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Lula melhora popularidade, mas país segue dividido, aponta o AtlasIntel

Presidente atinge maior aprovação em 20 meses

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A nova rodada da pesquisa Latam Pulse Brasil divulgada hoje (17) aponta que a aprovação do presidente Lula (PT) cresceu 2,9 pontos percentuais em relação a agosto. Nesse mesmo período, a desaprovação caiu 2,7 pontos. Apesar da melhora na popularidade de Lula, o país permanece polarizado. A aprovação de Lula é de 50,8 e a desaprovação, 48,3%.

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AVALIAÇÃO DO PRESIDENTE LULA
Avaliação Jan (%) Fev (%) Mar (%) Abr (%) Mai (%) Jun (%) Jul (%) Ago (%) Set (%)
Aprova 45,9 45,7 44,9 46,1 45,4 47,3 50,2 47,9 50,8
Desaprova 51,4 53,0 53,6 50,1 53,7 51,8 49,7 51,0 48,3

Fonte: Latam Pulse Brasil/Atlas Bloomberg (10 a 14/09)

Em relação à avaliação do governo, a avaliação negativa (ruim/péssima) caiu 3,2 pontos percentuais entre agosto e setembro. Nesse mesmo período, a avaliação negativa cresceu 2,5 pontos. No limite da margem de erro (1 ponto para mais ou para menos), temos um cenário de empate técnico entre as avaliações negativa e positiva. No entanto, numericamente a avaliação negativa ainda é maior.

AVALIAÇÃO DO GOVERNO LULA
Avaliação Jan (%) Fev (%) Mar (%) Abr (%) Mai (%) Jun (%) Jul (%) Ago (%) Set (%)
Ruim/Péssimo 46,5 50,8 49,6 47,7 52,1 51,2 48,2 51,2 48,0
Ótimo/Bom 37,8 37,6 37,4 40,2 41,9 41,6 46,6 43,7 46,2
Regular 15,6 11,3 12,5 9,6 6,0 7,2 5,1 5,1 5,8

Fonte: Latam Pulse Brasil/Atlas Bloomberg (10 a 14/09)

Quanto à economia, 47% dos entrevistados entendem que a situação é ruim. 37% entendem que é boa. Outros 15% consideram normal. Apesar dos números positivos em relação ao emprego e a redução da inflação, a percepção dos entrevistados sobre a economia permanece negativa.

Em relação ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), 52,3% concordam com a condenação. 46,6% discordam. Quanto à pena imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ao ex-presidente, 46% consideram que é maior do que deveria. 34% entendem que a pena foi menor do que deveria.

Para 49,5% dos entrevistados, o julgamento no STF foi imparcial. 33,1% consideraram que foi enviesado. Para 6,6%, o julgamento foi menos imparcial do que deveria. No entendimento de 53,4%, Jair Bolsonaro teve participação no plano de golpe de Estado e 42,1% avaliam que não.

Segundo o AtlasIntel, 53,3% dos entrevistados são favoráveis à condenação de Jair Bolsonaro. 44,2% defendem uma anistia ao ex-presidente. A pesquisa aponta que 52,9% não acreditam que o ex-presidente está sendo perseguido. 46,9% entendem que ele está sendo perseguido. Na avaliação de 47,6%, a condenação de Bolsonaro terá impacto positivo na política brasileira. 41,1% dizem que o impacto será negativo.

A AtlasIntel apontou também que 49,1% dos entrevistados discordam totalmente do discurso do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), no 7 de setembro, quando ele criticou o STF. 43,5% concordam com a inflexão de Tarcísio ao bolsonarismo. 5,9% concordam parcialmente com o governador. Caso Tarcísio mantenha a postura adotada no 7 de setembro, 54,5% dos entrevistados afirmam que não votariam nele. 31,8% dizem que votariam. 11,5% afirmam que há uma maioria chance de votar em Tarcísio.

