A pesquisa Genial/Quaest divulgada hoje (18) sobre a sucessão de 2026 aponta que o presidente Lula (PT) venceria todos os possíveis adversários caso a eleição ocorresse hoje.
Nos cenários de primeiro turno, Lula aparece em vantagem contra as alternativas da direita mais bem postadas na pesquisa. Lula tem oito pontos percentuais de vantagem sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O presidente aparece com 15 pontos de vantagem sobre a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL); 18 pontos em relação a Tarcísio de Freitas (Republicanos) e ao deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
INTENÇÃO DE VOTO 1º TURNO (CENÁRIOS ESTIMULADOS – %)
Candidatos | Cenário 1 | Cenário 2 | Cenário 3 | Cenário 4 | Cenário 5 | Cenário 6 | Cenário 7 | Cenário 8 |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Lula (PT) | 32 | 33 | 35 | 32 | 40 | 40 | 42 | 43 |
Jair Bolsonaro (PL) | 24 | – | – | – | – | – | – | – |
Michelle Bolsonaro (PL) | – | 18 | – | – | – | – | – | – |
Tarcísio de Freitas (Republicanos) | – | – | 17 | – | 20 | – | – | – |
Eduardo Bolsonaro (PL) | – | – | – | 14 | 16 | 21 | 21 | – |
Ciro Gomes (PDT) | 11 | 13 | 13 | 14 | – | – | – | 21 |
Ratinho Júnior (PSD) | 8 | 8 | – | 10 | – | 16 | – | – |
Romeu Zema (Novo) | 5 | 6 | 5 | 6 | – | – | – | – |
Ronaldo Caiado (União Brasil) | 4 | 5 | 6 | 5 | – | – | 13 | 12 |
Indecisos | 5 | 5 | 6 | 6 | 5 | 5 | 5 | 5 |
Branco/Nulo | 11 | 12 | 18 | 13 | 19 | 18 | 19 | 19 |
Fonte: Genial/Quaest (12 a 14/09)
Se somarmos as intenções de voto dos candidatos da direita nas simulações, os nomes da oposição superam Lula somente nos cenários 1 (41% a 32%), 2 (37% a 33%) e 4 (35% a 32%). Por outro lado, Lula supera os oposicionistas nos cenários 3 (35% a 28%); 5 (40% a 36%); 6 (40% a 37%); 8 (42% a 34%); e 9 (43% a 34%). Tais números mostram que, apesar da vantagem de Lula neste momento, deveremos ter uma disputa acirrada em 2026, já que a soma dos percentuais de intenção de voto dos candidatos de direita se aproxima do presidente nas simulações de primeiro turno.
Outra observação importante nos cenários de primeiro turno é que Jair Bolsonaro, mesmo após ter sido condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), ainda é o nome da direita com melhor desempenho. Tarcísio de Freitas, Eduardo Bolsonaro e Michelle Bolsonaro têm índices de intenção de voto similares. No limite da margem de erro, eles aparecem tecnicamente empatados.
Nas simulações em que Tarcísio e Eduardo aparecem ao mesmo tempo como candidatos, o cenário também é de empate, em que pese a vantagem numérica de Tarcísio. Nas simulações em que há menos candidatos no tabuleiro, Romeu Zema (Novo), Ratinho Júnior (PSD) e Ronaldo Caiado (União Brasil) também superam os dois dígitos das intenções de voto.
Nas simulações de segundo turno, Lula venceria todos os possíveis adversários. A menor distância de Lula em relação aos seus possíveis adversários seria contra Ciro Gomes (7 pontos percentuais), o que pode ser atribuído ao fato dele ter concorrido três vezes candidato ao Palácio do Planalto. Contra Tarcísio, a vantagem de Lula registra 8 pontos. Contra os demais nomes, Lula livra uma vantagem superior aos dois dígitos: Ratinho (12 pontos); Jair Bolsonaro (13 pontos); Zema (13 pontos); Michelle Bolsonaro (15 pontos); Caiado (15 pontos); Eduardo Bolsonaro (18 pontos); e Eduardo Leite (19 pontos).
INTENÇÃO DE VOTO 2º TURNO (CENÁRIOS ESTIMULADOS – %)
Candidatos | Cenário 1 | Cenário 2 | Cenário 3 | Cenário 4 | Cenário 5 | Cenário 6 | Cenário 7 | Cenário 8 | Cenário 9 |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Lula (PT) | 40 | 43 | 44 | 47 | 45 | 47 | 46 | 47 | 45 |
Jair Bolsonaro (PL) | – | – | – | 34 | – | – | – | – | – |
Tarcísio de Freitas (Republicanos) | – | 35 | – | – | – | – | – | – | – |
Michelle Bolsonaro (PL) | – | – | – | – | – | 32 | – | – | – |
Ratinho Júnior (PSD) | – | – | 32 | – | – | – | – | – | – |
Ciro Gomes (PDT) | 33 | – | – | – | – | – | – | – | 26 |
Eduardo Bolsonaro (PL) | – | – | – | – | – | – | – | 29 | – |
Romeu Zema (Novo) | – | – | – | – | 32 | – | – | – | – |
Ronaldo Caiado (União Brasil) | – | – | – | – | – | – | 31 | – | – |
Indecisos | 3 | 3 | 3 | 2 | 4 | 3 | 3 | 3 | 4 |
Branco/Nulo | 24 | 19 | 21 | 17 | 19 | 18 | 20 | 21 | 25 |
Fonte: Genial/Quaest (12 a 14/09)
A pesquisa também aponta um desgaste com a polarização do lulismo contra o bolsonarismo. De acordo com o Quaest, 59% dos entrevistados entendem que Lula não deveria disputar à reeleição. 39% defendem que o presidente dispute à reeleição.
