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Lula amplia vantagem para 2026 e venceria todos os possíveis adversários

Pesquisa destaca dificuldade da oposição em encontrar um nome competitivo

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A pesquisa Genial/Quaest divulgada hoje (21) sobre a sucessão de 2026 aponta que o presidente Lula (PT) ampliou a vantagem e venceria todos os possíveis adversários caso a eleição presidencial ocorresse hoje.

Nos cenários de primeiro turno, Lula aparece em vantagem contra todos os possíveis adversários da direita mais bem postados na pesquisa. Lula tem seis pontos percentuais de vantagem sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O presidente aparece com 14 pontos de vantagem sobre a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL); 18 pontos em relação a Tarcísio; 19 pontos em relação ao deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP); e 21 pontos em relação ao senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

Se somarmos as intenções de voto dos candidatos da direita nas simulações, os nomes da oposição superam Lula somente nos cenários 1 (41% a 34%) e 2 (37% a 35%). Por outro lado, Lula supera ou empata com os oposicionistas nos cenários 3 (35% a 33%), 4 (34% a 34%) e 5 (35% a 34%).

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Outra observação importante nos cenários de primeiro turno é que Jair Bolsonaro, mesmo inelegível, ainda é o nome da direita com melhor desempenho. Entre os nomes da família Bolsonaro, Michelle é a segunda mais bem colocada nas simulações de primeiro turno contra Lula. Tarcísio, Flávio e Eduardo têm um desempenho similar. Sobre os candidatos de oposição a Lula, mas não totalmente vinculados à família Bolsonaro, chama atenção o desempenho de Ratinho Júnior, que registra cerca de dois dígitos das intenções de voto.

Intenção de voto 1º turno (cenários estimulados – %)

Candidatos Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3 Cenário 4 Cenário 5
Lula (PT) 34 35 35 34 35
Jair Bolsonaro (PL) 28
Michelle Bolsonaro (PL) 21
Tarcísio de Freitas 17
Eduardo Bolsonaro (PL) 15
Flávio Bolsonaro (PL) 14
Ciro Gomes (PDT) 8 9 11 10 10
Ratinho Júnior (PSD) 7 8 10 9
Ronaldo Caiado (União Brasil) 3 4 6 5 5
Romeu Zema (Novo) 3 4 4 4 6
Indecisos 4 5 6 6 5
Branco/Nulo 13 14 21 16 16

Fonte: Genial/Quaest

Nas simulações de segundo turno, Lula venceria todos os possíveis adversários, até mesmo Tarcísio de Freitas, que no levantamento anterior estava em situação de empate técnico com Lula. A melhora do desempenho do presidente nas simulações de segundo turno pode ser atribuída à percepção, principalmente entre os eleitores de menor renda, em relação ao preço dos alimentos nos supermercados, e também ao tema do tarifaço, já que Lula, conforme mostrou a pesquisa Genial/Quaest de ontem sobre a avaliação do governo, é mais bem avaliado nessa questão em relação aos demais líderes políticos avaliados.

Intenção de voto 2º turno (cenários estimulados – %)

Candidatos Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3 Cenário 4 Cenário 5 Cenário 6 Cenário 7 Cenário 8 Cenário 9
Lula (PT) 47 43 47 44 46 47 46 47 48
Jair Bolsonaro (PL) 35
Tarcísio de Freitas 35
Michelle Bolsonaro (PL) 34
Ratinho Júnior (PSD) 34
Eduardo Leite (PSD) 30
Flávio Bolsonaro (PL) 32
Eduardo Bolsonaro (PL) 32
Romeu Zema (Novo) 32
Ronaldo Caiado (União Brasil) 31
Indecisos 3 4 3 4 4 3 4 4 3
Branco/Nulo 15 18 16 18 20 18 18 18 17

Fonte: Genial/Quaest

O adversário mais competitivo contra Lula ainda é Tarcísio. Nessa simulação, a vantagem do presidente é de 8 pontos percentuais. Contra os demais adversários, a vantagem de Lula em um eventual segundo turno é maior: Jair Bolsonaro (12 pontos); Michelle Bolsonaro (13 pontos); Ratinho Júnior (10 pontos); Eduardo Leite (16 pontos); Eduardo Bolsonaro (16 pontos); Romeu Zema (15 pontos); Ronaldo Caiado (16 pontos); e Flávio Bolsonaro (16 pontos). Mesmo com o aumento da vantagem de Lula nas simulações, tais números indicam que a disputa de 2026 será novamente bastante acirrada.