Os números da avaliação de Lula e do governo indicam que o país continua polarizado. Lula segue como um candidato forte para 2026. No entanto, as simulações sobre a sucessão de primeiro e segundo turno indicam que a eleição será novamente acirrada.

Lula lidera cenários para 2026, mas disputa segue acirrada

As simulações de primeiro e segundo turno para 2026 realizadas pela pesquisa Latam Pulse Brasil/Atlas Bloomberg apontam que o presidente Lula (PT) lidera os cenários de primeiro turno e seis das sete simulações de segundo turno.

Na primeira simulação, que espelha o cenário de 2022, Lula tem uma vantagem de seis pontos percentuais sobre Jair Bolsonaro, que está inelegível.

Nos demais cenários estimulados, a intenção de voto em Lula supera a soma das intenções de voto dos possíveis candidatos da centro-direita nas duas simulações em que o presidente aparece como o candidato do PT.

No cenário 1, Lula teria 48,2% das intenções de voto contra 41,7% das alternativas de oposição – Tarcísio de Freitas (Republicanos); Ronaldo Caiado (União Brasil); Pablo Marçal (PRTB); Ratinho Júnior (PSD); Eduardo Leite (PSD) e Romeu Zema (Novo). No cenário 2, o presidente teria 50,2% contra 46,2% dos demais candidatos de oposição – Michelle Bolsonaro (PL); Caiado; Marçal; Ratinho; Leite e Zema.

Sem Lula na disputa e o PT sendo representado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), ele aparece 6,3 pontos à frente de Tarcísio de Freitas. No entanto, nesse hipotético cenário, a oposição está em vantagem, pois a soma das intenções de voto de seus candidatos atinge 42,6% contra 37,6% de Haddad.

Nas simulações de segundo turno, Lula venceria todos os possíveis adversários. No entanto, a disputa contra Tarcísio, Michelle ou Bolsonaro é equilibrada. Contra Tarcísio, a vantagem de Lula é de 5,4 pontos percentuais. Contra Michelle, 7,3 pontos. Em relação a Bolsonaro, a vantagem de Lula registra 7 pontos. Nas demais simulações, Lula tem uma vantagem maior.

Embora o governo Lula ainda careça de uma marca mais consistente, os pilares da narrativa do Palácio do Planalto – defesa da democracia e da soberania – ajudaram o presidente a recuperar parcialmente sua popularidade. Soma-se a isso a melhora parcial de indicadores econômicos e o desgaste do bolsonarismo em função da condenação de Jair Bolsonaro. Também parece ter ajudado Lula o efeito negativo que a inflexão de Tarcísio de Freitas – o nome mais forte da direita para 2026 – em direção à agenda do bolsonarismo raiz no 7 de setembro.
Apesar desses fatos conjunturais terem ajudado Lula, vale ressaltar que o Brasil segue polarizado. Não por acaso, os percentuais de aprovação e desaprovação de Lula mostram um quadro de empate técnico. Além disso, a vantagem do presidente nas simulações de segundo turno, mesmo em uma conjuntura adversa ao seu principal adversário, é pequena.

Se, de um lado, Lula tem um eleitorado cativo ao seu lado, de outro, enfrenta uma oposição resistente, o que mostra um sentimento de mudança na opinião pública. No entanto, a oposição está dividida e sem um nome natural para representá-la. Apesar do desgaste de Tarcísio de Freitas nas últimas semanas, o governador paulista segue como o nome mais forte da direita para 2026.

Entretanto, precisará encontrar uma forma de lidar com o dilema estratégico que desafia a direita: conquistar os votos dos simpatizantes de Jair Bolsonaro, que segue com um expressivo capital político, sem ser afetado pela rejeição do ex-presidente.

Em um cenário marcado por imprevisibilidades e indefinições, principalmente no campo da direita, a sucessão de 2026 está em aberto. Lula tem hoje uma vantagem parcial, mas não definitiva.

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