Quanto a Jair Bolsonaro, 76% entendem que o ex-presidente deve abrir mão de concorrer e apoiar outro candidato. Apenas 19% querem que Bolsonaro seja novamente candidato. Outro sintoma do “cansaço” da polarização é o fato de que, na menção espontânea, 68% disseram que ainda estão indecisos. Ou seja, de cada dez eleitores, sete ainda não sabem responder espontaneamente em quem votaria para presidente.
De acordo com a Quaest, a maioria dos entrevistados entende que Tarcísio de Freitas deve ser o candidato da direita caso Jair Bolsonaro não possa concorrer. Chama atenção que Tarcísio tem praticamente o dobro da preferência em relação ao segundo colocado – Ratinho Júnior – assim como alternativas da família Bolsonaro como Michelle, Eduardo e Flávio. No entanto, cerca de um terço dos eleitores ainda não sabem apontar quem deve ser o candidato da direita para 2026.
QUEM DEVE SER O CANDIDATO DA DIREITA SE BOLSONARO NÃO PODE CONCORRER?
Candidatos | Perc (%) |
---|---|
Tarcísio de Freitas (Republicanos) | 15 |
Ratinho Júnior (PSD) | 9 |
Michelle Bolsonaro (PL) | 5 |
Pablo Marçal (PRTB) | 3 |
Eduardo Leite (PSD) | 3 |
Ronaldo Caiado (União Brasil) | 3 |
Eduardo Bolsonaro (PL) | 1 |
Romeu Zema (Novo) | 2 |
Flávio Bolsonaro (PL) | 1 |
Nenhum | 28 |
Não sabe/ Não respondeu | 11 |
Fonte: Genial/Quaest (12 a 14/09)
Faltando pouco mais de um ano para a sucessão de 2026, Lula está em vantagem. Além de liderar todas as simulações de primeiro e segundo turno, quando os entrevistados são questionados sobre o que têm mais medo, 49% citam o retorno de Jair Bolsonaro ao poder. Outros 41% apontam a continuidade de Lula como presidente.
Vale destacar que, entre os eleitores sem posicionamento político, que devem ser decisivos na eleição, 50% manifestam medo com a volta de Bolsonaro ao poder. Nesse público, 29% mencionam a continuidade de Lula como o sentimento que mais gera medo.
Outro aspecto que ajuda Lula é o desgaste de Jair Bolsonaro, seu principal antagonista, que enfrenta um desgaste importante. Além do aumento da rejeição de Bolsonaro, ele está condenado e inelegível. Cresce o percentual dos entrevistados que entendem que o ex-presidente deve desistir de ser candidato para apoiar outro nome da direita.
Outro aspecto importante é que Eduardo Bolsonaro é o nome mais rejeitado (68%). Em relação a agosto, a rejeição do deputado cresceu 11 pontos. O segundo mais rejeitado é Jair Bolsonaro (64%). Em relação a agosto, a rejeição do ex-presidente subiu sete pontos. Na sequência aparecem Michelle Bolsonaro (61%); Ciro Gomes (60%); Lula (52%); Tarcísio de Freitas (40%); Ratinho Júnior (39%); Romeu Zema (33%); e Ronaldo Caiado (32%).
Como a rejeição será uma variável importante para 2026, os índices mais baixos dos governadores que aparecem como presidenciáveis chamam atenção, principalmente em função da alta rejeição dos nomes ligados à família Bolsonaro.
Apesar de Lula ter recuperado a vantagem para 2026, a sucessão está em aberto. Neste momento, o desgaste de Jair Bolsonaro e a divisão da direita ajudam o presidente. Tarcísio, apesar do desgaste que teve na última semana, permanece como o nome mais competitivo da oposição.
No entanto, o governador paulista encontra dificuldades para definir seu posicionamento no tabuleiro, já que necessita atrair o voto bolsonarista e não ser afetado pela rejeição de Jair Bolsonaro. Se de um lado o piso de Jair Bolsonaro segue preservado, o aumento de sua rejeição pode ter consequências negativas para quem associar-se a ele, sobretudo em uma eleição presidencial.
Em relação a Lula, o cenário também é desafiador. O antibolsonarismo e a narrativa de defesa da democracia e da soberania mostram limites como pilares da estratégia eleitoral do presidente. Além de ter uma rejeição alta, a maioria dos entrevistados continua achando que Lula não deve disputar uma nova eleição. Soma-se a isso o elevado índice de indecisos na espontânea, o que sugere um espaço para uma nova alternativa.