A pesquisa também aponta um “cansaço” com a polarização do lulismo contra o bolsonarismo. De acordo com o Quaest, 58% dos entrevistados entendem que Lula não deveria disputar à reeleição. 38% defendem que o presidente dispute à reeleição.

Quanto a Jair Bolsonaro, 65% entendem que o ex-presidente deve abrir mão de concorrer e apoiar outro candidato. Apenas 26% querem que Bolsonaro seja novamente candidato. Outro sintoma do “cansaço” da polarização é o fato de a menção espontânea, 66% disseram que ainda estão indecisos.

Apesar da maioria dos entrevistados entenderem que Jair Bolsonaro não deve ser candidato, a opinião pública se divide quando questionada quem deveria ser a opção “anti-Lula”. A novidade em relação a julho é o fato de Michelle Bolsonaro aparecer numericamente à frente de Tarcísio de Freitas. Novamente destacamos Ratinho Júnior, que mesmo não sendo ligado à família Bolsonaro, é o terceiro mais mencionado como opção de candidato da direita caso Jair Bolsonaro não possa concorrer.

Quem deve ser o candidato da direita se Bolsonaro não pode concorrer?

Candidatos Percentuais (%)
Michelle Bolsonaro (PL) 16
Tarcísio de Freitas (Republicanos) 14
Ratinho Júnior (PSD) 10
Pablo Marçal (PRTB) 6
Eduardo Leite (PSD) 5
Eduardo Bolsonaro (PL) 4
Ronaldo Caiado (União Brasil) 4
Romeu Zema (Novo) 3
Flávio Bolsonaro (PL) 2
Outros 2
Nenhum 21
Não sabe/ Não respondeu 13

Fonte: Genial/Quaest

Faltando cerca de um ano e dois meses para a sucessão de 2026, Lula está em vantagem. Além de liderar todas as simulações de primeiro e segundo turno, quando os entrevistados são questionados do que têm mais medo, 47% citam o retorno de Jair Bolsonaro ao poder. Outros 39% apontam a continuidade de Lula como presidente.

O impacto negativo do tarifaço na opinião pública; a percepção de leve melhora da economia, sobretudo entre os eleitores de menor renda; e o aumento do desgaste político e jurídico de Jair Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro somados à pulverização de pré-candidaturas de oposição favorecem Lula neste momento, já que o presidente tem o anti-bolsonarismo como seu principal cabo eleitoral.

Outro aspecto importante é que, neste momento, o maior prejudicado com a mudança na conjuntura é a família Bolsonaro. Segundo a Quaest, Jair Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro, com 57%, são os nomes mais rejeitados. Na sequência aparecem Flávio Bolsonaro (55%); Michelle Bolsonaro (51%); Lula (51%); Ciro Gomes (50%); Tarcísio de Freitas (39%); Eduardo Leite (36%); Ratinho Júnior (33%); Romeu Zema (33%); e Ronaldo Caiado (33%).

Como a rejeição será uma variável importante para 2026, os índices mais baixos dos governadores que aparecem como presidenciáveis, sobretudo Tarcísio e Ratinho, chamam atenção, principalmente em função da alta rejeição dos nomes ligados à família Bolsonaro.

Apesar de Lula ter recuperado a vantagem para 2026, temos um cenário sucessório complexo. Mesmo que Lula lidere todas as simulações, seu governo é mais desaprovado que aprovado (51% a 46%). Entretanto, essa vulnerabilidade não consegue ser capitalizada pela oposição pela ausência de candidato que unifique a direita. Mais do que isso, a oposição tem um dilema estratégico. Ao mesmo tempo em que necessita dos votos do bolsonarismo, não pode associar-se integralmente à família Bolsonaro, pois o beneficiado seria Lula.

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