O cientista político e sócio da Arko Advice, Lucas de Aragão, participou nesta segunda-feira (17) do podcast Itaú Views sobre as eleições de 2026. Entre os temas abordados na conversa, esteve o cenário político do governo Lula. De acordo com as últimas pesquisas, a popularidade da gestão tem sido considerada baixa. Lucas destacou que, apesar das dificuldades, o governo ainda se mantém confiante.
“É um governo preocupado, mas consciente de que os resultados são suficientes e de que haverá mudanças que eles acreditam que serão aprovadas”, afirmou.
Entre as principais iniciativas do governo para este ano, destacam-se a isenção do Imposto de Renda para pessoas que recebem até cinco mil reais – medida que pode beneficiar aproximadamente 12 milhões de pessoas –, o crédito consignado privado, o aumento do vale-gás e a liberação de emendas parlamentares.
Eleições 2026
Na análise de Lucas, a oposição deve se organizar.
“Tem um nome dentro desse campo que não pode ser esquecido, alguém capaz de construir um consenso: o governador Tarcísio de Freitas. Uma possível candidatura dele já nasce dentro do Republicanos, um partido relevante tanto na Câmara quanto no Senado, e que possui forte influência no tecido social do Brasil, por sua ligação com a Igreja Evangélica”, avaliou.
Lucas também afirmou que não vê outro candidato com a mesma força que o governador de São Paulo para a disputa e destacou que, talvez no início, possa haver uma fragmentação, com algumas candidaturas concorrendo.
No caso do PT, segundo ele, não há ninguém com mais força que o presidente Lula para concorrer. “Um herdeiro natural seria o Haddad, como aconteceu em 2018. O problema é que, agora, ele é ministro da Economia de um governo cuja percepção popular não é das melhores, devido à inflação e à alta dos preços, principalmente dos alimentos”, explicou.
Dentro do partido, os dois nomes mais citados como alternativas são os de Fernando Haddad e o do ministro da Educação, Camilo Santana.
Investidores estrangeiros
Sobre a visão dos investidores estrangeiros em relação ao Brasil, Lucas destacou:
“Há muita preocupação com a questão fiscal, com a trajetória da dívida e com o aumento dos gastos no próximo ano. Acham o país atrativo, mas temem os riscos”, pontua.
O economista Luiz Cherman ressaltou que os investidores estrangeiros veem o Brasil com preços bastante atrativos, mas aguardam um trigger – um gatilho – para tomar decisões de compra.
“À medida que as eleições de 2026 se aproximam, os investidores terão que observar também as eleições no Chile e na Colômbia, que ocorrerão antes do pleito brasileiro, para entender melhor os movimentos do mercado”, afirmou Cherman.
Além de Lucas de Aragão e Luiz Cherman, o podcast também contou com a participação de Marcelo Serrano, analista de Research para Pessoa Física do Itaú BBA.