ministra “se colocar no seu lugar” e cortou o microfone em momentos de fala dela. Por fim, o senador Plínio Valério (PSDB-AM) – o mesmo que, em março, falou que tinha vontade de “enforcar” a ministra – afirmou que respeitava Marina Silva como mulher, mas não como ministra.